Nas sombras da inconsciência
Atualizado dia 16/05/2015 17:51:38 em Almas Gêmeaspor Flávio Bastos
No espaço psicoterapêutico nos deparamos com experiências de dor e sofrimento. Marcas de uma história de vida que calou fundo no indivíduo, cujas feridas permanecem expostas à espera de algo que alivie a sensação de desespero. Realidade na qual a fantasia ou a ilusão inexistem porque a esperança ainda é um vago conceito perdido nas sombras da inconsciência.
Neste cenário complexo e geralmente caótico, a psicoterapia entra no drama da pessoa e aprofunda-se na sua história de vida, sem, no entanto, participar de seus longos capítulos onde as lágrimas da tristeza marcam a trilha dos fatos pretéritos.
Trilha que conduz a psicoterapia ao flagelo das experiências relacionais ocorridas na infância, onde seus desdobramentos provocam tsunamis psíquicos na vida adulta, a ponto de interferir incisivamente no âmbito dos relacionamentos e travar o fluxo vital do indivíduo.
Situação que não requer o uso de "pílulas do otimismo" ou palavras de conforto porque o sofrimento é real, e sendo real, torna-se crônico, intenso enquanto experiência repleta de marcas que permanecem agindo na inconsciência e provocando ondas de angústia e desespero.
Portanto, ser psicoterapeuta é ter a percepção apurada para fazer a leitura do inconsciente da pessoa que sofre as consequências de um passado que repercute intensamente em forma de patologia observada como a desarmonia do corpo e da alma.
Ser psicoterapeuta é resgatar o indivíduo para a percepção de si mesmo e do sentido da vida sem desconsiderar o seu passado, e usar a sua experiência de sofrimento como aliada no processo de aprendizado e libertação das amarras psíquicas que dificultam a sua caminhada vital.
A psicoterapia é um desafio no sentido de alterar um padrão emocional-comportamental que acompanha o indivíduo há muitas vidas. Desafio de tornar mais leve o "fardo" a ser carregado pela estrada do autoconhecimento. Caminho no qual o senso de autorresponsabilidade é instrumento de orientação e de inserção no palco da vida.
Palco que não admite sósias, mas o próprio indivíduo no desempenho de suas funções como ator principal, cuja atuação é única e intransferível, já que os demais atores são coadjuvantes eventuais que desempenham papéis específicos ou secundários no âmbito dos relacionamentos.
Ao apurar a percepção de seu papel no palco da existência, o indivíduo resgata a individualidade perdida no confuso emaranhado de seu passado, pois passa a assumir de forma lúcida e focada, o seu verdadeiro papel no filme da vida, ou seja, deixa de ser coadjuvante para assumir a função que a natureza lhe confiou.
O "estado de coisas" de uma pessoa sofrida expressa o quanto ela tem sido oprimida pelas suas próprias escolhas e pelas influências na relação parental, que tem um peso considerável na balança da existência. Nesta lógica, a psicoterapia deve entrar na alma do indivíduo como um pesquisador atento que mergulha nas profundezas do oceano para registrar as suas impressões, pois "ajudar", no sentido terapêutico, exige conhecimento dos mecanismos que formam a psique humana.
Em muitos casos, o indivíduo procura no(a) psicoterapeuta, o pai ou a mãe que faltou na sua infância, ou seja, uma figura referencial substituta que possa ajudá-lo ou orientá-lo a encontrar um caminho seguro a ser seguido. No entanto, não se trata de aconselhamento, mas de conhecimento no sentido de ajudar sem ser conselheiro, confidente ou pai e mãe, pois terapeutizar é assumir responsabilidades na interação com o outrem, e com domínio de técnica inserida em método de trabalho, seja no âmbito da psicoterapia tradicional ou na esfera da psicoterapia alternativa.
São inúmeros os casos de pessoas que buscam, na psicoterapia, uma percepção e sensação que nunca experimentaram na relação com o amor, uma vez que encontram-se intoxicados pelo desamor, isto é, pelo resultado de significativos traumas ocorridos na infância. Sequelas que precisam ser investigadas e interpretadas pelo profissional da alma durante o processo terapêutico.
O maior compromisso da interação terapêutica é o corte da sintonia com um passado cujos "fantasmas" permanecem aterrorizando suas vítimas. Às vezes, de uma forma impiedosa e sistemática, onde a regressão de memória torna-se um importante elo de ligação -e conexão- com registros que encontram-se apagados das memórias cerebral e extracerebral, mas que podem ser recuperados numa sessão regressiva.
Este desafio, no entanto, enfrenta-se com determinação, seriedade e ferramentas oriundas de um conhecimento adquirido ou apropriado, que é ilimitado, à medida que a consciência humana expande-se, superando os limites estabelecidos pelo materialismo.
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui. |