Astrologia X Astronomia - Irmandade ou Rivalidade?
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Autor Daniela Rossi
Assunto AstrologiaAtualizado em 10/22/2008 7:31:00 PM
Muitos de vocês certamente já ouviram falar da Astrologia. Alguns muito pouco, outros um pouco mais. No entanto, o que a maioria de vocês provavelmente desconhece é que a Astrologia por muitos e muitos anos figurou, ou melhor, resplandeceu, dentre as ciências EXATAS, mais precisamente à altura da Matemática e da Física, junto com sua irmã Astronomia. Surpresos? Que tal, então, viajarmos um pouco pelo tempo para conhecer um pouco mais desta história? Histórica e etimologicamente, Astrologia e Astronomia eram irmãs. Sendo que a raiz etimológica da segunda deriva de Astro= estrelas e Nomos= Lei, ou seja: Lei das Estrelas e está relacionada á Matemática dos Astros; enquanto que Astrologia deriva da palavra Logos = conhecimento; e representa o Conhecimento dessa Lei ou dessa Matemática Celeste. Assim, enquanto a Astronomia se preocupa com a constituição física e química dos corpos celestes, sua origem e evolução, a Astrologia esforça-se por descobrir o que não se vê, o que está oculto. Estuda os efeitos e as reações dos Astros sobre a Terra e sobre o Homem. Ou seja, a Astronomia fornece, por meio de seu método de observação do céu, os materiais necessários para a elaboração de um sistema filosófico harmonioso que traduzirá esse simbolismo celeste, qual seja, o Mapa Astral. E assim estabelece-se a Irmandade. Uma comunhão com aproximadamente 5600 anos de afinidades e alegrias mas que, infelizmente, não durou para sempre. Aqui, voltaremos um pouquinho na História para entendermos a origem da desavença entre as irmãs ... Datam de aproximadamente 4000 a.c. os primeiros registros astronômicos e, consequentemente, astrológicos feitos pelos sacerdotes Caldeus na Suméria. Portanto, as origens da astronomia/astrologia Ocidental podem ser encontradas na Mesopotâmia, a “terra entre dois rios”, Tigre e Eufrates, reinos antigos onde Sumérios, Assírios, e Babilônios eram localizados. Da Suméria, o conhecimento foi transmitido à Babilônia, depois aos Assírios, que durante o 1º milênio A.C. foram os herdeiros seguintes de tal conhecimento, enriquecendo-no até o reinado de Assurbanípal (séc.VI ac) para transmití-lo, após o declínio da Babilônia, aos Gregos. Na Grécia todos os grandes filósofos conhecidos por nós eram Astrônomos, e consequentemente, Astrólogos: Pitágoras, Aristóteles, Aristarco de Samos, Hiparco, Hipócrates, entre tantos outros... Os gregos realizaram contribuições importantes no campo da Astronomia e Astrologia que, até este momento, caminhavam juntas e de mãos dadas. Mas o progresso tornou-se estagnado na europa medieval. A Europa Ocidental entrou na Idade Média com grandes dificuldades que prejudicaram a produção intelectual do continente. Isto pq a partir dos gregos, a Astrologia passa de agricultural ( entre 4000 a.c. e 2000 a.c. as previsões eram um guia para a agricultura, as cheias dos rios e outros fenômenos naturais) e mundial (período em que a Astrologia se dedicava a prever eventos que influenciavam a vida coletiva, tais como guerras e catástrofes naturais através de seu efeito sobre o Rei, que personificava o bem-estar do reino) para pessoal e seu estudo possibilita o conhecimento da natureza humana de uma forma tão reveladora e precisa que começa a incomodar os detentores do poder de então. Assim, mesmo com todas as proibições do Império, a Astrologia acaba por invadir Roma. Aqui encontramos um dos primeiros grandes teóricos desta arte/ciência: Claudius Ptolemaeus ou Ptolomeu. Reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astrologia, astronomia, geografia e cartografia, escreveu entre outras obras o Tetrabiblos(um tratado de astrologia baseado em escritos e documentos antigos babilônicos, egípcios e gregos). Mas, a Igreja Católica condena todas as correntes religiosas de diferentes tradições que não fossem alinhadas com a linha programática da Igreja e a Astrologia fica periclitante até o séc.X dc. Em contraste, os textos gregos prosperaram grandemente no mundo Árabe. O mundo Árabe, sobre a influencia do Islã, havia se tornado mais culto, e muitos trabalhos importantes da Grécia antiga ali foram traduzidos. Chegamos ao ano de 1100, e a Europa começava a experimentar um aumento de interesse pelo estudo da natureza como parte da Renascença do século XII favorecendo o ressurgimento da Astrologia no Ocidente por influência de Tomás de Aquino. O movimento Tomista acaba por lhe dar lugar privilegiado entre as Ciências e a Astronomia, juntamente com sua irmã, na época, passa a ser considerada uma das sete artes liberais, fazendo-a um dos assuntos centrais de qualquer Studium Generale (as nossas "Universidades"), e com tamanho fulgor que Abelardo batizará com o nome de Astrolábio o filho que teve com Heloísa. Um pouco mais tarde Lutero, que já passava a desenvolver uma concepção religiosa diferente da Doutrina Católica de então, se torna mais um defensor desta arte ao prefaciar o livro de um ilustre astrólogo Alemão denominado Lichtenberger. Um pouco depois seguem-no Regiomontanus, Leonardo da Vinci, Paracelso, até chegarmos em Galileu, Kepler e Newton, que fundaram junto com Copérnico a astronomia moderna mas que poucos imaginam que também apreciavam e praticavam a Astrologia. Isto porque, até este momento, a Astrologia sempre andara de mãos dadas com sua irmã e uma não existia sem a outra. No entanto, chega a Revolução Intelectual de Descartes (o pai do penso, logo existo) e acaba por submergir todo o conhecimento adquirido durante milênios ao desenvolver seu “Método Racional”. Assim, a Natureza, antes em harmonia com todo o tipo de fenômeno no Universo, foi dessacralizada. A Astrologia, que não tinha dúvidas a respeito de quem era mais importante : a Natureza ou o Homem, naturalmente se tornou alvo de crescente oposição. Logo, Astronomia e Astrologia se dividiram e os “novos cientistas”, adeptos desse movimento Racional e Positivista não pararam de atacar a astrologia com ajuda de uma Igreja corrupta e politicamente orientada, a ponto de terminar sendo banida da grade curricular das Universidades em 1666 por ordem e resolução assinada por Colbert, então Primeiro Ministro da França. Deste modo, do séc. XVII em diante a Astrologia foi levada ao esquecimento... Um isolamento muito caro pois a fez perder contato com todas as demais disciplinas intelectuais que continuaram se desenvolvendo dentro das Universidades. A partir daí a humanidade vive o que denominamos “obscurantismo intelectual” pois que rejeita visceralmente tudo o que não seja admitido por essa ciência oficial. Mas, depois do fluxo, vem o refluxo. Depois da ação, a reação e Carl Jung, grande filósofo e psicanalista, em meados do séc. XX a reanima, elevando-a novamente para dentro das Universidades. Porém, mesmo nos dias atuais, a Astronomia ainda permanece em desacordo com a Astrologia, ou melhor, a ignora. Os tempos mudaram e o atual interesse pela Astrologia pode ser um sinal da crescente busca espiritual da humanidade, ou quem sabe do princípio da Era de Aquário, símbolo de originalidade e indiscriminação, que irá desenvolver o verdadeiro significado da palavra LIBERDADE - liberdade de pensamento, de crença, de expressão - e restabelecer definitivamente a re-união destas duas Artes/Ciências que nunca deveriam ter se distanciado....
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Daniella Rossi é Astróloga, Renascedora e Terapeuta Craniossacral. Ministra cursos, palestras e workshops de Astrologia. Realiza atendimentos individuais ou em grupos conciliando a melhor abordagem terapeutica adequada a cada paciente. Idealizadora e coordenadora do Mandala Mix - day spa holístico em Florianópolis/SC. Site:www.mandalamix.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Astrologia clicando aqui. |