Quem sou? De onde vim? Para onde vou? (Parte III)

Quem sou? De onde vim? Para onde vou? (Parte III)
Facebook   E-mail   Whatsapp

Autor Ernesto Shima

Assunto Almas Gêmeas
Atualizado em 04/06/2012 01:57:09


Os dias seguintes prosseguiram sem qualquer dificuldade, com o corpo totalmente recuperado, sentindo-me inteiramente rejuvenescido como se aqueles primeiros meses de estadia no Japão não houvesse acontecido nada. Até o final do mês cumpri o meu aviso prévio, pois havia pedido demissão por causa da quebra de acordo da empresa comigo. Restava o dilema se eu voltava ou não para o Brasil já que o prazo estabelecido para o retorno - de seis meses - estava terminando. Precisava conversar com o meu pai e ver se ele ia comigo ou não.


No mês seguinte estava embarcando para a cidade de Toyohashi, após uma longa conversa com ele pelo telefone, quando me explicou a necessidade de permanecer por mais dois anos no Japão, para resolver a questão espiritual dos antepassados da família em Okinawa.


Dois fatos então me forçaram a permanecer ao lado do meu pai e continuar naquele país. A perda das duas empresas que tinha em Brasília - o estúdio gráfico e um jornal comunitário -, por causa da atitude do meu sócio que me retirou da sociedade e, a exigência do meu irmão para que anulasse a minha separação judicial com a ex-mulher e a levasse para o Japão, já que a família não aguentava mais os escândalos dela, dizendo que eu seria o culpado se a minha mãe morresse.


"A família não vai te perdoar se acontecer alguma coisa com ela." - Mais uma vez a mesma frase. A outra foi quando eu me recusei a ir para o Japão, pois tinha conseguido um emprego em São Paulo, mas a minha mãe "obrigou-me" a atravessar metade do planeta com a alegação de que, "a família não vai te perdoar se o teu pai morrer lá!". E lá fui eu, contrariado e "escoltado" até o aeroporto de Guarulhos, pois ela temia que eu não fosse. Aquele emprego em São Paulo era um segredo, pois eu havia dito antes para a ex-mulher que ia para o Japão, mas ficaria em São Paulo para recomeçar a minha vida.


Com um emprego garantido na cidade de Toyohashi, só comecei a trabalhar um mês depois, após uma divergência com o meu pai. Era uma fábrica de pintura de peças e de injetoras de peças plásticas. Três meses depois de estar bem adaptado no novo serviço, fui promovido a líder da seção quando dois jovens japoneses pediram demissão. Essa nomeação foi o início de novos problemas com os colegas brasileiros mais antigos na empresa. Para evitar os constrangimentos que surgiram com o isolamento forçado no ambiente de trabalho, pedi à gerência que eu voltasse a operar as máquinas. O pedido foi recusado.


Nesse meio tempo estávamos no inverno, sendo a primeira vez que passava pela experiência de sentir na pele o rigor do frio gelado e o choque térmico com os aquecedores, aprofundando as minhas crises de sinusite. O meu rosto chegava a ficar inchado com os olhos encharcados de lágrimas de tanta dor. Eu ficava dois dias de cama e trabalhava um dia, intercalando esse período por quatro semanas seguidas, até que me senti curado. Com nove quilos a menos retornei de forma definitiva ao trabalho.


O fato de haver pedido para retornar ao serviço anterior, ficou caracterizado para a gerência da empresa que eu estava fazendo "corpo mole", durante toda a fase da minha doença, para obter o meu pedido. Então, como represália colocou-me na condição de demitido, porque não podiam me mandar embora e queriam que eu saísse de lá. Esta pressão durou os seis meses seguintes em que fiquei sem uma função, sendo constantemente usado apenas para cobrir as faltas de colegas ou à toa, apenas para que pedisse demissão.


Naquela época, estava começando o projeto de um meio de comunicação entre os brasileiros na fábrica. Havia mais de 600 conterrâneos trabalhando lá e muitos deles estavam me apoiando nesta empreitada. Um dos colegas, pouco antes de retornar ao Brasil me pediu para publicar um texto dele no "jornalzinho" que eu tinha acabado de lançar. Como era meio polêmico, resolvi distribuí-lo em forma de panfleto após a autorização do escritório da empreiteira na fábrica. A boa repercussão deste texto cômico era sobre uma sátira aos brasileiros lá na seção onde eu trabalhava, e isso criou uma confusão com a gerência, depois que um colega mal intencionado traduziu em japonês, dizendo que o texto falava contra o dono da empresa.


Começou aí uma "caça à bruxa", com o gerente pressionando constantemente querendo saber quem era o autor daquela ofensa grave. Ninguém dizia nada, mesmo depois que o colega voltou para o Brasil. Já no final do semestre, numa tarde, esse gerente me pega com uma cópia do exemplar do meu jornalzinho e pergunta quem tinha feito. Respondi que era eu que fazia. Ele imediatamente disse: "Então foi você!". Começou a partir disso uma discussão sem sentido, com ele querendo que eu pedisse a demissão e eu dizendo que não. A confusão foi parar na diretoria da fábrica.


Acabei demitido pela empreiteira e voltei para o alojamento envergonhado das acusações que foram feitas de forma humilhante, porque tudo aconteceu em público diante de todos os colegas. Era o meu terceiro emprego no Japão que terminava de forma dramática.


Sozinho no alojamento, sentado num canto, tentava entender tudo o que tinha acontecido comigo. Nem havia completado um ano naquela cidade e já somava uma incrível história de conflitos e desavenças de todos os tipos, inclusive de acusações que tive que provar a minha inocência. Naquele caso em particular, não havia possibilidade, porque não tinha como reverter o óbvio devido às pessoas envolvidas estarem em pânico, com medo de serem demitidas.

(continua...)

Paz!

Shima

 



Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 3


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido pelo Autor Ernesto Shima   
Terapeuta Holístico, de Regressão e Escritor. É fundador e Presidente da ONG “Grande Fraternidade Humana da Terra”. Realiza atendimentos com as técnicas de Terapia de Regressão, Terapias vibracionais, Massoterapia, entre outras. Facebook: https://www.facebook.com/escritorernestoshima Blog: http://www.ernesto-shimabuko.com
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui.
Veja também
Deixe seus comentários:



© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.



Siga-nos:
Youtube     Instagram     Facebook     Twitter     tiktok


Energias para hoje





publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...

Siga-nos:
Youtube     Instagram     Facebook     Twitter     tiktok

 



Obrigado

© Copyright 2000-2025 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa
  Menu
Somos Todos UM - Home