A vida feita em módulos!
Atualizado dia 6/11/2017 9:13:13 PM em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Rimos, brincamos a respeito e continuamos nossa conversa.
Ao estar só, esse pensamento não me deixava, eu não parava de pensar no que havia dito.
Módulos, etapas, seja o termo que preferir, desde o nascimento, esse processo ocorre com o ser humano. Há o período de amamentação, depois o iniciar as papinhas, depois o sentar, o engatinhar, o caminhar e nunca mais paramos. A cada fase cumprida, inicia-se outra. Na vida escolar, que hoje se inicia já no convívio do berçário, ao se conquistar um aprendizado passa-se para outro. Depois vem a escola propriamente dita, ano após ano, colégio, faculdade, e assim sucessivamente.
É o processo natural de evolução do Ser Humano. Alguns de vocês podem achar que estou falando o óbvio, mas eu os lembro de que o óbvio só o é depois de percebido. Vejo inúmeras pessoas se queixarem da falta de sossego, que sempre têm que resolver alguma coisa, chegam até a verbalizar “será que isso nunca vai ter fim?”.
Pois eis as resposta: Não! Não vai, pois a vida é um processo contínuo onde estamos aqui para vivê-lo, não para nos paralisarmos em determinado ponto e achar que é só isso.
Usando das palavras acima, observem quando uma pessoa permanece no mesmo módulo por muito tempo. O comentário geral é “ela parou no tempo!”. “Ela não evolui!”, e assim outras mais.
Escuto no consultório essas queixas. Há muitas colocações do tipo “depois que me casei, minha vida estagnou”,
“Estou há tanto tempo nesse trabalho, fazendo sempre a mesma coisa que já não sei se serei capaz de fazer algo diferente”.
Sim, podemos afirmar que há infinitas etapas em nossas vidas, são como módulos que ao se concluir um, inicia-se outro. Podemos dizer que há uma diminuição no ritmo entre um e outro, quando a idade cronológica elimina as forças para o ir em frente. Os passos tornam-se mais lentos, mas mesmo assim, existem.
Observem aqueles que, vencidos pela idade, mas não pelo comodismo, o quanto criam e são mentores de ações que impulsionam outras pessoas às realizações e a aceleração de seus desenvolvimentos.
Em alguns lugares ainda existe a cultura de se ter muitos filhos, pois serão eles que irão depois abastecer seus pais de suas necessidades. Ainda aqui identificamos isso. São pessoas já de certa idade e que podem ser chamadas de “coroneis”, por apenas darem ordens e exigirem ser atendidos de acordo com elas. Mesmo que não o sejam, continuam, insistem, negam-se a passarem de um “módulo para outro”.
Marina (nome fictício) teve muitos dissabores com um funcionário e, pela burocracia existente em sua empresa para uma demissão, amargou muitos meses antes que o mesmo fosse dispensado e sua vaga fosse aberta para nova contratação. Eis que de repente é designado para a vaga um apadrinhado de um diretor de outra unidade. Mostrou-se ser boa pessoa, porém, completamente inapto para a função. Quando ela pensou que poderia selecionar alguém à altura, eis que uma decisão superior põe por terra suas expectativas. Terá um trabalho dobrado até prepará-lo um mínimo para que execute suas funções.
Jorge (também nome fictício) terminou seu relacionamento de muitos anos por ter ficado claro a incompatibilidade entre eles. Veio ao consultório amargurado, pois sabia querer encontrar alguém para compartilhar sua vida, mas ter que começar tudo de novo estava desesperando-o. Iniciava-se, sim, uma nova etapa em sua vida.
Algumas vezes temos a impressão que teremos que repetir módulos que muitas vezes julgamos já ter eliminado. Respirar fundo e ir em frente. Não pensem que há outro jeito.
Texto Revisado
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