Pais desequilibrados, filhos desajustados!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 5/7/2017 11:21:52 AM
No caixa do supermercado, já iniciando o passar suas compras escutamos um choro manhoso, e ao olhar para traz vimos uma mãe com seu filho no colo, ele com mais ou menos um ano, os dois segurando uma bandeja de salgados para serem fritos. A bandeja era envolvida por papel filme, era embalada no próprio supermercado. A criança queria com seu dedinho furar o papel. Sua mãe tirava da mão dele para dar ao caixa logo depois, mas a criança fazia então o choro de birra, aquele choro sem lagrimas. Sua mãe então devolvia para ele, que imediatamente atacava o invólucro e lá ia ela de novo. Então ficou esse tira e devolve. Quando tirava ele se manifestava, quando devolvia ele tentava destruir o papel filme. Foi quando a mãe se dirigiu a nós dizendo: “é excesso de mimo, olhem só” e repetia o ritual do toma,, chora devolve, tenta rasgar. Percebíamos nela certo constrangimento que tentava disfarçar com um sorriso de “está tudo normal”, coisa que não estava. Em sua insistência em falar sobre o mimo disse a ela que se agora ela achava engraçadinha as atitudes dele, ele ia crescer e quando tivesse cinco anos como ela iria ver esse comportamento? Sua resposta foi surpreendente. “Minha filha foi igualzinho, hoje tem cinco anos e não consigo lidar com ela.”. Era possível perceber que essa mãe trabalhava fora e que tinha um bom nível socioeconômico. Mas pudemos ver também que não tinha a menor noção do que é educar um filho. Já repararam que as pessoas estão se dedicando totalmente à suas formações profissionais e achando que basta isso, ter uma boa carreira e boa remuneração para então poderem constituir família e terem filhos? Quando estivermos estáveis e ganhando bem, poderemos ter filhos e pagaremos uma babá para ficarem com eles. Quando esse é o pensamento mesmo que inconsciente, fica revelado ao terem filhos pelos comentários que fazem em relação aos mesmos. “Não consigo dar conta dessa criança!”. Atenção: essa criança está na faixa de dois a cinco anos. “Meu filho tem uma personalidade muito forte!”. Esse filho tem dois anos. Já disse a um pai que não era seu filho de dois anos que tinha personalidade e sim eles, pais que não a tinham para o que diz respeito a educar uma criança. Natural que esse pai ficou revoltado comigo e por um bom tempo deixou de vir tomar café em minha sala, coisa que era habitual. Passava no corredor e mal acenava com a cabeça para cumprimentar-me. Minha sala era envidraçada. Certo dia parou na porta e timidamente perguntou-me se eu lhe “pagaria” um café. Convidei-o a entrar e após alguns comentários superficiais, disse que haviam sido chamados na escolinha porque o menino tinha batido em uma coleguinha e na sequência mordido fortemente sua “tia”, a professora que fora repreendê-lo. Pediram à eles que levassem o garoto a um psicólogo. Disse que naquela hora lembrou-se do que eu havia lhe dito. A psicóloga procurada mostrou a eles o quanto eram permissivos e como não estavam orientando a criança. Ele então identificou o quanto não deram limites ao pequenino. Ele estava arrasado, sentindo-se culpado por não ter sabido educar. Após o desabafo que tinha no olhar lágrimas contidas, consegui mostrar a ele que nada estava perdido, apenas teriam maiores dificuldades agora para ensiná-lo, mas com amor e firmeza rapidamente ele melhoraria. E foi o que aconteceu. Ajam desequilibradamente e criarão desajustados, crianças e jovens que virão a ter sérios problemas na escola e na sociedade. Estarão formando pessoas instáveis emocional e afetivamente e mesmo futuros marginais, pois não aceitarão se submeterem às regras, normas e leis que regem a boa convivência. Acreditarão que são diferenciados e portanto, não fazem parte das massas, esses sim que devem ter por eles deferências e serem concedidos privilégios. Para os que acreditam ser esse texto um exagero, olhem a redor e constatem!
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