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O Propósito da Criação

Atualizado dia 16/03/2015 12:32:53 em Almas Gêmeas
por Marcos Spagnuolo Souza


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Observando o mundo, constatamos imediatamente que existem pessoas boas e indivíduos ruins, momentos agradáveis e situações desagradáveis. Na própria natureza vemos situações caóticas e espaço onde a natureza está altamente equilibrada. As contradições nos parecem que são reais e toda pessoa sensata que observa a realidade encontra nela dois opostos irreconciliáveis. Esses paradoxos que observamos são reais em nossa vida individual e sentimos esse conflito durante todos os momentos que estamos vivendo.

Diante da realidade dualística existem quatro propostas que procuram explicar a existência dos opostos na criação: 1) O método da natureza. 2) O método das duas autoridades. 3) O método da multiplicidade de deuses que estão em confronto. 4) O criador abandona a sua obra.

A proposta da natureza defende a ideia que existem leis que atuam sem nenhum propósito onde uma causa gera a consequência, não tendo um ponto de chegada, tudo se resumindo em causas e efeito. Nascemos e morremos, essa é a lei. O bem pode gerar o mal e o mal pode resultar o bem, não existindo nenhum propósito para a criação, tudo é obra do acaso.
A proposta de duas autoridades implica em defender a tese que existem dois supervisores sendo um bom e o outro mal, ou Deus e o diabo onde cada um procura o seu domínio nesse mundo influenciando as ações na existência. A proposta dos deuses múltiplos onde cada um governa específica manifestação sem se preocupar em criar um conjunto harmonioso. O deus da Água governa os oceanos ao seu bel prazer, o deus da Terra controla a terra conforme o seu próprio querer; o deus do Fogo controla a manifestação do fogo sem ter uma visão do conjunto. Os deuses provocam o caos na natureza. A proposta que o criador abandonou a sua criação devido a sua elevação. Esse mundo é um grão de areia não representando nada aos olhos da divindade.

A visão aristotélica diferencia dos quatro métodos propostos e parte da tese que tudo foi criado no seu estado perfeito não tendo nenhuma contradição na natureza predominando harmonia absoluta. Adesão inconsciente a integração plena. Tudo interconectado de forma perfeita em simbiose com o criador, no entanto, a consciência não estava ativa. Existia uma integração inconsciente. Com o objetivo de desenvolver a consciência, a criação mergulhou no seu oposto, caiu no estado mais remoto em relação à harmonia absoluta. O objetivo dessa queda é desenvolver a nossa percepção, reconhecer a si mesmo, criar a consciência e desenvolvê-la.

A meta da queda é atingir o estado inicial, mas com a diferença em ter a consciência, ou seja, ter uma adesão ao plano do criador com consciência. O método aristotélico se fundamenta no processo desenvolvimentista obedecendo a um plano. Entende-se por desenvolvimento a atualização de informações que já existem em nosso interior. No desenvolvimento existe um crescimento gradual do estado de potência a perfeição consciente. Todas as fases são necessárias no processo e possuem seus próprios propósitos.

Na teoria de Aristóteles, não existe o pecador e sim fases dentro de um processo mais amplo. Ninguém é justo ou mal, mas cada um está em uma fase do desenvolvimento em direção à perfeição. Cada fase do desenvolvimento depende do esforço de cada consciência, assim sendo o desenvolvimento implica em aproximar o máximo do criador, significando o ato de sentir, entender e compreender a própria consciência do criador.

Em síntese podemos dizer que o início predominou a perfeição plena em uma adesão inconsciente. Ocorre a queda nascendo em nosso interior o ego que representa uma fase de determinação das qualidades pessoais sem nenhuma visão de globalidade reinando essencialmente o individualismo. Em determinado momento o ponto no coração ou consciência é atraída pelo criador iniciando o movimento de ascensão consciente. Na criação e na queda existe dentro de cada ser o plano total pelo qual foi criado e no desenvolvimento esse plano vai se manifestando.
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