Em busca do príncipe encantado
Atualizado dia 11/27/2009 8:08:54 AM em Astrologiapor Titi Vidal
O ser humano se relaciona constantemente. É impossível viver sozinho. Nos relacionamos desde cedo com nossos pais, parentes e familiares. Conforme vamos crescendo, interagimos com amigos, colegas de escola, professores e colegas de trabalho. Até que começamos a nos relacionar afetivamente. Sabemos que nossas primeiras escolhas não são nossas.
Já nascemos em uma determinada família com seus integrantes naturais. E ainda depois de crescidos, muitas das pessoas com quem nos relacionamos não são por nós escolhidas, pois temos que conviver com muita gente por conta de escola, trabalho e outras relações sociais. Mas alguns ou muitos de nossos relacionamentos são escolhas nossas. A começar pelas amizades indo aos relacionamentos afetivos, ou seja, nossos romances, namoros e casamento.
Os principais responsáveis astrológicos por tais escolhas são Lua e Vênus, astros que falam de nossas necessidades emocionais e desejos afetivos. Mas não são só eles. Nosso próprio Sol, Marte, regentes das casas V e VII, entre vários outros fatores e combinações de nosso mapa astrológico mostrarão como serão nossas relações afetivas, o que desejamos e buscamos neste sentido, que tipo de parceiros tendemos a atrair, entre outras questões ligadas ao assunto.
Mas no caso de Lua e Vênus, temos especialmente descritos nossos desejos e necessidades afetivas. Nelas estão nossos sentimentos, nossas vontades, nossos gostos. A Lua representa nosso emocional, o que sentimos e o que nos dá segurança emocional. Vênus fala de nossos desejos, do que gostamos e o que queremos.
E nossas escolhas tendem a ser muito baseadas nestes dois astros. Isto porque tendemos a buscar o que gostamos ou que nos dá segurança. Ou os dois. De acordo com o signo onde Lua e Vênus se encontram, em que casa estão e os aspectos que fazem, sabemos que tipos de escolhas faremos. Quando ambos estão em harmonia, tais escolhas tendem a ser mais afinadas com o que desejamos e ao mesmo tempo capazes de conferir segurança emocional e afetiva.
Caso contrário, se ambos estão em desarmonia, aquilo que nos dá segurança geralmente briga com o que dá prazer e a tendência é irmos para um ou outro lado, deixando o outro infeliz. Nestes casos o ideal é buscar um equilíbrio, agradando um pouco cada um dos lados. Mas tem outra questão que pode influenciar muito em escolhas afetivas, deixando esta área mais confusa ou sem muita clareza. São os aspectos de Netuno envolvendo Lua, Vênus ou as casas V e VII do mapa astrológico (aqui considerando tanto o planeta em uma destas casas, como em aspecto com seus regentes).
Netuno é o planeta da espiritualidade, da intuição, da percepção, da fantasia e da imaginação. No negativo, tende a trazer confusão, falta de limites e clareza, idealização excessiva, escapismo e muita fantasia. Assim, quando em aspecto com os significadores naturais de relacionamentos, no bom aspecto trarão mais sensibilidade, romantismo, percepção, compaixão e amor. Mas no negativo tendem a confundir nossas escolhas, fazendo com que idealizemos demais os relacionamentos e as pessoas, sempre criando muitas expectativas e estando, conseqüentemente, sujeitos a decepções e desencontros afetivos. É como a busca por um príncipe encantado, que sempre julgamos existir e que ao nos depararmos com o suposto escolhido, vemos nele todas as características sempre sonhadas e desejadas. Neste momento, tendemos a desenhar em nossa mente toda a historinha. O desenrolar da relação, o futuro da mesma e todas as qualidades que esperamos na pessoa amada. O problema é que ilusão geralmente não dura para sempre e a tendência é irmos nos deparando com a realidade que demoramos a enxergar. E com isso vem a decepção, a desilusão, a queda do véu que nós mesmos criamos para cobrir uma determinada situação.
Mas nem sempre isto tudo vem porque o relacionamento ou a pessoa escolhida é ruim. Ela pode até ser, mas sem dúvida não é como o desenho que fizemos dela, com toda a perfeição que criamos em nós mesmos e provavelmente projetamos no outro. E ai vem a decepção, pelo excesso de idealização e do romantismo exagerado e fantasioso que ele tende a provocar. É até por isso que são aspectos positivos para os artistas, pois nos enche de romantismo e idealização, permitindo idéias puras sobre o amor ideal e nos aumenta infinitamente a sensibilidade e a intuição.
Mas em relação ao amor, há que se tomar cuidado quando falamos em Netuno. E não somente por conta de tanta fantasia, mas também pela falta de clareza e, principalmente, de limites que ele provoca. Ele pode dificultar a percepção de quem sou eu e quem é o outro, fazendo com que ao se relacionar, quem sofre grande influência netuniana não consiga dizer não, não tenha clareza a respeito de quem é o outro e qual o papel de cada um dos dois dentro da relação. Como diz Howard Sasportas, “Netuno é um solvente de fronteiras e…apaga ou dissolve o limite entre nós e os outros”. Por isso é preciso ter cautela. Mas nem tudo está perdido. E pelo menos do meu ponto de vista sempre há um lado positivo em tudo que temos em nosso mapa natal. E Netuno tem o lado positivo no que diz respeito à sensibilidade, à compaixão, à capacidade de se colocar no lugar do outro e na percepção de nosso lado mais sensível, intuitivo, artístico e emocional.
Um forte Netuno no mapa, e isto não apenas no que diz respeito aos relacionamentos, sem dúvida fala de uma pessoa muito sensível, capaz de amar intensamente e de forma muito emocional, com compaixão e cumplicidade. Por isso tende a estar presente com força em mapas de músicos, artistas, terapeutas e românticos em geral. Mas é preciso sempre manter os pés no chão, tomar cuidado para não exagerar na idealização e nas expectativas, evitar buscar sempre em todos um príncipe encantado e em todos a perfeição. Senão o que teremos são constantes desilusões e permanentes buscas por algo altamente idealizado e que sem dúvida não existe.
Assim, o importante é saber canalizar esta energia netuniana para as artes, para a sensibilidade, a música, a poesia. Qualquer coisa que sirva para extravasar o excesso de fantasia, ilusão e amor, para que ao fazer escolhas, principalmente as afetivas, possamos manter pelo menos um de nossos pés no chão, de forma pura e consciente, sem o risco de futuras decepções.
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