Ao invés de `pagar´, “fazer um agradecimento”
Autor Hélio Arakaki
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 23/09/2007 18:13:02
As crenças nos influenciam de tal maneira, a ponto de determinar o rumo de nossas vidas. Daí, a importância de estarmos volta e meia revendo-as, senão, corremos os riscos de caminhar num círculo vicioso de insatisfação e mediocridade.
Muitas são as crenças negativas construídas em torno das palavras trabalho e dinheiro. Quanto ao trabalho, muitas dessas crenças relacionam-se com a palavra latina que o originou: tripalium, que significa instrumento de tortura. Daí o uso recorrente da frase “me matei de tanto trabalhar”.
Não podemos deixar de citar a punição de Adão e Eva que ao serem expulsos do Paraíso foram “condenados” a trabalhar. Para muitos, então, o trabalho é mais uma punição que uma ocupação útil e agradável.
E assim, nestes últimos tempos, o que estamos presenciando é o fato de que as pessoas não somente estão desmotivadas, mas doentes em função do trabalho. E ambas as situações são decorrentes da falta de uma visão maior do que representa o trabalho em suas vidas. É como o caso daquela pessoa que olhava para as árvores da floresta vendo nelas apenas um monte de lenha.
Trabalhar não significa apenas a garantia de nossa sobrevivência, do “leitinho das crianças” ou “o meu ganha pão no final do mês”. Se este for o caso, realmente o trabalho será um fardo pesado para se carregar.
Para proporcionar mais prazer e satisfação com o trabalho, faz-se necessário agregar a ele um valor subjetivo. Defino este valor de espiritual, ou seja, que nos acesse a um sentido de propósito da nossa existência nos conectando com algo maior, transcendente.
Todos nós nascemos com potencialidades e talentos que devem ser direcionados para o desenvolvimento, não somente de si mesmo, mas de uma humanidade melhor. A mesquinhez e o egoísmo apenas geram a escassez. E assim, depois de tanto explorar a Mãe Terra, nos vimos diante da ameaça do aquecimento global.
O termo moeda corrente compreende o sentido de que o dinheiro deve circular tal qual a água de um rio. E é isto que está acontecendo com aquelas empresas que empregam uma parte de seus lucros em programas sociais e ambientais, que estimulam a participação de seus colaboradores nos trabalhos voluntários.
Trazer a espiritualidade em nossa vida significa viver com um sentimento de abundância e gratidão. Isto é, aceitar que os bens materiais são deterioráveis e que a riqueza também é a aquele cada um traz intrínseco, a própria vida.
Recém-casado, me via irritado todas as vezes que ia ao supermercado. Até que nasceram meus dois filhos. Então, foi nascendo uma nova percepção em mim. Aprendi, ao invés de reclamar, agradecer pela permissão de ir ao supermercado para, assim, poder trazer alimento, saúde e conforto para dentro da minha casa.
E fui estendendo este procedimento às outras questões, por exemplo, quanto às contas, ao invés de me sentir gastando, passei a agradecer pela possibilidade de quitar aquele compromisso. Resumindo, ao invés de dizer “pagar”, troquei por “fazer um agradecimento”.
Gratidão é a base do nosso bem viver. Se atuarmos com gratidão na empresa, a empresa cresce e as vantagens e os benefícios aumentam. Se olharmos com gratidão a cada colega de trabalho, estabelece-se um clima organizacional mais humano, solidário. Se atendermos os nossos clientes com gratidão eles nos serão leais e nos indicarão novos clientes.
Tudo aquilo que realizamos com gratidão nos faz conectar a um círculo de potencialidades e relações que nos trará gratificações e bênçãos.
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