A Vida do Avesso
Atualizado dia 2/9/2019 11:15:15 AM em Autoajudapor Maria Lúcia Pellizzaro Gregori
O interessante é que todos nós estamos em busca de felicidade, mas nos esquecemos de que existem caminhos que nos aproximam e outros que nos afastam dela.
A primeira pergunta é: o que significa felicidade?
Para muitos é ficar num estado de conforto, esperando receber gratuitamente aquilo que desejam.
Para outros é ter bastante dinheiro para adquirir o que o dinheiro pode comprar.
Para muitos é ter saúde e paz para buscar com seu próprio esforço aquilo que faz parte das suas escolhas na vida.
São infinitas as definições e o mais importante é termos consciência do que realmente tem valor pra nós e a partir daí expandirmos nossos conceitos para que nos libertemos dos aprisionamentos que criamos com nossa rigidez.
Se não aprendermos a viver o hoje como sendo a única chance que temos de construir um amanhã melhor, se não aprendermos que a felicidade depende de como nos posicionamos diante daquilo que nos acontece, continuaremos responsabilizando os outros pelos nossos fracassos.
Se abafarmos nossos desejos numa caixa de afirmações rígidas sem as quais achamos que não poderemos ser felizes nós fracionamos as possibilidades e restringimos muito nossa chance de tocar em nossas metas.
E mais.
Somos tão distraídos que nem percebemos o quanto já temos à nossa disposição, e assim, nossa gratidão geralmente é acionada quando nos deparamos com pessoas muito limitadas física, cultural, ou mentalmente, enfim, pessoas que possuem dificuldades que nós não possuímos. No nosso cotidiano, em meio a tanta diversificação de tarefas, nós nos esquecemos de identificar a felicidade presente na nossa autonomia no que diz respeito a poder raciocinar, andar, ver, escolher e nos identificamos com as queixas, com as faltas, com as crenças limitantes atraindo assim, aquelas companhias também carentes da percepção de abundância para que venham fazer parte desse nosso círculo vicioso.
Isso é o que eu chamo de viver a vida pelo avesso, que é olhar apenas para um ponto de dificuldade nessa circunferência de possibilidades que nos envolve.
E nessa trajetória íngreme, sorrateiramente, vamos buscando os responsáveis pelo sofrimento que encontramos no nosso passo a passo sinuoso da vida e muitas vezes, só conseguimos perceber o poder dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, das nossas escolhas e o que tudo isso atrai, quando mergulhamos no conhecimento de nós mesmos, através de estudos profundos, em abordagens diversas, que vão trazendo respostas para o que estamos realmente fazendo aqui, pertencendo a essa família que escolhemos e que será o instrumento mais forte da nossa evolução, nascendo no país em que nascemos, tendo a raça e a cor da pele que temos e nos inserindo no contexto que está à nossa espera para vivenciarmos mais uma parte da nossa preciosa caminhada evolutiva.
A partir desse mergulho, começamos a ver a vida “do lado direito”, assim como apreciamos um bordado feito à mão, ponto por ponto. Ambos são o mesmo bordado mas o refinamento, a beleza, a finalidade é cumprida, quando aprendemos a fazer um avesso cada vez mais bem feito para que a exposição da arte “do lado direito” seja também cada vez mais aperfeiçoada.
Aos poucos vamos entendendo de onde viemos e para onde estamos indo nesse extraordinário ciclo intermitente da existência.
A vida é uma arte em andamento.
Texto Revisado
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