Eclipse, Super Lua, Saturno e Mercúrio retrógrado
Atualizado dia 5/24/2021 8:53:40 PM em Astrologiapor Fabrizio Ranzolin
Antes ainda, neste 23/05, Saturno domiciliado, começou seu primeiro período retrógrado em Aquário, aprofundando a intensidade do elemento ar do momento (percepção de movimentos das questões coletivas, sociais e de conhecimento e cultura).
Na astrologia hindu, um eclipse significa que um dos luminares, neste caso a lua, é devorada por um demônio, o dragão dos nodos lunares, da cabeça e rabo do dragão. Ocorre uma conjunção da Lua ao eixo nodal norte, a cabeça do dragão.
Os nodos da lua são os pontos onde a trajetória da lua cruza o caminho do Sol. Planetas “sombra”, não visíveis, fortes e atuantes a partir de aflições obrigatórias e na sua predominância, de processos inconscientes. Desde maio de 2020 até janeiro 2022, o nodo norte, cabeça do dragão está em Gêmeos e o rabo do dragão em Sagitário.
Esse ciclo dos nodos da lua mutável em Gêmeos e Sagitário, ocorreu da última vez de outubro de 2001 até abril de 2003, com Saturno reforçando o ar. Podendo haver importante conexão desse período anterior com o atual. Individualmente é importante identificar e trazer para a consciência eventos negativos e padrões que possam repetir-se. Necessário consciência para libertar-se dos ciclos escuros da inconsciência.
A intensidade de ar do momento será potencializada pelo segundo movimento retrógrado de Mercúrio em 2021, sua nova fase signos de ar. Fevereiro passado foi sua primeira retrogradação em Aquário. Agora Mercúrio estará retrógrado de 30 de maio até 22 de junho. Retomando o grau de início da retrogradação em 7 de julho.
O mapa do momento evidencia clara e urgentemente a questão dos ajustes do elemento ar, de rever as relações humanas em todos os níveis, apontando importantes movimentos em funções sociais, de saberes, da cultura, e, especialmente, revisões da forma como expressamos, trocamos e afirmamos quem somos a partir do ser social.
Uma fase com oportunidades para revisar, rever, repensar, para posteriormente, mudar, criar, crescer, evoluir. Essas revisões ocorrerão nas áreas da vida em que esbarramos na realidade dos outros no nosso caminho. Boas possibilidades (dignidades e domicílios), mas com grandes desafios, é lutar contra o dragão cortado em dois.
Gêmeos é a troca, o aprender para ensinar e o negociar. Em desequilíbrio se expressa em desajustes mentais, desentendimentos, intrigas, culpar os outros, problemas com os próximos (de sua localidade, como vizinhos). Também há tendência de superficialidade, falta de sentimento, agitação e excesso de dispersão.
Sagitário representa o conhecimento superior, filosofias, espirituais e religiosas, também questões que envolvam países e culturas, os saberes e os assuntos estrangeiros. Em desequilíbrio se expressa de forma moralista e dogmática, tendência a fé cega e intolerância, especialmente religiosa e cultural. As guerras religiosas étnicas se enquadram, como a atual explosão dos conflitos entre árabes e judeus no oriente médio.
Nesta etapa do caminho é fundamental mudar a forma não somente de ver, mas, especialmente de sentir o mundo. Temos que romper o véu que a velocidade da vida atual impõe. Para sentir é necessário aprofundar as sensações, parando o tempo por um tempo. Para ver e sentir o outro de forma equânime é preciso explorar um novo universo, e essa busca leva tempo.
Na vida em que a rede da internet (aquário) manda, há muitos momentos especiais passando, sendo perdidos rapidamente na velocidade mais alta que as mídias podem oferecer (gêmeos). Nessa velocidade o conteúdo é cada vez mais infindável e superficial, sacia momentaneamente a mente, esvaziando cada vez mais o coração.
E assim o mais verdadeiro e preciso do dia tem sido perdido. O parar tudo e olhar de verdade a alma das pessoas, o acompanhar as estrelas nascendo e se pondo enquanto riscam o céu, o ato de deixar o outro falar livre, até sentir que consegue sentir-se como ele no seu mundo.
Quando a velocidade é muito alta, o que está sendo percebido começa a ficar tênue e a sumir. Entrar e permanecer nesse fluxo de forma incessante é estar fora do que realmente é a vida: explorar com o pleno sentir o momento presente em toda sua infinita profundidade. Ficar sentindo tanto, tão profundamente, que apenas um “post” por dia é demais, fazendo o fluxo de tempo parar.
Não é da velocidade e do consumo que precisamos, tanta superficialidade nos tira a humanidade, perdemos a identidade no todo. A identificação mais com o “fora”, do que com o “dentro” nos impõe rótulos perigosos, de tendências intolerantes diante da riqueza mais bela da vida: a magia da diversidade.
A beleza da diversidade de raças e culturas, de saberes e visão, de fé e sentimentos, são o maior bem que a humanidade deve respeitar e proteger para poder valorizar cada um em sua individualidade. Cada coletivo, grupo ou comunidade, como os indígenas, os quilombolas e os imigrantes, traz consigo a preciosidade da diversidade da expressão universal.
Há pequenas, mas sementes poderosas, que são esperança para a humanidade. Cabem dentro do abraço humanitário de Luna Reys, e na família do judeu Yigal Yehoshua, que doou o rim de seu familiar querido, morto violentamente no conflito com os árabes, salvando a vida de uma mulher árabe. Obrigado de todo meu coração. Obrigado pela força dos colombianos e colombianas que estão mudando o mundo, forçando com que a visão obscurecida e estreita da sua sociedade se abra para ver os que sofrem e são ignorados.
Espero que o meu país mude de visão antes que seja tarde demais. Que passe a proteger sua riqueza natural e a diversidade cultural riquíssima dos povos nativos que compartilham suas terras conosco. Reconhecer, valorizar e preservar as culturas mágicas ancestrais que ainda resistem é vital agora. Mas, infelizmente, fora poucas sementes que tentamos proteger, segue sistematicamente o descaso brutal e a destruição severa das comunidades indígenas, e com elas toda sua riqueza natural dos rios e matas. Se você os sente como eu, faça a sua parte, ajude como puder, por favor.
Precisamos refazer o tempo, Saturno e Mercúrio, fixo e mutável. Perder-se na velocidade do tempo é viver escravo sem vida, o caminho mais eficiente para acelerar o fim, conhecido como morte. Para depois, apenas ter que recomeçar tudo de novo.
Enquanto não houver coração verdadeiro, profundidade, sentimento, desprendimento e confiança no próximo, não haverá um lugar do mundo que seja um lar, não haverá uma noite de descanso e os dias não farão mais sentido.
Somente faz sentido o que é plenamente sentido. Somente ao caminhar com calma, cuidado e sensibilidade, diante do momento de cada ser que estiver em nosso caminho, é que encontraremos a plenitude que tanto buscamos. Não há um destino, nem um lugar para chegar, o modo de caminhar é o destino.
Temos que começar a reaprender a viver de forma que o tempo passado entre a sístole e a diástole cardíaca seja tão longo quanto um ano galático.
Estava mergulhado profundamente em sentir intensamente o agora, o tempo sumiu e tudo ficou eterno. De repente, passada uma eternidade, senti ouvi um fluxo poderoso que tirou meu foco por um momento. Era apenas meu coração, que seguia com a sua próxima pulsação...
Bons ventos...
Obs: para conferir o mapa astral do eclipse acesse fabrizio ranzolin no facebook e instagramTexto Revisado
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Conteúdo desenvolvido por: Fabrizio Ranzolin Fabrizio Ranzolin é astrólogo, escritor e professor em cursos holísticos alternativos. Membro CNA Astrologia do Brasil. Ativista ambiental na preservação da natureza. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Astrologia clicando aqui. |