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Ação pacífica diante das pedras (preciosas) no caminho

Atualizado dia 16/01/2015 09:14:02 em Autoajuda
por Alex Possato


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Quantas vezes nos deparamos com uma situação que nos incomoda? Um negócio que não corre do jeito que queríamos... uma relação que se desfaz... um filho que não age como gostaríamos... um conflito familiar... uma doença... um acidente... São tantas e tantas situações que nos causam dor, angústia e sofrimento, que não dá pra escrever num parágrafo. Mas você está entendendo o que eu estou dizendo...

Você já parou para pensar por que as mesmas situações que, às vezes, fazem você empacar e desejar explodir de raiva, angústia, tristeza, incompreensão, etc., são ultrapassadas com tranqüilidade por outra pessoa? Talvez seja fácil compreender, diante deste simples exemplo, de que não é a situação que provoca o problema, mas a forma como você reage diante da situação se torna o problema. Ou a solução.

Percebo, através da terapia de constelação familiar, que são nas situações mais truncadas, mais aparentemente desagradáveis, onde reside a maior força que está à disposição de quem souber tomar posse desta força. Ok, vou explicar. Imaginemos uma situação onde uma relação se rompeu. E você se sente abandonado. A dor do abandono é imensa. Quase como um soco na boca do estômago. Através do trabalho de autoconhecimento e terapia, você percebe que o abandono é muito mais que uma separação no relacionamento. Por exemplo, o abandono ocorreu na sua família de outras formas. Seu irmão abortado, que você nem tinha conhecimento, foi abandonado. A sua avó, quando criança, perdeu o pai e se sentiu abandonada. Sua bisavó viúva doou os filhos devido à pobreza e à incapacidade emocional. Seu pai abandonou diversas amantes ou as ex-mulheres. Seus antepassados abandonaram a terra natal, para imigrarem...

Quando falo “percebe”, não quero dizer... pensa... ou entende racionalmente. No meu caminho, vivenciei a realidade de que entender profundamente um problema não solucionava o dito cujo. E com muita dor e dificuldade, fui mergulhando na verdade de que a libertação somente ocorre quando vivenciamos todos os sentimentos e emoções que estão latentes em nosso interior, e como emoção é energia, precisa ser liberada, para que eu possa viver em paz. É assim. Enquanto não liberamos as emoções reprimidas, elas continuam atraindo situações para que possam serem vistas, reconhecidas... Se tenho a sensação de abandono dentro de mim, ou eu entro em contato com o “abandonado” que reside em meu interior, ou irei ser abandonado por parceiros, pelo trabalho, pelos amigos, pelo país, seja lá o que for o meu destino...

Quem sabe você também irá abandonar muito, pois é isso que grita dentro de si. Mas quando você reconhece e deixa que o “abandonado” faça parte em seu interior, e permite então que ele descanse em paz, esta energia suaviza, e vai aos poucos se transformando num imenso poder de acolhimento. O seu coração vai se expandindo... a sua capacidade de compreender o outro ser humano, de olhar para as dores e sensação de exclusão que tantos e tantos possuem, amplia-se. Veja o poder que um aparente sofrimento possui!

Assim é. Com todas as situações que se apresentam como pedras no caminho, existe uma profunda lição existencial cuidadosamente escondida ali. E também um presente divino pronto para ser entregue, se você realizar diligentemente a tarefa de “desembrulhar” o pacote a você destinado. Sei que você foi ensinado a rejeitar a dor, o problema. Você quer satisfação, prazer, alegria, e gostaria de eliminar as dificuldades na porrada. Somos ensinados a agir desta maneira. E quando não sabemos lidar com a situação, ficamos nos lamuriando. Ou nos perdemos na raiva. Na ideia de injustiça. Mas estou falando para você que já possui a compreensão de que este mundo material é muito mais que um joguinho de ganhar e perder.
Talvez você aceite que o reino de Deus não é exatamente deste mundo. Mas creia que, neste mundo mesmo, é possível vislumbrar o tal nirvana, paraíso, e viver em paz. Eu acredito firmemente que é possível. Vivo para isso. Trabalho para isso. A vida material possui suas leis, e uma delas é que toda ação, provoca reação. Por isso, o convite a agir pacificamente. Incluindo aquilo que é difícil de incluir. Devagar, devagar. E também parando de correr desesperadamente atrás do “bem-bom”. Aja consciente das suas emoções, mas não deixe que elas o engula. Você não é suas emoções. Você não é seus pensamentos. Esta é a ação pacífica a que me referi no título deste texto.

Por exemplo, alguns dos meus projetos estão fluindo que é uma beleza. E outros não. Lógico que aqueles que estão fluindo dão prazer e conforto. Mas e os que estão andando devagar? A primeira lição que tomo é: algumas coisas andam devagar. Somente isso. Quem disse que é para andar depressa? Respeito o movimento. E em seguida percebo: o que esta crença de “andar devagar” está provocando em mim? Sensação de falta de dinheiro? Fracasso? Luta? Não merecimento?

E neste momento posso entrar em contato com as emoções rejeitadas. Que atraíram os problemas que enfrento. E ficar em paz com elas. Deixando-as descansar. Continuo a tocar meus projetos. Mas sei que não é meu poder fazer as coisas funcionarem ou não. Uma macieira, por mais bela que seja, não é a responsável pelas doces e boas maçãs que produz. Os rebentos são dádivas da vida. De Deus. E de uma série de circunstâncias que não estão no nosso controle. O solo. A chuva. O sol. A terra fértil. As pragas. Se percebêssemos que podemos interagir coma vida, mas não dominá-la, aceitaríamos de forma mais sensata as perdas. E os ganhos. Entendendo que, no final, tudo passa. O que fica? O que é eterno? Talvez seja neste único aspecto que deveríamos realmente prestar atenção. Mesmo enquanto cuidamos das coisas passageiras da vida. Medite sobre isso...



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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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