Aceitar a sua vida!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 3/8/2015 12:29:27 PM
Por que o termo aceitação é tão comentado neste espaço? Porque sua falta causa muitos mais problemas e infelicidades do que se imagina. Aceitar é dar por verdade a existência de, a ocorrência de. Não significa concordar. Como já falamos outras vezes, aceitar é o primeiro passo para podermos mudar o que não concordamos.
Porém, a grande maioria das pessoas não acha que seja possível fazer qualquer mudança, pois para elas, tudo está “fora” do poder de atuação delas mesmas.
Uma cliente me disse certa vez que sua revolta estava embasada no não poder fazer nada para modificar sua relação com seu marido, que praticamente a ignorava. Ela sentia-se como uma serviçal, empregada tempo integral. Dizia que não podia se separar, pois para casar-se teve que abandonar os estudos e que, com dois filhos, como poderia sustentar aos três nas mesmas condições que tinham naquele momento?
Levou um tempo para que ela aceitasse então o fato de que, enquanto quisesse a “proteção” que permanecer no casamento lhe dava, o melhor seria parar de se revoltar. No momento em que ela percebeu que se assumisse os riscos ela poderia sim mudar, percebeu também que, apesar de tudo, tinha um grande amor pelo marido. Isso fez com que seu sofrimento imediato aumentasse ainda mais.
No primeiro momento foi tomada por um sentimento de exaustão. Cansaço total gerado pela revolta que vinha cultivando e que não gerava nada de positivo. Logo após essa descoberta, parou de “espernear” contra sua situação e resolveu assumir as rédeas que sentia estarem em suas mãos: o cuidar dos filhos, de sua casa e de si mesma. Tudo ficou diferente. No início seu marido ficou desconfiado com as mudanças, o chegar em casa e encontrar além de tudo arrumado e pronto, ela também arrumada. Ela percebeu uma “pitada” de ciúmes e, mudando também sua forma de lidar com ele, que era sempre de queixas, começou a ser mais carinhosa e acolhedora. Parou definitivamente de criticá-lo cada vez que ele dizia querer ir encontrar com os amigos, até que um dia ele chegou e não quis sair. Ficaram conversando e pasmem: ele declarou-se um apaixonado por ela e que vinha sofrendo a muito tempo por não saber o que fazer para contentá-la, já que de tudo ela reclamava. Daí sua saída constante, não suportava ficar em casa após um dia árduo de trabalho com alguém tão “reclamona”.
Como este, outros relatos semelhantes. Em alguns deles, ocorreu a separação e aquele que antes estava insatisfeito na relação, resolveu assumir os riscos e conseqüências de suas decisões.
Há situações semelhantes também no que diz respeito à vida profissional. Lembro-me de um supervisor, já há anos na mesma função e se vendo sempre deixado para trás nas promoções, em determinado momento resolveu que se quisesse sustentar sua família, o melhor era se contentar com o que tinha. A partir daí passou a dar mais atenção aos seus afazeres. Quando recebeu a tão almejada promoção, surpreso por tê-la recebido, ficou ainda mais quando seu diretor disse ter notado sua mudança, seu interesse pelo que estava fazendo. Esse diretor disse também que só não o tinha despedido por ele ser honesto, mas que não merecia até sua mudança nenhuma responsabilidade nova. “Você fazia apenas o mínimo necessário”.
Aceitar a sua vida é trabalhar com o que se tem. Usar todos os recursos e dedicar-se realmente, mesmo que seja duro e sacrificado. O que é impossível hoje amanhã poderá estar a nossa disposição, resultado de esforços e dedicação.
Quem aceita sua vida como ela é, aceita também os outros como eles são, condição fundamental para que haja a harmonização e integração entre todos. Ao aceitar você respeita. E todos necessitamos nos sentir respeitados.
Quem aceita a vida como ela se apresenta descobre que tem o poder de optar: Se quer ou não aquilo que está lhe sendo oferecido. Se não quer, sente a força para poder ir em busca do que realmente deseja.
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