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Como sair do fundo do poço!

Atualizado dia 23/11/2015 20:30:26 em Almas Gêmeas
por Flávio Bastos


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No sentido metafórico, sentir-se no fundo do poço é estar preso a problemas não resolvidos, cuja solução corresponde ao grau de dificuldade, que é compatível ao nível de discernimento -e lucidez- de cada pessoa. Complexidade que exige a percepção de momento para transformar envolvimento emocional em foco racional.

Como vimos, a saída do poço não é algo simples ou fácil de ser executado, e pode durar dias, semanas, meses, anos ou mesmo vidas. Porém, nada dura para sempre e a saída dependerá do esforço e determinação, no sentido do indivíduo retomar a sua caminhada na estrada da vida. É o que veremos a seguir, na abordagem de caso.

O histórico infantil de Augusto reune fatos marcantes que o levaram ao fundo do poço: pais ausentes e afetivamente distantes. Mãe restritiva e severa. Pai temperamental, de gênio explosivo. Constantes brigas do casal. Experiência de bullying na escola e precária situação financeira da família.

Como resultado de uma sofrida experiência infantil, restou-lhe a dor psíquica expressa por sentimentos de solidão, abandono e incompletude, onde a sensação de vazio e a tristeza, encontraram guarida em um coração amargurado pelas vicissitudes da vida.

No entanto, com a ajuda da única irmã, considerada sua melhor amiga, Augusto foi superando as adversidades impostas pelo desafio de viver, até a idade de 25 anos, quando apresentou os primeiros sintomas psiquiátricos, que foram tratados pela terapia holística que o ajudou a superar medos.

O segundo marco de sua jornada vital, foi há cerca de uma ano, quando entrou em depressão severa decorrente da aposentadoria compulsória e separação da esposa. Momento em que o suicídio tornou-se ideia fixa. Contudo, conseguiu libertar-se das garras da depressão se automedicando com a homeopatia.

Passada a depressão, foi com o objetivo de não depender de tratamento químico à base de remédios, que Augusto procurou ajuda na Psicoterapia Interdimensional. E assim, após algumas sessões de psicoterapia, encaminhamos a sessão regressiva de memória no sentido de estabelecer conexões com as informações registradas até aquele momento. 

REGRESSÃO

Primeiro momento: "Estou caminhando no meio do mato. Estou só e caminho sem destino. Parece que estou perdido. Tenho 6 anos de idade, sou magro e estou vestindo somente uma espécie de calção. Me pergunto o que faço neste lugar e pra onde vou?"

Segundo momento: "Agora vejo crianças nos balanços e escorregador de uma praça rodeada de casas. Alguns automóveis transitam no local. Tem mais duas crianças numa gangorra e um cachorro preto e branco. Quero ir embora deste lugar, sinto-me só e à parte deste grupo de pessoas".

Terceiro momento: "Estou num automóvel de cor escura e modelo antigo, dirigindo em direção às montanhas. Vejo plantações nos lados da estrada. O volante do carro é grande e encontro-me sozinho. Sinto um vazio, apenas ando, não sei porque estou aqui e pra onde vou".

Quarto momento: "Sinto-me num lugar escuro. Vontade de sumir, desligar. Sinto desilusão, fracasso e sem perspectivas. Não sei o que quero, estou cansado e sem ninguém".

Observação: Estimulo-o a encontrar uma saída do lugar escuro onde Augusto se encontra.

"Estou num poço e vejo uma claridade e a cabeça de uma pessoa lá em cima. Ela apenas me olha e não reage. Agora tento escalar o poço. Estou escalando. Saí do poço e me encontro num lugar bonito, muito verde, mas a pessoa sumiu. Tem uma casa antiga, de madeira e abandonada (sentimento ruim). Olho para trás e vejo o poço próximo da casa, que está em ruínas. Agora caminho por uma estradinha de terra e visualizo um córrego de águas cristalinas. É um ambiente de muita paz, mas solitário".

Observação: Pergunto o que ele estava fazendo no poço e Augusto responde que estava no poço "fugindo de mim mesmo, querendo morrer, sumir, acabar, dar um fim".

COMENTÁRIO

"Eu estava no poço fugindo de mim mesmo". A regressão revela em seus bastidores, o padrão emocional-comportamental que Augusto traz consigo de vidas passadas, acrescido de experiências infantis (vida atual) que não alteraram o modelo, e onde sentimentos de solidão, abandono, incompletude (vazio) e culpa/rejeição, alimentam um padrão que estimula a depressão, embora ele tente "manter a aparência de uma pessoa normal" como se referiu após a regressão.

A sensação de estar no fundo do poço, reforça a pré-disposição para a melancolia ou estados depressivos, onde o suicídio indica ter sido uma saída em vida passada e uma opção na vida presente.
A sensação de estar perdido no mato ou dirigindo na direção das montanhas, e sem destino, revela a latente vontade de fugir de si mesmo, ou seja, "morrer, acabar, dar um fim" ao sofrimento.

A partir da experiência regressiva, o desafio de Augusto é superar a Síndrome de Vitimização usando a ferramenta que ele já usou em momentos importantes e decisivos de sua vida, quando ele decidiu não resignar-se com a pobreza material, ou quando decidiu enfrentar a ideia fixa de suicídio ao procurar ajuda psiquiátrica, depois terapias holísticas e automedicação homeopática. Ou ainda, quando ele deu um basta em relacionamentos afetivos complicados, sempre usando a ferramenta da percepção de momento. E, por último, quando ele enfrentou os medos do fundo do poço e conquistou a liberdade ao escalar a parede e alcançar a saída.

Portanto, a ação em conjunto, ou seja, psicoterapia, terapia floral, reiki e exercício da percepção de momento no cotidiano de sua vida, onde o racional supere o emocional, associado à relação afetiva íntima na qual a parceira seja mãe, amiga e amante, é o ponto de partida para que Augusto desafie os seus fantasmas interiores e supere a Síndrome de Vitimização, alterando positivamente o seu modelo emocional-comportamental de forma gradativa.

Neste caso, a experiência em estado alterado de consciência foi clara ao revelar a situação existencial de Augusto (o poço escuro), e a saída para a luz da consciência (determinação na escalada). Experiência que acrescentou qualidade no processo de autoconhecimento.



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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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