A vida, suas etapas e substituições
Autor Bernardino Nilton Nascimento
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 7/14/2009 9:37:04 PM
As substituições que vamos fazendo pela estrada da vida são demarcadas por etapas ou períodos mais ou menos distintos.
O ser humano em desenvolvimento, quando atinge os sete anos de idade, já viveu sua primeira infância. Daí até os quatorze anos, viverá o segundo período infantil, para entrar na adolescência e iniciar o período juvenil. A mocidade decorrerá, mais ou menos, entre os dezoito e trinta e cinco anos. Dessa época até os cinquenta, percorrerá a etapa que assinala a idade madura, que costuma ser, dentre todas, a mais criativa e produtiva. Daí por diante o ser humano inicia uma fase regressiva, mediante graduações de tonalidades sutis e mais inflexíveis, com os domínios sombrios da velhice. Esta fase tem duração maior ou menor, de acordo com as suas condições de vida, variando de uma pessoa para outra. Esse fato, no entanto, não merece contestações.
Assim são as etapas que vão marcando nossa evolução vital, assinaladas por fantasias, aspirações ardentes de auto afirmação, de mando, de progresso, de conquistas amorosas, dotes físicos e intelectuais, fama, glória, enfim, da busca constante da chamada felicidade completa.
É desnecessário notar que essas etapas vividas e as caminhadas difíceis, têm um colorido próprio para cada período da vida. Assim, o que o adolescente sonha com todas as forças, muito provavelmente não será cobiçado por uma pessoa de idade mais avançada, como o cortrário também é esperado.
Quando iniciamos uma nova etapa na vida, nosso objetivo, durante seu decurso, é atingir uma meta ideal que corresponda a todos os nossos desejos, confessos ou ocultos. Na prática, porém, só excepcionalmente se consegue atingir em cheio essa meta ideal, síntese de todos os nossos objetivos. Na grande maioria dos casos, a pessoa tem que se contentar com a substituição de sua meta por outra, bem mais despretensiosa do que a inicialmente visada.
A possibilidade de adaptação de cada um a essa meta de substituição, menos brilhante e abaixo da originariamente planejada, encerra boa parte do segredo da relativa felicidade que se esperava da vida. Isso por que nada adianta, e somente traz inconvenientes para a saúde mental, permanecermos inconformados ou revoltados, por não termos conseguido alcançar todos os objetivos planejados ao longo das etapas que vão se sucedendo durante nossa existência aqui na Terra.
Essa história de ficar longo tempo remoendo ideias deprimentes, de que se as coisas tivessem passado desta ou daquela maneira, ou se fulano ou beltrano não fosse tão incompreensivo, egoísta, tudo teria sido melhor e diferente, é pura tolice. Como poderia ter sido melhor, também seria ainda pior, se não surgissem tais ou quais ocorrências que somaram a favor e atenuaram os golpes adversos.
Se procurarmos racionalizar, com otimismo, nossas possibilidades de sermos relativamente felizes, dentro de nossa meta de substituição, acabaremos nos convencendo de que as nossas condições de vida são bem mais aceitáveis do que, a princípio, pareciam. Tudo depende de colocarmos nossas gigantescas aspirações em limites razoáveis, e condicioná-las à nossa real capacidade física, intelectual e espiritual.
Finalmente, devemos recordar, ao atingirmos essa meta de substituição, que com isso já fizemos algo de apreciável, de prático, uma vez que algumas pessoas nem isso conseguem realizar. Há pessoas que, sem alcançar sequer essa meta de substituição, tomam seguidamente falsos caminhos que contaminam a estrada da vida e, depois de muito caminhar, verificam que têm que voltar ao ponto de partida, ao zero e achar o seu verdadeiro caminho.
BNN
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