O isolamento pessoal - muita dor
Autor Paulo Valzacchi
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 04/02/2011 09:52:37
Toda a situação tem sempre um outro prisma a ser visto.
Para Lúcia havia apenas um, o seu.
Lucia chegou ao consultório carregada por uma amiga, que já havia realizado terapia a meses atras e isso a tinha ajudado e muito.
Mesmo diante do fato de que terapia pode auxiliar nos processos de cura interior, Lucia se via cética.
No começo ela estava extremamente "blindada", conhecer suas tristezas, suas mágoas, suas esperanças e seus desejos era algo de dificil acesso, até que ela se rendeu.
Ela me disse que havia sido abandonada pelo namorado, uma coisa muito comum nos dias de hoje, mas ela se sentia traída e frustrada, o abandono teve um impacto fulminante.
Diante disso começamos a analisar as origens e causas desse processo doloroso.
Não foi nada agradável, é como se você tirasse aquele band-aid antigo de uma ferida que esta cheio de pus.
Quando tocamos na ferida, a dor vem átona.
Mas é preciso limpar!
A princípio se tem muita dificuldade de chegar no ponto exato de tudo e para meu espanto, o namorado não havia abandonado Lucia,
a verdade era uma só:
ELA HAVIA SE ABANDONADO A MUITO TEMPO.
Essa foi uma das conclusões mais difíceis a se chegar, mas era a mais pura verdade.
Lucia se tornou com o tempo uma pessoa fechada, toda pressão que chegava até ela, seja nos relacionamentos afetivos, familiares ou pessoais, ela se isolava e não saia da " toca " até tudo passar.
Isso se tornou um hábito, criado desde a infância dificil que ela teve.
Infância onde ela via seus pais brigarem muito, e sem tomar partido de um ou de outro, se isolava até tudo passar.
Esse fato foi o construtor de sua personalidade.
Com seu companheiro não foi diferente, ele certamente a amava muito, mas chegou a um ponto, que não dava mais, ele a pressionou para as mudanças, para o entendimento, e ela não só rejeitou, como rompeu os laços de forma imatura com a finalidade de afastá-lo, afinal sua personalidade estava em perigo.
Depois que conversamos muito sobre isso, ela percebeu como funcionava o mecanismo, e como perdeu as mais extraordinárias oportunidades de ser feliz.
Com o tempo e nada melhor que isso, ela se tornou mais flexível, e diante dos problemas embora o mecanismo ainda se ativava, Lucia conseguia quebrar o ciclo e pouco a pouco tomou consciência de que esse processo a faria infeliz.
Dessa forma ela mais uma vez foi se achegando ao seu ex-companheiro, e conseguiu operar milagres, uma vez que iniciou de forma madura uma conversa, soube colocar decisivamente os seus pontos de vista, foi se abrindo aos poucos e assim atingirá um grau de maturidade maior.
É claro que para romper tudo isso realmente há necessidade de um profissional, ou de pessoas que possam mostrar não de forma crítica, mas sim, clara, como funciona tudo isso.
As vezes ao mostrar a incoerência de tudo, ao invés de você trazer a pessoa para perto de você, simplesmente ela se afasta, é o medo das mudanças, da cura interior, ela parece um elástico, você puxa, mas ao soltar ele afasta-se abruptamente.
Poucos casos assim chegaram até mim, pois em geral as mulheres tem uma tendência muito grande ao diálogo e a tentarem decidir por caminhos melhores, mas quando esses fatores de desajustes estão imersos na matriz da infância, as coisas são mais complicadas.
Em geral pessoas que se isolam do mundo, sentem-se inapropriadas, tem uma forte tendência de serem inseguras, desconfiadas, terem medos, e baixa estima, minha solução é procurar um profissional, pois como Lucia, se ela não buscasse uma real ajuda, estaria num mar de desespero, e continuaria esse processo de perdas de forma constante.
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