Mundo sem fronteiras
Atualizado dia 9/5/2015 11:39:37 PM em Almas Gêmeaspor Flávio Bastos
Aos poucos, fronteiras demarcadas, nacionalidades, raças, religiões e divisões continentais, dão lugar a uma nova consciência em relação a um mundo habitado chamado Terra. Consciência ampliada que visualiza o ser humano como um cidadão do mundo e não mais como um indivíduo alienado do contexto global e universal.
Os sinais destas mudanças são perceptíveis a quem tem "olhos de ver e ouvidos de ouvir" além dos cinco sentidos. Mas basta observar os movimentos sociais das duas últimas décadas para concluirmos que aumentou consideravelmente o número de refugiados que fugiram de seus países por causa de fundado terror de perseguição relacionado à raça, religião, nacionalidade, opinião política, conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.
Tal êxodo, sem precedentes na história da humanidade, e calculado em mais de 46 milhões de refugiados no mundo, revela em seus bastidores, uma tendência inserida em um contexto globalizado que encurtou distâncias e aproximou as pessoas através da moderna tecnologia.
Nesta lógica, a morte do menino sírio Aylan Kurdi, que comoveu o mundo nesta semana, tornou-se o símbolo da tragédia dos refugiados. A partir do trágico acontecimento, passamos a sentir a dor do outro, nosso semelhante, ou a refletir a nossa "secreta" dor na tragédia alheia, que não deixa de ser nossa e de todos pelo viés humano. Essa "empatia" provocada pela experiência do sofrimento, inerente à natureza humana, ainda mais tratando-se de uma indefesa criança, está despertando consciências para a necessidade do acolhimento de refugiados em permanente situação de risco.
Outra situação que passa despercebida porque pertence ao futuro, mas que encontra-se em andamento, e que cedo ou tarde causará uma emigração em massa de refugiados, é a alteração climática do planeta, que afetará drasticamente a produção agrícola em função das chuvas e das secas prolongadas em determinadas regiões. A mudança climática, à medida que for se intensificando nestas regiões, provocará ao natural, o êxodo a regiões do planeta onde as condições de sobrevivência permanecem razoáveis. A partir deste momento, a divisão e ocupação de espaços físicos será uma questão de sobrevivência e de superação do risco de extinção da espécie humana. Fato que aproximará as pessoas pela necessidade, mas que ficará marcado na história terrena como a época que o homem despertou para o amor fraterno.
Na verdade, o que ainda separa o homem de sua essência divina são as crenças fundamentadas na ilusão da matéria, geradoras da energia do ódio, do orgulho, da ambição desmedida, do fanatismo e da violência. Nem a morte do corpo físico, rodeada de mistério e incertezas em relação ao além-túmulo, faz o homem refletir profundamente sobre os significados da vida.
Neste sentido, o Evangelho Segundo o Espiritismo registra o que vem a ser a "Verdadeira propriedade", ou seja: O homem não possui como seu senão aquilo que pode levar deste mundo. O que ele encontra ao chegar e o que ele deixa ao partir, goza durante a sua permanência na Terra. Mas, desde que é forçado a deixá-los, é claro que só tem o usofruto e não a posse real. O que é então que ele possui? Nada ao que se destina ao uso do corpo e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Eis o que ele traz e leva consigo, o que ninguém tem o poder de tirar-lhe e o que ainda mais lhe servirá no outro mundo do que neste. Dele depende estar mais rico ao partir do que ao chegar neste mundo, porque a sua posição futura depende do que ele houver adquirido no bem. As posições daqui não são compradas mas ganhas pela prática do bem; com o dinheiro podeis comprar terras, casas, palácios, mas aqui só valem as qualidades do coração. Sois ricos dessas qualidades?
Portanto, sob o prisma da reencarnação, o simbolismo que acompanha o indivíduo durante as muitas vidas do espírito imortal, é relativo à influência cultural de sua trajetória. O simbolismo pátrio, por exemplo, ou o sentimento nacionalista são ilusões transitórias que se perdem ao longo da trajetória existencial. Se hoje nascemos brasileiros, amanhã podemos nascer chineses e depois de amanhã, "cidadãos do mundo".
Lógica que corresponde à síntese de inúmeras experiências regressivas realizadas no âmbito da psicoterapia interdimensional, que confirma a inutilidade de alimentarmos sentimentos onde o orgulho, a prepotência e a intolerância fazem seres perversos, enquanto a simplicidade, o acolhimento, a caridade e a tolerância, nos fazem seres lúcidos e acessíveis à energia do amor.
O gesto de braços, mentes e corações que se abrem para acolher os refugiados de hoje, é extremamente significativo se considerarmos os refugiados do amanhã, pois revela uma tendência, uma abertura e, ao mesmo tempo, o final de um ciclo no qual o nosso planeta era geograficamente dividido.
O futuro nos reserva a dor acompanhada de doses crescentes de amor, no sentido de compreendermos que somos irmãos. Esta aceitação nos levará à construção de uma sociedade na qual cada indivíduo é valorizado por sentir-se cidadão de um mundo sem fronteiras e em plena fase de regeneração espiritual.
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui. |