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Cuidar ou Ser Cuidado

Atualizado dia 20/10/2024 23:00:34 em Almas Gêmeas
por Ingrid Monica Friedrich


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Se temos livre arbítrio, não temos destino, e a existência de um é excludente do outro?

Ou temos ambos em nosso caminho? E se ao invés de pensar em um destino como local fixo a chegar, queiramos ou não, pensarmos nele como o verbo destinar: Eu me destino à __, ou seja, escolho me dirigir a este destino, ou posso escolher me destinar a outro, conforme manejo o leme e as velas de meu barco. Os nossos dons, talentos, habilidades desenvolvidas nos facilitam a jornada até esta destinação, e outras podem requer habilidades que não temos, e isto nos dificultar. É de nossa escolha o como, quando, em que velocidade, o ritmo, as paradas com que seguimos em diante até a nossa destinação, ação de chegar a um destino escolhido por nós, guiados pelo que somos capazes de dar conta, a cada momento. E podemos até desistir de nosso destino, ao encontrar em uma parada, algo que desejamos viver. Nosso poder de arbítrio é limitado por nossas condições de navegabilidade pela vida, e chegar ao que nos destinamos também.

19/10 A grande ilusão da personalidade humana é estar neste planeta para a busca de bens e status material, e acreditar que evoluir ocorre no plano financeiro e de prestígio entre humanos, um ponto de destaque, na busca de ser admirado.

Mas nascemos aqui, pelados e completamente dependentes, precisando de ajuda até mesmo para dar a primeira respiração e cuidados nos primeiros anos, para sobreviver.

Aprendemos nesta fase a receber cuidados, ter as necessidades supridas, como mágica- chorávamos e éramos supridos quase que imediatamente.

E isto nos enchia de prazer, nos tirava da dor da fome, sede, fraldas sujas.

Vinha alguém e nos tornava felizes.

Mas quantos humanos, na Síndrome de Peter Pan e Sininho se negam sair desta fase, de RECEBER CUIDADOS do outro, desejando que este atue como fonte inesgotável de suprir prazeres, bem-estar, como obrigação.

Mas uma criança saudável, aprende aos poucos a cuidar também, primeiro das suas coisas, a guardar brinquedos, manter sua roupa em ordem, não a rasgar, de seu calçado.

Se a família tem animais, aprende muito sobre receber amor, mas também a se controlar, ter limites para não machucar o animal, e aprende, por amor a cuidar dele, lhe dar água, comida, levá-lo a passear, brincar com ele, e respeitar quando ele quer ficar quieto, se preocupar com ele quando adoece, a ponto de sofrer muito por ele, focar toda energia em seu bem estar, a se endividar para pagar o veterinário, só para cuidar do animal amado.

Com isto, aprende a inverter, de ser cuidado, amado a cuidar como demonstração de amor e altruísmo.

Este se torna um humano nobre, que sabe cuidar do outro, seja animal, filhos, companheiro, pais ou até mesmo estranhos.

Muitas vezes cuidar de estranhos, aos que não estamos ligados emocionalmente, é muito mais fácil que cuidar da família.

Pessoas que são médicos, terapeutas, voluntários zelosos, mas que dentro de casa revelam outra face, a da criança mimada que quer ser cuidada, mas se nega a cuidar, e a cuidar de si mesma e se torna cruel quando quem devia cuidar dela, adoece e precisa que ela se torne cuidadora, renuncie ao egoísmo de só querer receber, para se doar completamente, exercitar o altruísmo, para cuidar de quem ama.

Um dos maiores aprendizados humanos é vencer o egoísmo e se tornar Generoso, Altruísta, a ponto de renunciar a seus próprios interesses, sonhos, expectativas por amor.

Este é o grande teste para uma alma.

Ser mesquinha e cruel ou ser generosa, altruísta, ficar feliz com a felicidade do outro, mesmo estando infeliz, frustrada.

Deixando de ser cuidada, para se tornar cuidadora, devolvendo à vida, todos privilégios recebidos cuidando da vida de quem é próximo, como um dia recebeu cuidados quando era frágil e dependente.

E quantos humanos fracassam nesta prova.

Preferem abandonar quem confia nelas, na hora da necessidade, do que se abrir para cuidar, doar-se, zelar pelo bem-estar de alguém por amor e não obrigação.

Procuram pessoas para desabafar, querem ser ouvidos, ganhar colo, mas são incapazes de dar colo, ter empatia, ouvir, apoiar, aquele que um dia, lhe estendeu a mão, acolheu e promoveu.

E como dói para a pessoa Generosa, se perceber sozinha, abandonada, oprimida, nos momentos de fragilidade, de doença, não podendo contar com ninguém.

Ao não receber aquilo que deu tanto aos outros, o não retorno de sua bondade.

O Cuidador que não é cuidado, não tem rede de apoio, mas sempre foi para quem o procurasse.

O generoso que recebe a ingratidão. Daquele que foi cuidado, mas que se nega a cuidar, a realizar a devolutiva.

O leal que recebe de retorno a deslealdade.

Sofre tanto que adoece e tenta o suicídio altruísta, porque não mais suporta se sentir um estorvo na vida daqueles que ama, prefere se retirar a ser um peso, a causar sofrimento.

Que dor é odiar a si mesmo, por se sentir um estorvo para quem ama, a ponto de querer sumir do mapa, deixar de existir.

E mesmo assim, o Narcisista só percebe sua dor de não mais contar com o cuidador e se apavora com a possibilidade de ter que cuidar daquele que sempre cuidou dele, prefere descartá-lo, no momento de maior fragilidade, talvez causando a morte inconsciente antecipada deste, por puro egoísmo e crueldade.

Como opostos se atraem, muitas vezes o altruísta atrai para si um narcisista e vice-versa, para um aprender com o outro e achar o caminho do meio:

O generoso aprende a colocar limites e a receber ao invés de sempre se doar.

O narcisista, para aprender a virtude da generosidade, de se doar para fazer alguém feliz, mesmo que isto lhe cobre o preço de renunciar a alguns luxos e prazeres da vida mundana.

Se prova que aprendemos a amar, não quando o amor é fácil, confortável, mas quando ele é exercitado em dificuldades, onde abandonar seria o mais confortável que cuidar.

O que seria das crianças com doenças como Down, autismo, cegueira, surdez, falta de membros, atrasos mentais, se os pais não os amassem a ponto de assumi-lo e doarem toda sua força para facilitar sua sobrevivência?

Alguém que sofre um acidente incapacitante mesmo por um período, se a família o descartar?

Diz-se que o primeiro sinal de humanidade encontrado na arqueologia, foi um fêmur humanoide quebrado e consolidado, pois isto exigiu que seu grupo, cuidasse dele, com alimento, água, segurança, condições climáticas, mesmo sendo um imenso peso 
e risco a segurança da sua comunidade.

O animal tem o instinto de abandonar sem escrúpulos o animal machucado, idoso, o filhote, sem condições de sobrevivência ou que coloca em risco o bando.

O que nos torna humanos, é nossa disposição de cuidar um dos outros.

Por isto a criança humana precisa de cuidados por muito mais tempo que qualquer outro animal, para despertar nossa humanidade e deixarmos de ser narcisistas, ter o instinto animal de abandonar quem exige ser cuidado, e não consegue se cuidar.

Ser Humano = Cuidar abdicando de si mesmo, ser altruísta...

Que um dia, a atitude altruísta, a generosidade seja parte da natureza humana, não exceção.
Texto Revisado


 

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Conteúdo desenvolvido por: Ingrid Monica Friedrich   
Ingrid M. Friedrich (CRT 44680) Atua com Psicoterapeuta Alquimista e Junguiana- Conselheira Metafisica, Mediúnica e Profissional-Terapeuta Breve-Lado Sombra, Reprogramação Autoimagem, PNL, e técnicas em sincronícidade, como facilitadora no processo do autoconhecimento, em busca de melhor qualidade de vida.
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