PAI É PRESENTE E ENVOLVIDO NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS EM TEMPOS PÓS MODERNOS
Autor Paulo Rubens Nascimento Sousa
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 8/6/2015 9:42:17 PM
Em tempos de pós modernidade a crise humana dos gêneros, homem e mulher, seus papeis e variáveis, vêm esculpindo a cara da nova sociedade. A figura do pai na antiga cultura estava ligada ao provedor, sustentado pela crença de que homem não presta, homem não chora, denota a exclusão do homem do pertencimento da vida afetiva da família, este pertencimento era monopólio da figura da mãe. O sociólogo Zigmunt Bauman, discute nosso tempo como sendo a era do amor liquido, uma era de dificuldade em vivermos o amor, e com isto, a crise do Homem, no sentido do ser humano. O homem pós-moderno começa a circular na década de 80 caindo de um sonho em um pesadelo, caindo numa profunda crise moral e vivendo através do medo.
Tempos de desilusão que nos leva a atravessar um deserto. Os velhos paradigmas: casaram e foram felizes para sempre, encontrar alguém e passar o resto da vida juntos, já são meras ilusões, porque as relações passaram a ser líquidas. Hoje você esta com sua família e amanhã ela pode ter escorrido pelos seus dedos. As relações tornaram-se liquidas. Esta quebra trás uma quebra da situação do mundo e afeta as relações humanas abalando a estrutura da família. Aquela idéia de pai como gerador e provedor de filho, onde ele não tem lugar e participação na vida afetiva da família deu lugar a um novo homem, um novo pai surgido neste processo de transformação social. Hoje a gente sabe que a crise da Mulher, levou os homens também a buscarem uma identidade independente do papel feminino, e o homem vem assumindo cada vez mais papeis que eram antes papeis femininos como cuidar dos filhos, buscá-los na creche, trocar fraudas participar afetivamente do dia a dia dos filhos. Conheço casais que a mulher foi para o mercado de trabalho e o homem ficou em casa para cuidar dos filhos.
O jornal Estadão fez uma matéria semana passada com titulo: "Pai envolvido na educação do filho estimula desenvolvimento". Lizandro Cruz Chagas, professor e pai de Thomas Luiz de 5 anos, há 14 meses têm a guarda do filho. Ele tira a curiosidade da coleguinha de escola do filho dizendo que cozinha, e também faz faxina, vai ao supermercado e cuida do filho como qualquer boa mãe faria. A nova lei da guarda compartilhada também reflete esta mudança na quebra do velho paradigma de que só a mulher tenha habilidades e seja a única importância na formação psico-afetiva da vida do filho.
A nossa primeira memória afetiva é a mãe e o pai e cada um tem seu papel na formação e na saúde da criança. Se a mãe é a formação moral e afetiva do filho o pai é a formação cognitiva, a força que vai lhe apresentar o mundo. O pai é nosso aspecto realizador e nossa referência de segurança frente os perigos do mundo. Pesquisas revelam que crianças que crescem com a presença efetiva da figura do pai, desenvolvem melhor o raciocínio, a cognição e são mais seguras. A distorção da imagem do pai para a criança é de profunda relevância, levando a uma série de problemáticas na vida adulta, como doenças mentais, comportamentais e afetivas. O pai completa o conforto da mãe através da segurança, esta é nossa antropologia. O "Velho Pai Ancestral" disperta no novo homem, e o ajuda a atravessar a longa invernada em tempos difíceis.
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