É preciso saber dizer não!
Atualizado dia 4/23/2017 7:57:19 AM em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
As desculpas: “Não adiantaria nada, ele (a) não iria escutar; aceitar etc”. “Tentei, mas não consegui, a discussão seria inevitável, então preferi ceder” e muitas outras mais. Cada um de nós tem uma para explicarmos o porquê o “não" ficou entalado. Pais dizem "não" aos filhos em bom número de vezes apenas para “despejar” seus "nãos" não ditos. Sem pensarem sequer se faz sentido o que eles estão solicitando ou dizendo. Eis aqui ele sendo utilizado como autoafirmação e como pôr um fim em uma conversa que nem começou. Depois se fala em diálogo com os filhos.
Aproveito para deixar aqui um alerta aos pais: dialogar com os filhos não é falar o que se quer sem escutá-los e achar que fizeram sua parte. Conversar com eles é muito mais escutá-los em suas ideias e anseios e então poder orientá-los. Saber dizer não é ser assertivo.
Assertividade é o posicionar-se corretamente frente cada situação, mais do que o que diz, é a postura de como se diz. Para ser assertivo, ao contrário do que muitos pensam, não é necessário ser agressivo e manter distância das pessoas. É ter claro o que se tem para dizer e fazê-lo sem agressões, mas com a firmeza que a situação exige. Observamos casais com muitos anos de relacionamento onde um deles é a sombra do dito do outro, porém a própria postura corporal desmente tamanha aparente concordância.
Há pouco tempo presenciei o marido fazendo uma afirmação sobre determinado assunto onde buscou a concordância da esposa para dar mais ênfase ao que dizia. Ela o fez em palavras, contudo sua postura transmitia vergonha pelo que ele dizia. Todos notamos, menos o marido.
“Cada não necessário e não dito é a permissão da invasão do outro em terreno que só a mim pertence”. Ela expressou assim o quão pequeno era seu círculo de influência na relação que estabelecera com seu companheiro. Hoje já não podia nem ter vontade própria na escolha do restaurante ou comida, pois tinha que ser sempre do jeito dele. Mas não fora sempre assim. Ela se impunha e se fazia respeitar, ele aceitava com reclamações. Um dia resolveu seguir os conselhos de sua mãe: “Não se desgaste, isso não é importante”. Arrepende-se amargamente, pois agora sentia-se uma verdadeira boneca que só balançava a cabeça para frente e para trás, nunca mais para um lado e outro.
Alguns casais até dizem o que sentem, porém, de forma agressiva e que termina sempre em ofensas e mal estares. Parecem que são incapazes de exporem suas ideias, percepções ou o que desejam de maneira calma e, posso dizer, civilizada. Nas relações profissionais, a falta de assertividade é uma das principais causas de insatisfações no clima do trabalho, afetando diretamente a produtividade, consequentemente repercutindo nos resultados numéricos ao final do mês.
O patrão que acha que todo funcionário só entende com gritos, que funcionários não pensam, portanto, nem precisa escutá-los em suas tentativas de trazer suas ideias; gestores que se imaginam seres heroicos, esquecendo que seus resultados dependem totalmente de seus subordinados, são principalmente estes que sempre se sentem “boicotados” por suas equipes de trabalho. É importante frisar que dizer “não” não representa a negação da pessoa que o escuta. Se diz "não" para alguma coisa ou para algo. Não são as pessoas que estão em questão. Muitos que escutam um "não" sentem como se fosse uma rejeição à sua pessoa. É preciso amadurecer. É preciso crescer.
Duas perguntas que podem ocupar bom tempo de reflexão: como digo os nãos? Como recebo os nãos em minha vida?
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