Quem sou? De onde vim? Para onde vou? (Parte I)

Quem sou? De onde vim? Para onde vou? (Parte I)
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Autor Ernesto Shima

Assunto Almas Gêmeas
Atualizado em 5/26/2012 2:56:52 AM


Observo hoje, estas três perguntas que ainda são um mistério para a maioria das pessoas, principalmente aquelas que estão em busca de respostas para os seus conflitos existenciais, porque quase a totalidade da humanidade se encontra na faixa da acomodação, onde os prazeres sensoriais que o mundo oferece, é o fator dominante em sua manifestação material.


Lembro-me que na minha infância, lá pelos sete anos, já indagava a primeira questão. Isso foi ocasionado pelo primeiro choque que levei de uma forma contundente e me fechei para o mundo exterior. Criei o meu próprio espaço interior onde me sentia seguro e protegido.


Aos cinco anos, já vinha sofrendo todas as formas de assédios por parte das mulheres que trabalhavam na fábrica do meu pai, quando me levavam para o alojamento delas e abusavam sexualmente de mim. Esses fatos me aborreciam tanto que eu me vingava delas, jogando o meu "jipinho" contra as pernas delas lá na fábrica e levava um monte de "cascudos". As outras pessoas nunca entenderam a minha "vingança".


Aos seis anos, numa briga entre as minhas irmãs, o meu pai se enfureceu porque queria sossego e foi ver o que estava acontecendo na outra sala. Assustadas as minhas irmãs apontaram seus dedos na minha direção e disseram: "Foi ele!". Eu estava sentado numa mesa, fazendo o dever de casa quando olhei para elas e para o meu pai, que veio direto para mim. Só deu tempo para ficar de pé e, paralisado de terror só senti o pontapé dele pegar em cheio no meu peito. Fui parar do outro lado, embaixo das cadeiras e da mesa que havia no fundo da sala.


Acho que senti mais susto que medo, pois não chorei. Levantei-me atordoado, fiquei parado esperando levar mais outra surra, mas ele simplesmente me pôs de castigo por um mês, proibindo de assistir a TV, virou-se e foi para a outra sala terminar de ler o jornal dele. Olhei para as minhas irmãzinhas e vi que elas choravam assustadas. Não disse nada, voltei para a mesa e continuei o que estava fazendo antes.


Depois daquele dia, fechei-me para o mundo. A partir deste evento, as minhas indagações eram sempre as mesmas pelos anos seguintes: Por que sempre eu? O que eu fazia de errado? Por que meu pai me desprezava tanto?


Após o nascimento do meu irmão, eu tinha por volta de 7 anos, fui preterido imediatamente em favor do meu irmão caçula. Lembro-me que a minha mãe virou para o meu pai, quando eu estava no colo dele e disse isso: "Este aqui é que é o teu filho e não este pirralho!", e entregou o meu irmãozinho para o meu pai, enquanto ele me colocava no chão.


Aí, nessa época começou a questão crucial para mim. Saber quem eu era. Se não era o filho dele, quem eu era? O que eu era? Para uma cabeça infantil tentar entender isto já era impossível, imagina então olhar para mim mesmo no espelho e fazer perguntas sem respostas?


Ainda mais quando meus primos de São Paulo vinham para Brasília e me chamava de "caipira", "bicho do mato" e de "indiozinho". E ai de mim se reclamava. Levava cada surra deles. Isso tudo continuou até os meus doze anos, quando passei a reagir de forma mais enérgica, talvez devido à minha entrada na puberdade de forma precoce. Os meus brios quando atingidos, transformavam em atos de rebeldia e partia para cima de qualquer um.


Os meus questionamentos com a doutrina da igreja católica começaram entre os 9 e 12 anos. Havia muitas perguntas e novamente, sem respostas. E era coroinha lá na minha paróquia e "vice-presidente" das cruzadas eucarísticas - grupo de jovens pré-adolescentes. Entrei na adolescência com tantas indagações, insisti e persisti com tamanha obstinação, escrevendo sobre tudo que martelava a minha cabeça. Meus textos na época era um monte de interrogação e exclamação. O conflito existencial era latente.


Numa noite, lá pelos 13 ou 14 anos, eu estava sentado na varanda - meu refúgio - contemplando o céu estrelado enquanto o som do LP soava na vitrola, tocando uma música clássica, minhas preferidas naquela idade, e não percebi de imediato que havia "alguém" do meu lado, comentando a beleza noturna que encantava os meus olhos. Momento depois eu estava olhando para o lado vendo um ser todo iluminado vestido de branco, ou que irradiava uma cor pérola viva. Suas feições eram suaves, sorria para mim. Os olhos faiscavam como as estrelas no céu. Sentia a suavidade de suas palavras tocando meus ouvidos. Era como estar sonhando.


Durante quase dois anos varamos a madrugada conversando sobre diversos temas que me interessavam naquela idade. E quase todas as noites Ele estava lá. E depois desse tempo todo eu já havia enchido uma caixa imensa de quase um metro quadrado, com tantos papeis e textos escritos, sobre as nossas conversas. Falamos da vida, da minha adolescência, dos meus medos, dos meus anseios, dos meus sonhos, mostrou-me a simplicidade de viver, explanou em versos sobre as questões do tempo, das árvores, das aves, das pessoas, dos problemas, das estrelas, do mundo, das desigualdades, da compreensão, da paciência, do perdão... e do amor!


Antes do nosso último encontro Ele me deixou uma orientação que se tornou a minha filosofia de vida: "O que quer que faças... seja o Amor. Onde quer que estejas... seja o Amor. Aconteça o que acontecer... seja o Amor!".


Vivi a minha adolescência toda como Ele havia me ensinado. Como um filho do Pai Celestial e a tratar todas as pessoas com a fraternidade que une os irmãos de uma mesma família. Que bastava ser apenas o Amor e não me preocupasse com os problemas da vida, porque tudo era ilusão. O Amor era a única realidade que eu deveria viver por toda a minha vida.

(continua...)

Paz!

Shima 

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Ernesto Shima   
Terapeuta Holístico, de Regressão e Escritor. É fundador e Presidente da ONG “Grande Fraternidade Humana da Terra”. Realiza atendimentos com as técnicas de Terapia de Regressão, Terapias vibracionais, Massoterapia, entre outras. Facebook: https://www.facebook.com/escritorernestoshima Blog: http://www.ernesto-shimabuko.com
E-mail: ernestoshima@hotmail.com | Mais artigos.

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