Necessidade x Vontade!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 2/8/2016 10:21:25 AM
Em todas as conversas sobre educação infantil e de adolescentes se faz coro no dizer que está tudo errado. Que os pais não sabem mais educar seus filhos, que deixam “rolar solto”, que não possuem mais voz ativa e assim por diante. O assunto se intensifica e atinge as raias da indignação, pois significativo número de crianças e jovens realmente não possuem noção de limites. Vivem a vida como se só eles existissem. Eis o desrespeito estabelecido e a dificuldade dos pais em ter ascendência sobre eles. Mas serão os pais esses monstros descritos nas conversas? O quanto de critica aos outros não se refere também a quem a faz? Quem critica não tem filhos? Ou têm e todos são angelicais. Durante muito tempo os espaços dados às crianças e adolescentes foram muito estreitos. Bastava um simples olhar para fazê-los se aquietar e mesmo tremerem, pois o chegar em casa seria desastroso. Da extrema severidade ao respeito a eles, crianças e adolescentes, há o espaço intermediário, o período de transição e como normalmente acontece, quando se sai de um extremo vai-se diretamente ao outro. Saímos do nada pode para o tudo é valido. Se antes era dado a eles apenas o necessário para o viver e crescer, mas de forma rígida e sem flexibilidade, sem que pudessem ter liberdade de participação em suas escolhas, ao se tornarem adultos trouxeram consigo todo o “ranço” desse período tao engessado. Propuseram-se a serem diferentes que seus pais. A darem a seus filhos muito mais liberdade e o direito de escolha sobre suas vidas. Uma bela proposta de respeito ao querer desses pequenos e jovens seres humanos. O grande desencontro se estabeleceu quando da confusão entre respeitar a vontade deles saiu do admitir que possuem um querer próprio, um dos significados de vontade, para um outro significado dessa mesma palavra, que é capricho, que significa vontade súbita sem razão. Fantasia, que significa obra criadora, nesse caso evocando desejos sem pesar consequências, e veleidade: vontade imperfeita e mal formada, sem resultado. Hoje os pais estão confundindo com respeitar seus filhos com o alimentar de caprichos, fantasias e veleidades. A identificação de que crianças e jovens, tais como os adultos necessitam de reconhecimento e respeito foi o grande impulsionador dessa transformação. E como colocado acima, em vez de se dar a eles o que tinham de necessidades, foi-se para as vontades. Dar o que é necessário significa fornecer tudo que é indispensável para o bom desenvolvimento, crescimento. Oferecer o que tem que ser. Vejam: O que tem que ser. Disciplina também é uma necessidade que as crianças e jovens têm. Os pais estão confundindo o não atender caprichos com estarem bloqueando seu desenvolvimento, acham que estão criando barreiras para seus filhos. Ao fazerem isso não estão dando a eles o que se faz necessário. É preciso sim respeitá-los, e com isso estabelecer limites, que os levará ao respeito aos outros. É necessário identificar os valores que precisam transmitir a eles e então fazê-lo, e isso ocorre no dia-a-dia. Criar filhos é ter uma sequência de “sins e nãos” a cada momento. É a manifestação do amor e vale lembrar que amar se manifesta em nossas ações e não em nossos discursos. Quando você repreende amorosamente seu filho, sendo enérgica, não agressiva, isso é amor. Quando você diz que o ama, mas faz vista grossa ao comportamento que lhe desagradou nele apenas para evitar mal estar, isso não é amor. É egoísmo seu. Se vocês, pais, avós, estão entre os que dizem que seus filhos pequenos têm personalidade e opinião própria, e não conseguem direcioná-los, vocês estão apenas atendendo às vontades deles, não estão oferecendo o que eles necessitam. Busquem ajuda e rápido. Saibam que são os grandes responsáveis pelos maus cidadãos que se tornarão. A vida não os poupará como vocês estão a fazer. Sejam pais, eduquem. No futuro eles serão seus amigos.
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