Bloqueios e aceitações!
Atualizado dia 23/07/2018 11:26:08 em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Em artigo anterior, já disse que aceitar não é concordar.
Vejo pessoas insistindo em “não aceito isso” e querendo agir como se pudessem extirpar o que dizem não aceitar.
Pois bem, pode até ser que se tenha uma ação que elimine aquilo, porém, vejam bem, antes dessa ação o que se manifestou foi a não concordância com o fato e ai então o agir para a eliminação do mesmo.
Você pode me dizer: “Ele eliminou porque não aceitou” e minha resposta será ele eliminou porque não concordou. A não aceitação nega. O que é negado para quem nega não existe, então não será levado em consideração.
Já disse ou lhe foi dito “está dando murro em ponta de faca?”, eis uma situação que revela a pessoa estar negando o que está a sua frente. “Ela não quer ver, não adianta tentar mostrar!”, outra expressão que revela o mesmo comportamento.
Todos temos bloqueios, alguns muitos, outros menos e outros ainda bem menos. Quanto mais aberta for a capacidade de aceitar o que a vida traz, menor será o número de bloqueios existentes.
A não aceitação e consequentes bloqueios, resistências levam ao não escutarem e não enxergarem o que está sendo exposto. Consequentemente, a pessoa não poderá refletir no que está sendo apresentado.
Quanto maior a resistência em parar e analisar a situação, maior será o tempo para que se possa encontrar uma forma de se lidar com o que está incomodando. Em terapia é muito comum esse tipo de manifestação.
Um jovem teve seu relacionamento rompido, pois ela alegava não mais querer conviver com a forma dele ser. Ideias prontas e determinações de como tudo tinha que ser, mesmo um simples “o que vamos fazer hoje?”. Passou meses incomodando-a para a volta do namoro, a ponto dos pais dela ameaçarem fazer um boletim de ocorrência, caso ele não parasse. Entrou em forte depressão. A psicoterapia já não era mais suficiente, era naquele momento até desnecessária, pois nada ajudaria.
Fez tratamento psiquiátrico com medicações fortíssimas, ficou meses dopado, até poder ser diminuído gradativamente as doses medicamentosas. Novamente, passou a ter condição de raciocínio, até que um dia ele disse” “Não adianta eu querer se ela não quer”. Chorou muito. No dia seguinte, saiu de seu quarto e foi ver sua situação no colégio. Recomeçou sua vida.
A última informação que tive desse jovem, ele estava prestando vestibular e mantinha com sua ex-namorada uma relação cordial. Ela lhe disse em determinado momento: “por que você não era assim quando estávamos juntos?”
Acreditar que temos bloqueios sim e que coisas ocorrem em nós, que nem imaginávamos, é uma abertura necessária para nosso crescimento pessoal.
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