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Minha casa

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Autor ALZiRiTA

Assunto Almas Gêmeas
Atualizado em 8/7/2008 1:09:20 AM


Um mar de lembranças armazenadas em meu coração, emergem mansamente pedindo licença para expressar meus sentimentos trancafiados a sete chaves. As lembranças guardadas no porão da minha mente tornaram-se nítidas no aqui e agora.
Volto no tempo – meu passado – minha casa querida...

Nesse exato momento, uma melodia se faz presente... Ouço com atenção a canção: “Ó abre alas/que eu quero passar/ Ó abre alas que eu quero passar”... Passa – passaraio - passarinho a gaiola está aberta, nada impede a sua liberdade – Voe! Cante! Alegre com o seu canto, a bela primavera que surge na janela escancarada do meu quarto: Meu recanto. Meu sossego. Aconchego. Meu porto seguro. Meu cais. Meus ais. Minha Berceuse – minha canção de ninar (“Dorme filhinha/do meu coração/mamãe”...). Cirandas e Cirandinhas (Vamos crianças. Vamos todas cirandar. Cada aluno de braços dados com o seu par. A cortina vai abrir! Vamos lá). Meu Prelúdio de Chopin. Meu Adágio de Albinoni. De Ludwig Van Beethoven - a linda Sonata ao Luar.

Minha adolescência. Meu “Caderno de sonhos”. Meus “castelos de areia”. Meu “príncipe encantado” – Meu primeiro namorado. Meu primeiro beijo (roubado!), na entrada da casa, encostada no portãozinho de madeira, sob a luz do luar e do céu estelar... Já ia me esquecendo de citar o perfume suave do jasmim e a tímida arvorezinha florida, envergonhada por espreitar o meu segredo. Minhas primeiras desilusões. Tristezas. Revoltas, impondo aos meus pais, minha independência. Meu amigo - meu travesseiro -, pobre coitado, aturando minhas cenas teatrais, meu choro incontido, minhas lágrimas desgovernadas molhando seu frágil corpo macio de penas de ganso.

Minha casa não tem varanda, infelizmente, pois adoro varandas!
Revisitando a minha memória afetiva... Lembro-me do meu lugar predileto para conversas tête-à-tête, na calada das noites infindáveis enquanto meus queridos pais e meu irmão amado dormiam nas suas camas macias, como algodão doce. Essas conversas aconteciam, como já disse, à noite; pois durante o dia, principalmente na parte da manhã, o trânsito no corredor da casa que conduzia ao meu lugar predileto, ao local onde estava o meu “terapeuta para assuntos pessoais - o meu espelho”, (fixado acima do lavado no único banheiro da casa), era definitivamente impossível de acontecer. Nem pensar!

Pensando bem, havia motivos para esse impedimento: Meus pais, eu e meu irmão, acordávamos apressados. Era uma confusão geral. Meu pai, impaciente, falava alto, esbravejava: “agora é a minha vez! Não demora menino!”. Minha mãe, com a sua calma de sempre, tentava colocar ordem no pedaço. - Pura ilusão, coitada! O estresse imperava, pois tínhamos horários pré-estabelecidos para chegarmos – meu irmão e eu, na faculdade, e meus pais - nos seus respectivos trabalhos. Era um verdadeiro caos!
Hoje, recordando essas confusas manhãs, um sorriso aflora em meu rosto aquecendo o meu sensível coração.

Retomando ao fio da meada... Já adulta, nas minhas noites críticas, quando a solidão, a depressão e a ansiedade me envolviam, dirigia-me silenciosamente, ao meu lugar predileto para ter uma conversa aberta e sincera com o meu querido espelho – meu “terapeuta” incansável! Quantas perguntas, dúvidas e mais dúvidas... afloravam do meu frágil ser em busca de respostas, conselhos, sábias reflexões, diretrizes a seguir... Às vezes, timidamente, olhava para o espelho e perguntava: Espelho, espelho meu... existe alguém mais idiota do que eu, na face da terra? – Como resposta, o espelho apenas sorria para mim. Outra noite, perguntava: Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita e feliz do que eu? – Como resposta, o espelho balançava negativamente a cabeça.

Numa noite chuvosa e fria, perguntei ao meu amigo: Espelho, espelho meu, quem sou eu? Como serei quando envelhecer? O que será da minha vida? - Como resposta, o espelho disse: “Minha jovem, olhe bem nos meus olhos. Você não me reconhece? Eu sou a sua alma! Todas as respostas estão no seu coração! É preciso acreditar em você! Na sua capacidade de encontrar as soluções para os seus questionamentos! Basta voltar para o seu interior, fazer silêncio e ouvir a voz do seu coração – a minha voz -, minha querida!”.

Amo a casa da minha meninice. Dos meus sonhos pueris. Da minha juventude. Maturidade. Do meu passado. Meu presente. Quiçá meu futuro.


Música ambiente: “Sonata ao Luar” - Ludwig Van Beethoven



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Musicoterapeuta, Radiestesista e Escritora. Criou o Portal SER - Saúde, Energia & Resgate / Centro de Qualidade de Vida & Desenvolvimento Humano, com a intenção de proporcionar recursos de informação para as pessoas que buscam o autoconhecimento. E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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