Amor platônico
Atualizado dia 11/13/2015 3:06:09 PM em Almas Gêmeaspor Adriana Garibaldi
Não te toco, não me tocas.
Não te firo, não me feres.
Não me afasto, nem te acercas. Somente na distância necessária para continuar sentindo isso por ti...
Não me queres, mas me importas.
Não te tenho, não me tens.
É assim o doce amor platônico que nunca se acaba, e se acaba, nem se sente.
Kizoku Makigawa.
Ah, doce amor platônico! Amargo naquilo que de tão impossível nos confere o fel de uma tristeza profunda, paralisante.
Para os olhos de alguns, um amor assim pode parecer poético, romântico. Uma dor que de tão previsível deveria não doer, contudo, doe.
Um amor que se acabar não deveria sentir-se, mas se sente.
Para quem já sofreu por uma paixão assim é muito fácil entender como os sentimentos podem permanecer na alma por longo tempo, reverberando como ondas de um vasto oceano de emoções e isso, mesmo poético, não tem nada de prazeroso.
Saber amar é uma arte, a arte de pormos limites ao próprio amor, aos devaneios, a incoerência de amar aquilo que sabe-se impossível.
Como se pode explicar o que se sente? O que independe dos fatos, da lógica.
Somos seres sencientes, um termo budista para definir todo ser vivente. Contudo, ele não se reporta somente ao ato de estarmos vivos, mas aos sentimentos e à energia que decorre desse fato. Surfamos no fluir das águas que se deslizam por debaixo da superfície, por entre feixes poderosos que se movem à revelia de nossos quereres convencionais ou conveniências individuais.
Energia que constrói a emoção, a paixão, onde minutos antes existia somente um grande vazio.
Os olhos se acendem ao fitar os olhos do outro, como se um elo invisível movesse as engrenagens da mente, do coração, corpo e alma e nos perdêssemos dentro de um redemoinho de sentimentos inexplicáveis.
Como explicar o amor que brota quando menos se espera?
Ah, doce amor platônico, vieste para minha felicidade ou para minha desdita?
Tão vago, tão impreciso, tão impróprio e incongruente, tão real e irreal ao mesmo tempo.
Acreditamos estar no comando de nossos sentimentos, sermos capazes de direcioná-los para um lugar seguro, com as rédeas firmes de nossos quereres feitos de lógica, mas um dia somos pegos nas armadilhas da mente.
Da mente? Não... nas armadilhas do coração, das emoções que se movem debaixo da superfície, criando rupturas, como tsunamis da consciência, onde somos arrastados sem remédio.
Um mar em fúria!!!
Amores platônicos nos lançam à deriva, como se fôssemos embarcações que não conseguimos conduzir a bom porto.
Um dia, contudo, precisaremos cair na real e toda queda sempre acaba nos ferindo de alguma forma, seja produzindo-nos alguns arranhões ou nos machucando feio em conseqüência da enorme altura de onde despencamos.
Encarar os fatos sob a luz da realidade sem dúvida não é fácil, mais pode ser compensador.
E, como diz o dito popular: aquilo que não nos matar ao menos é capaz de nos fortalecer.
Ah, doce amor platônico...
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