Duas Existências Opostas
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 10/05/2015 23:02:33
Deus é o único doador e nós somos seres receptores da força emanada pelo criador. Quando nos transformamos em pleno receptor da luz divina nulificamos o ego e o novo ser emerge dentro de nós. Quando temos o ego ele quer ser igual a Deus doando coisas materiais aos outros, e também, imitando o novo ser doando prazer ao corpo físico através dos sentidos somáticos.
No processo de nulificação do ego o primeiro patamar espiritual que podemos atingir é captar a luz divina e sentirmos a paz profunda por estarmos em sinergia com Ele. Essa beatitude silenciosa nos completa totalmente nos desconectando de todas as coisas do mundo, e nesse silêncio profundo sentimos pela primeira vez o que é felicidade espiritual.
Diante do exposto podemos dizer que durante a nossa existência podemos passar por dois estados diametralmente opostos sendo que o primeiro é o nível egótico onde a essência do egoísmo possui o desejo de doar a outras pessoas coisas materiais e sentirmos prazer fundamentado nos sentidos físicos, estando preso ao mundo dimensional, nesse caso o ego sente poder de doar e de receber prazer. O segundo estado se manifesta pela morte do ego, abertura da semente que foi plantada por Deus em nosso interior, e nesse caso, somos unicamente receptores da doação da luz divina.
A natureza do ser humano é apreciar e desfrutar a qualidade de doação originada de Deus e depreciar ou não aceitar receber a doação do ego, de outra pessoa ou da sociedade. O homem espiritual está associado a doação divina e o homem carnal está ligado a doação do ego e do mundo.
Um texto cabalístico salienta que: “quando uma pessoa encontra com um amigo que o convida para jantar o convidado rejeita mesmo que esteja com muita fome porque aos seus olhos é humilhante receber um presente de seu amigo, no entanto, quando o amigo implora o suficiente a pessoa aceita o convite, pois ficou claro que o comer está em fazer um grande favor a seu amigo. Depois que passou a pensar que o aceitar o convite estaria fazendo alegria do seu amigo à pessoa aceita o jantar, pois, já não sente que está recebendo um presente, não sente que está recebendo uma doação do amigo, mas sente que ele mesmo está doando felicidade ao seu amigo em aceitar o convite, está fazendo um favor ao amigo”.
Nesse texto ficou claro o posicionamento do ego que deseja ser o doador e ao mesmo tempo o recebedor do prazer, posição totalmente diferente do ser que está expandindo a consciência em direção ao divino que se coloca na condição exclusiva de recebedor da luz emanada de Deus.
O ego possui por característica o doar coisas mundanas e satisfazer os sentidos do corpo, sendo que, a alma ou consciência se coloca como receptora da energia divina que não possui nenhuma relação com as coisas do mundo e satisfaz a Deus em ser receptor de sua energia.
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