Expansão da Percepção
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 4/20/2015 9:57:19 AM
Existe uma realidade que é o plano de Deus que se desdobrou em vários mundos chegando ao reino que está totalmente afastado do criador predominando a ausência total de luz. Esse mundo das trevas é o nosso mundo que estamos inseridos. O objetivo da queda ou afastamento da luz possui o propósito de desenvolver a nossa consciência autorreferencial para que possamos aproximar do criador através do nosso próprio desejo de estar junto Dele ascendendo com base em nossa própria liberdade. Antes do afastamento da luz todos os seres viviam em unidade com o criador, mas sem autorreferência, assim sendo, o processo de queda está inserido na própria obra da criação e do amor divino.
Nas profundezas do abismo passamos pelo reino mineral, vegetal, animal, falante e almejamos o reino das divindades que representa o início do retorno. No reino dos falantes desenvolve o desejo de autossatisfação que forma o ego que é uma estrutura de desejo em se satisfazer, logicamente se opondo a realidade que é doação plena.
Sabemos que desejos semelhantes se atraem e desejos opostos se repelem, diante disso os desejos egóticos formaram um mundo específico separado da realidade original. Nesse mundo egótico houve a formação dos corpos densos criados pelo próprio desejo para que cada ego pudesse se satisfazer. Não resta dúvida que esse mundo é produto dos desejos individualistas que formam uma rede interconectada conectando a todos. Não podemos evitar essa conexão sendo um sistema integral, tudo afetando a todos e todos influenciando cada um e cada um afetando a todos. Estamos inseridos dentro dessa rede de impulsos subjetivos de satisfação própria ou inconsciente coletivo que nos circunda fazendo-nos sentir que estamos separados gerando uma visão que nos parece esse mundo. Não vemos que estamos conectados, sentimos que estamos separados, que morremos, temos um corpo, estamos vivendo uma vida normal. Dentro desse mundo da supremacia da satisfação não temos nenhum desejo pelos planos mais elevados.
O ego sabe que não existe nenhum mecanismo ou método para expandir a sua percepção além dos limites do mundo das trevas. Nós que somos seres egóticos devemos saber que não existe salvação para o ego, não existe mecanismo para alcançar o criador por intermédio de qualquer tipo de ação com o próprio corpo ou estrutura corporal incluindo os nossos pensamentos, emoções e sentimentos, pois eles estão contaminados pelo individualismo. Qualquer jogo que fazemos aqui nesse plano não vai nos levar ao alcance da realidade eterna.
A palavra Deus significa “o todo atrativo” assim sendo a força de Deus está sempre, no presente, no aqui agora atraindo as almas para junto Dele e no momento em que a alma, no interior de cada ego, começa o seu despertar, quando a semente inicia o seu germinar surge um novo desejo oposto ao desejo do ego. O desejo da alma atraída por Deus possui um programa totalmente diferente de todos os conhecimentos egóticos e essa alma ou ponto no coração é o início de um novo programa de percepção, entrando em contato com camadas mais sutis não tendo nada haver com o ego, com o corpo, mente, pensamento, raciocínio.
O desabrochar da alma implica a conscientização da existência de algo além desse mundo egótico e nesse ponto entramos no deserto significando uma nova percepção que nos afasta de todas as ilusões do corpo e da sociedade, inclusive que o criador é onipresente estando no nosso interior nulificando todo tipo de busca por Deus. O prazer é substituído pela paz; o diálogo pelo silêncio; o ter pelo ser; o receber pela doação. O mundo das trevas é o local da transmutação, a passagem do ego para a consciência da alma. O desabrochar da alma é o nascimento do novo ser, é o nascimento pela segunda vez, onde entramos em uma nova realidade, na realidade criada por Deus.
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