ZOZ - Caminho para liberdade...
Atualizado dia 8/21/2024 3:21:54 PM em Almas Gêmeaspor Margareth Maria Demarchi
Muito da liberdade alcançada por qualquer pessoa pode ser observada por ela mesmo no reflexo de sua imagem no espelho. Quando olha para o espelho, vê alguém que gostaria de ser? Alguém que quer ser? Alguém que seja apreciada pelos outros, ou vê alguém que realmente é?
E mesmo que veja este alguém que é, como realmente o vê?
Vê a imagem de uma mulher realizada e feliz, ou uma desprezada, ou uma bem sucedida, ou uma derrotada, uma orientadora, ou uma perseguida, uma equilibrada, ou uma injustiçada?
Notem que ser realizada e feliz já abraça tudo o que é positivo em nossa vida, enquanto que a negatividade e o prejuízo em nossas vidas são variados e só cabem em suas caixinhas de razões específicas e particulares.
Sei que muitas de nós gostariam de responder - "vejo a imagem de uma mulher realizada e feliz", mas ainda assim se trata de uma imagem e esta é a resposta inconsciente para o desejo de ser feliz.
Trilhar este caminho é encarar com naturalidade cada um de nossos pontos fortes e pontos fracos.
Longe do que significa uma imagem, é acima de tudo, SER. Ser realizada e feliz sabendo lidar com propriedade e ação sobre cada uma das situações acima e qualquer outra que nos afete. Seja positivamente, fortalecendo nossas estruturas emocionais, seja por demonstração de capacidade e consciência ao dissipar possíveis efeitos de experiências e situações negativas. É ser, sabendo o que se é. Acreditem, só é difícil quando a pessoa não aceita aquilo que é.
Há algumas reflexões a fazer:
É possível ser livre e infeliz?
Posso ser livre, sem ter que provar para as pessoas o que eu sou, seja por desejo ou por autoafirmação?
Quando sou mais feliz, orientando ou ajudando?
É possível ser livre se a ajuda que presto para outro também o torna meu dependente, ou quem sabe caminha na direção de prová-lo como incapaz?
Pode-se julgar alguém? E continuar no caminho como mulher livre?
Quantas vezes você reconhece o quanto não é verdadeira, ou o quanto não está sendo verdadeira?
Muitas mulheres são especialistas em argumentos quando têm necessidade de se defender, principalmente quando esta necessidade ajuda a ocultar a expressão real do pensamento.
Pausa para reflexão... pausa...
O que está a sua volta?
Pausa...
Há processos que são necessários para que nos reconheçamos. Este processo em sua maioria das vezes, para quase todas as mulheres é de reencontro com a sua própria realidade abandonada ou esquecida por força de tudo o que não foi assumido. Um momento que reúne contentamento e frustração quando a própria história é examinada e avaliada a respeito do ponto em que se encontra no caminho para a conquista da liberdade, e se ainda está neste caminho.
De repente um vazio interno, nada do que é feito parece preencher a pessoa daquele valor que antes possuía, e ela pode sentir um distanciamento e até, quem sabe, profunda solidão. Nesta solidão ela se defronta com a sua angústia e com os seus medos.
Queria ser especial para as pessoas, para ter méritos e ganhar reconhecimento e valor e ao mesmo tempo mantê-las alheias em relação as intenções e imaginação que ela carregava e carrega.
Existem momentos que a pessoa sente que dedicou esforço e energia em demasia pelos seus anseios de glórias e vitórias que não fazem sentido para a sua vida agora. Nesse tempo, ela estava correndo pela vida, quem sabe acuada por si e em si mesma, com medo de tentar ser livre e explorar seus sentimentos, sentimentos divididos entre duas forças, o ganhar e o perder.
Agora estamos no ato de reflexão. Vamos juntas fazer uma viagem no pensamento e visitar lugares onde já estivemos ou cenas de filmes que assistimos, ou histórias contadas por amigas. O cenário é o seguinte:
- Num futuro, que pode ser a qualquer a qualquer tempo entre o agora e algumas décadas, caminhamos por um jardim e observando tudo à nossa volta, vemos pessoas que chegaram a sua velhice e na plenitude do seu amadurecimento têm uma existência premiada pela ausência de perspectiva.
Pare e reflita sobre este momento. Reflita com alta consideração.
Após tudo o que foi possível ter de experiência pessoal até aqui, durante a leitura deste livro, fazer o balanço entre o possível conflito do que marca a existência de cada uma e a forma como isso foi vivido, como fomos educadas e ao que fomos submetidas (o que muitas vezes resultou em algumas coisas negativas ou desconfortantes para muitas de nós), não admitimos que esta ausência de perspectiva que sentimos das pessoas naquele cenário, seja um prêmio. Passamos tanto do nosso tempo elaborando os próximos passos que a sensação que nos causa aquela realidade pode até nos incomodar ou nos insensibilizar, pois, não admitimos porque nos recusamos a viver um dia de cada vez.
Este sim deve ser o ritmo natural da vida, somos a soma de possibilidades, possibilidades que acontecem a cada momento, possibilidades não acontecem num futuro planejado, acontecem porque cada passo dado, de forma correta e consciente cria os caminhos para conquistarmos o que desejamos, isto é a realização que nos permite a liberdade de agir.
Em momentos como esse, paramos e olhamos o mundo de forma diferente. Ontem, tantas possibilidades... Hoje, apenas viver o dia e no dia vivido, valorizar cada detalhe de nossa experiência presente.
Nossa capacidade de raciocínio e inteligência não é uma corrente contra a natureza, a mesma natureza que faz plantas e animais viverem o curso de sua existência, existindo em harmonia.
Não, não é receita, é constatação, por isso o sábio ditado nos ensina que cada um colhe aquilo que planta. Onde há possibilidades... Cada momento é o que importa. Foi exatamente assim que aconteceu com cada uma de suas próprias conquistas, por mais escassas que sejam. Pondere e se surpreenda.
Usei a velhice como figura de apoio, pois reconhecemos que é comum que durante esta fase na vida de pessoas que amadureceram tanto na alma como no espírito através do aprendizado correto das experiências, são pessoas que dizem o que sentem, expressam verdadeiramente o que pensam, ponderam, ouvem com paciência e dispensam as enganosas glórias das disputas. É sobre esta forma de "falta de perspectiva" que precisamos de boa reflexão.
Considere então que não é nem sequer necessário chegar à velhice para olhar para trás e se ver como alguém que viveu o que viveu. Quanto bom seria não ter a imagem ou o relato de uma vida derrotada e sem energia, na qual o amor foi substituído pela dor que faz morrer um pouco a cada dia.
Se existe esta imagem, esta imagem é a imagem inimiga que a pessoa tem em si mesma e se esta inimiga ou inimigo é então uma imagem interior, ela faz parte dessa pessoa, e portanto, não é para ser combatida, é para ser entendida, não é para ser destruída, é para ser transformada. Não temer esta transformação é uma condição necessária, pois com ela, se esvanecerão muitas das falsas ilusões de segurança que temos e construímos e teremos que agir para mostrar que temos força, vontade e determinação para sustentar nosso verdadeiro ser.
O caminho para liberdade consiste em poder ouvir seus pensamentos e compreendê-los sem criticá-los. É ter consciência do motivo dos seus comportamentos, suas dúvidas e suas inquietudes. Entender a si mesma e aceitar sem oposição os pensamentos gerados nas profundezas da mente. É com isso que a alma ganha amplitude e sente o amor incondicional[1] entre você e o outro.
Falar, falar e ouvir, ouvir e ser ouvida. Deixar falar, conversar, dialogar, ouvir no diálogo, falar e saber falar, saber ouvir, saber ser ouvida, sentir, viver.
A liberdade só é conquistada depois que houver o rompimento com tudo que está fora do sentir. Agora eu sinto e existo. É o sentir do presente, sem interferência do pensamento dirigido pela imaginação e pelas memórias.
Se nós nos sentimos e nos aprovamos, sentimos verdadeiramente o que representa nossa existência e dizemos - Sei quem sou.
No caminho para a liberdade a pessoa necessita se encontrar dentro de si. Necessita saber unir pelo critério do benefício tudo o que as forças antagônicas e a força de energias opostas podem nos favorecer com harmonia.
Será bom que não tenha que atravessar a sua vida toda para chegar ao entendimento do que é necessário para a sua alma
A partir desse momento faça parte do todo. Seja única na união de tudo que existe.
Pertença a você. Com a vida, crie vida para você se sentir tranquila.
Caminhe e sinta,
- O ar que inspira e expira todos os momentos,
- O corpo que te abriga,
- O coração que dá o fluxo ao seu sangue,
- As artérias, as veias e os canais de energia que conduzem sua essência de vida.
Sinta o quanto esse corpo abriga órgãos inteligentes, programados para executar funções específicas que determinam e são determinadas por funções dos nossos sistemas. Órgãos que são únicos, são parte e ao mesmo tempo são o todo que é o nosso corpo. O corpo que vive no corpo que nos faz viver.
Essa é a expressão de amor maior que podemos ter.
[1] Jiddu Krishinamurti. Liberte-se do passado, pag. 23 - "Livrar -se
de toda autoridade, seja própria, seja de outrem, é morrer para todas as coisas
de ontem- para que a mente seja sempre fresca, sempre juvenil, inocente, cheia
de vigor e de paixão. Só nesse estado é que aprende e observa. Para tanto,
requer grande capacidade de percebimento, de real percebimento do que se está
no passado, no interior de si mesmo. "
Mabell Collins e Yogi Ramacharaka, A luz do Caminho, pag 4 - "Antes que a voz possa falar em presença dos mestres, deve ter perdido a possibilidade de ferir".
Mabell Collins e Yogi Ramacharaka, A luz do Caminho, pag 4 - "Antes que a voz possa falar em presença dos mestres, deve ter perdido a possibilidade de ferir".
Texto retirado do Livro ZOZ - Mulheres Libertem sua Alma
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