Folha em branco
Autor ALZiRiTA
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 17/05/2008 23:38:39
Folha em branco…
Tão pura, imaculada, vazia de tudo, porém, repleta de possibilidades mil...
O que deseja de mim? O que devo escrever nesse campo de neve virginal, de uma humanidade perdida nos tempos de cólera global orquestrada pelo descaso de “seres ditos humanos”, protetores, benfeitores, salvadores da pátria mundial...
- Óh! Insensatez, alucinação, psicose cruel.
Folha em branco...
Incólume, ecumênica, centralização da força do meu pensamento frenético. Que árdua tarefa está-me impingindo! Eu estava tão quieta no meu cantinho mágico, imaginando belezas infinitas, desfrutando do prazer de um silêncio repleto de sons emudecidos pela perplexidade de visões de encantamentos múltiplos, revividos na quimera dos meus pensamentos juvenis...
- Ah! Doce ilusão de paz perene.
... A saudade mata a gente / morena / a saudade é dor pungente... (Cantando).
Folha em branco...
Silenciosa enigmática. Ao olhar pra você, um arrepio incontrolável percorre a minha coluna, e sem pedir licença, invade a minha alma provocando sentimentos desconexos, desvairados, delirantes...
- Que loucura!
Folha em branco...
Mistério profundo. Uma sensação de não me pertencer, de ter sido abduzida, de estar flutuando numa cápsula de um foguete desgovernado rumo a um planeta longínquo, embota totalmente o meu ser...
– Que angústia!
Folha em branco...
Tormento meu. Como é penoso descrever o que se passa na minha imaginação! Organizar o meu raciocínio sem tino para dizer o que sinto! Arranca-me dos caminhos plenos de complexidades e reconduza-me a um caminho reto, seguro. Dá-me uma pista! Vamos conversar acertar as nossas arestas. Sinto-me abandonada, sozinha com o meu desnorteado pensamento!
– Ajude-me! Estou desesperada!
... Me desespero a procurar / Alguma forma de lhe falar / Como é grande o meu amor por você. / Nunca se esqueça, nem um segundo / Que eu tenho o amor maior do mundo / Como é grande o meu amor por você. (Cantando).
- Quem está cantando? Apareça! Quero conhecer você!
- Adoro essa música: “Como é grande o meu amor por você”. É uma das minhas favoritas! - Estou aqui! Talvez, você não consiga me ver.
- Como assim... Não poderei ver você? Decifra esse mistério, por favor. Estou curiosa. Diga-me o seu nome!
- Eu sou o espírito dessa folha em branco. A minha forma é etérea. Sou energia.
- Não posso lhe ver e nem lhe tocar?
- Muitas pessoas têm essa capacidade; quanto a você... Vamos fazer um teste: Sente algo quando aproxima sua mão de mim?
- Não, apenas ouço a sua voz.
- Não tem importância. Estou aqui para conversarmos. Sou toda ouvidos!
- Essa é boa! Você tem ouvidos, é? Por essa não esperava!
- Eu sou energia, já disse! Faço parte do universo. Sou uma metamorfose ambulante. Um radar poderoso, atento aos acontecimentos existentes no mundo.
- Essa conversa está tomando um rumo muito estranho! Será que estou enlouquecendo... Literalmente?
- Estou satisfazendo o seu desejo! Vim para dar um fim ao seu desespero. Na realidade, quem está precisando de ajuda, sou eu, pois chegou à hora de externar os meus sentimentos e, somente através de uma pessoa de carne e osso, no caso, você, a minha vontade poderá se realizar.
- Maravilha! Vamos aos fatos. Use e abuse de mim!
- Fiquei tremendamente perplexa com os adjetivos que você usou em relação a mim no início desta sua narrativa.
- Como assim? Não estou entendendo! Refresque a minha memória.
- Você escreveu: ... Tão pura, imaculada, vazia de tudo... Campo de neve virginal, incólume...
- Fui sincera em descrevê-la assim! Sua aparência, tão...
- O problema está justamente aí, na aparência! Você conhece muito bem o ditado: “As aparências enganam”. Pois é... Nada mais verdadeiro do que este ancestral ditado.
- Seja objetiva! Qual a relação do ancestral ditado, com você, folha em branco? Que loucura!
- Seria tão bom se eu fosse como você me descreveu... Infelizmente, de imaculada, pura etc, eu não tenho nada! As intempéries da vida que eu enfrentei, deixou-me maculada de sangue, impura, despedaçada pelos sofrimentos impressos no frágil papel reciclado do qual fui concebida.
- Quanta tristeza habita em você!
- Não sinta pena de mim! Eu sou perseverante! A esperança nunca me abandonou! Sempre acreditei e continuarei a acreditar que, um dia, alguém decifraria os vestígios invisíveis que permanecem impressos em mim - de palavras soltas, desconexas, de falsas juras de amor, de perdas profundas, de sonhos e mais sonhos perdidos pela imensidão da noite solitária levada pelo vento amigo –, escreveria uma nova história de vida, ou outras histórias, onde seriam firmadas nas puras cores do arco-íris, lindas palavras de incentivo, amor, fé e felicidade.
- Belas palavras, folha em branco!
- Desejaria, melhor dizendo, desejo de coração ser abrigo: De um mundo de encantamento, do realismo mágico, do mistério insondável, do realismo científico, filosófico, imediato, da inocência de todos os seres...
- Muito bem! Realizarei com imensa satisfação seus desejos, minha amiga de todas as horas e ocasiões... Em sua homenagem, escreverei uma história de amor:
ERA UMA VEZ...
... E ASSIM, ELES VIVERAM FELIZES! NUM MUNDO DE ENCANTOS MIL.
- Que alívio! Se todos fossem iguais a você...
- Alegria! Vamos cantar! Quem canta os males espanta:
Lá-lá-lá /Sou feliz / por isso estou aqui/... /lá-lá-lá-lálálá...
Avaliação: 5 | Votos: 10
Musicoterapeuta, Radiestesista e Escritora. Criou o Portal SER - Saúde, Energia & Resgate / Centro de Qualidade de Vida & Desenvolvimento Humano, com a intenção de proporcionar recursos de informação para as pessoas que buscam o autoconhecimento. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui. |
