Destino e livre arbítrio na Astrologia
Autor Titi Vidal
Assunto AstrologiaAtualizado em 9/10/2009 4:01:34 PM
O destino pode ser visto como um fado ou uma sorte, um encadeamento de fatos supostamente fatais, uma fatalidade, um objetivo ou fim para que se reserva ou destina alguma coisa, um lugar a que se dirige ou para onde é expedida alguma pessoa ou coisa, uma direção. Particularmente prefiro entender como destino o direcionamento, o lugar onde desejamos ou devemos chegar. Em Astrologia, quem dá este direcionamento e mostra qual o caminho traçado e portanto qual o nosso destino é o mapa astrológico. Ele contém o nosso ponto de partida, o caminho a ser percorrido e o destino a ser alcançado. E não temos muito como sair disso. Está tudo escrito nas estrelas. E o que vemos é que não há como ser e viver muito diferente daquilo que os astros nos prometem. E é isto o que chamo de destino. Mas não acredito que ele seja algo assim tão fatalista, pois temos também livre arbítrio. Assim, pode-se dizer que o mapa nos dá parâmetros daquilo que somos e podemos ser e fazer. E o nosso livre arbítrio nos mostra como atuar dentro de tais parâmetros. Temos um leque de opções e podemos escolher qual delas pegar. Mas temos apenas aquele leque, não há como escolher algo que esteja fora dele. E estes limites nos são impostos pelo destino. Falando em Astrologia, somos nosso mapa e tudo que somos, assim como tudo que nos acontece, são promessas presentes no mapa natal, que vão se manifestando ao longo da vida de acordo com as escolhas que fazemos dentro disso. Isto vale para nossa personalidade, nossos hábitos, nosso comportamento. Por exemplo, um ariano pode escolher usar sua energia agressiva sendo alguém pioneiro, enérgico, empolgado ou como uma pessoa agressiva, precipitada e impulsiva. Mas nunca será alguém tranqüilo e com toda a capacidade de manutenção que um taurino tem, por exemplo. Alguém que tenha uma Lua em peixes será muito sensível, podendo ser um músico, alguém romântico e criativo ou uma pessoa mais fantasiosa e escapista. Mas nunca irá encarar os sentimentos da maneira prática com que uma Lua em capricórnio faria. E assim por diante. O que podemos fazer é decidir que aspecto de nossa personalidade vamos desenvolver. O mesmo vale quando falamos das previsões, sejam elas trânsitos, progressões, revoluções. Quando vivemos um determinado acontecimento ou momento de vida e entendemos qual o aprendizado, qual o planeta que está causando isso, fica mais fácil escolher que aspecto seu vamos viver. Por exemplo, um trânsito de Saturno pode trazer muitas limitações, restrições e até perdas. Mas permite construção, estruturação, amadurecimento. O que conquistamos em tempos de Saturno tende a se manter por muito tempo. Mas se não fazemos nada, a cobrança é grande e apenas sentiremos seus limites sendo impostos, sem nenhuma conquista. Ou Plutão, que quando se apresenta traz mudanças realmente significativas e nos permite mudar voluntariamente ou nos tira coisas importantes para que tenhamos que fazer alguma coisa. Plutão nos dá muita força, coragem, determinação, mas se não buscarmos isto nele, apenas sentiremos as perdas, os obstáculos e as dificuldades. Podemos pensar nisso em qualquer situação, acontecimento ou sentimento que estejamos vivendo em qualquer fase de nossa vida, buscando nossos recursos para lidar com o momento. Estes recursos são nosso destino pessoal, que mostram as armas que temos e as nossas possibilidades individuais, que nunca são as mesmas que das outras pessoas. Voltando às previsões astrológicas, mostram nosso destino em um período de nossa vida, ou seja, o que tende a acontecer e isso implica em uma série de opções. O Astrólogo, ao observar estas opções e o conjunto da obra – mapa natal e todas as demais previsões – tem recursos para especificar o que tende a acontecer, mas ainda assim são algumas possibilidades, nunca uma só. Muitas vezes, senão a grande maioria das vezes, cabe a própria pessoa escolher o que vai vivenciar, ou, pelo menos, como fará isso. Por exemplo, um bom aspecto de Júpiter pode trazer oportunidades, expansão, crescimento. Mas a pessoa pode se acomodar e deixar que as oportunidades simplesmente passem e não se concretizem. Isto sem falar que Júpiter no negativo pode trazer excessos, desperdícios e exageros. Ou pensando em uma tensão, como um trânsito negativo de Netuno, pode trazer muita falta de clareza e desilusões, com a sensação de estar caminhando em direção a um lugar que não se conhece, em uma noite chuvosa com muita neblina. Mas permite o desenvolvimento da intuição, da espiritualidade e a percepção clara do que antes era uma ilusão. E cabe a quem vive este momento ficar perdido no meio das nuvens ou buscar intuitivamente o caminho, sem medo do que pode ver ou perceber. Enfim, temos sempre opções. E o autoconhecimento, a percepção de quem somos e do momento em que estamos vivendo são os aliados na hora de escolher. Ou seja, quanto mais sabemos de onde viemos e para onde vamos, quanto melhor nos conhecermos e aos nossos potenciais, melhores escolhas faremos. Isto significa que quanto mais conscientes de nosso leque de opções, podemos fazer melhor uso de nosso livre arbítrio, vivendo sempre melhor. Até porque uma vida feliz e equilibrada não é necessariamente aquela em que tensões não acontecem, mas sim aquela de quem vive bem sua vida, consciente de suas escolhas e também sabendo que às vezes o melhor a fazer é simplesmente deixar com que a vida flua e o destino se desenrole naturalmente. Sabendo conciliar destino e livre arbítrio, portanto, vive-se muito mais feliz. E a Astrologia é a nossa grande aliada nesta tarefa, pois nos mostra o destino e nos ensina a utilizar melhor o livre arbítrio que temos.
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