Tomando as rédeas de si mesmo

Platão afirmava que uma vida não examinada não merece ser vivida, e ele está correto. Não podemos simplesmente viver sem questionar nossa própria natureza. Passar uma vida inteira sendo conduzido apenas pelos sentidos e emoções, guiado por desejos e ilusões, não é o melhor caminho a seguir. É necessário compreender o que nos trouxe até aqui, o que nos aguarda e, acima de tudo, quem somos. Enquanto não assumirmos o controle de nossa existência, continuaremos a sofrer, pois os desejos que nos guiam não se preocupam com nossa realização; pelo contrário, esperam que permaneçamos adormecidos.

A verdade é que você pode escolher o caminho a seguir, e isso não é pouco, na verdade, é tudo. Isso demonstra que todo o poder está em suas mãos, mesmo que você ainda não tenha consciência disso. Sempre haverá uma encruzilhada na estrada da vida: você pode se render às suas próprias inclinações, obedecendo aos comandos de seus instintos mais primitivos, ou pode se orientar pela razão, sentando no trono de seu próprio ser, fazendo questionamentos e investigações em seu mundo interior e criando um novo caminho, basta fazer as escolhas corretas. Ninguém decide por você, essa é uma mentira repetida infinitamente, é você quem decide, mesmo quando acredita não ter esse poder. Suas escolhas resultam de suas crenças, muitas delas inconscientes. Elas são os arquivos de um programa em execução, de um software que representa seu caráter e que você mesmo programou. Culpar os outros, o mundo, Deus, o destino, etc., não irá mudar o fato de que você está vibrando no padrão que você mesmo criou.

A falta de conhecimento sobre si mesmo é a grande responsável por nossas limitações. Quando não conhecemos e não entendemos nossa Verdadeira Natureza e nosso poder, criamos fronteiras limitantes e nos tornamos vítimas de nossos próprios medos. Somos verdadeiros leões vivendo como ovelhas indefesas, buscando a proteção de pastores e vivendo de forma gregária, em busca de apoio e suporte externo, em vez de buscar o autoconhecimento.

É essencial, de fato, examinar a Vida, ser um buscador incansável de si mesmo, investigar, questionar, dialogar com todos os personagens que habitam o universo de nosso próprio ser, buscar o caminho da luz, acender velas na escuridão da alma, tudo isso por meio da oração e da meditação.

Não devemos temer o silêncio; pelo contrário, devemos buscá-lo. É no silêncio que a mente perde sua força e a consciência se revela. Você ficará surpreso com os insights, com a conversa com sua voz interior, com a compreensão profunda da dinâmica que envolve sua condição e talvez até experimente algum estado de graça. Tudo isso é possível, pois não existe nenhum Reino de Deus fora do ser humano.

"Aquilo que você procura também está procurando por você" (Rumi).