Comprometimento
Atualizado dia 26/09/2016 17:20:43 em Autoajudapor Andrea Pavlo
Vivemos uma época líquida e fácil. Antigamente a palavra valia alguma coisa. Se alguém dissesse que ia te pagar aquela dívida, era isso que ela fazia. A palavra era tudo o que a pessoa tinha, socialmente falando. E comprometer-se era ter segurança e sobreviver. A segurança de ter alguém para contar quando necessário. De um vizinho para aguar as plantas, alguém que dissesse: sim, essa pessoa é de bem.
Mas isso foi no passado. Os novos tempos liquidificaram as relações e fizeram com que todos começassem a pensar que sim, podemos ser felizes sozinhos. Não é que não possamos, mas ainda que tenhamos tudo sobre controle, é imprescindível ter pessoas. Aprendemos a trocar o gás pelo Youtube, conversamos com pessoas desconhecidas por computador, nada parece real. Tudo pode ser trocado, a qualquer minuto, em qualquer tempo.
Mas as verdadeiras relações, as que duram e são profundas e de sucesso, não são assim. Em nenhum nível. Pessoas comprometidas com o seu trabalho são sim as mais bem-sucedidas. Tanto no âmbito profissional, quanto financeiro. Se eu estou fornecendo um serviço e deixo o cliente na mão, perco o cliente. É uma faca de dois gumes. Posso trocar, mas posso ser trocado a qualquer momento.
As empresas que ainda cuidam pessoalmente de suas vendas, funcionários ou que colocam as pessoas certas nos cargos certos, são as mais bem-sucedidas. Não aquelas que querem pagar menos e substituem o funcionário por outro em segundos. Veja as publicações de resultado, o mercado de luxo, ou pequenos mercados que ainda sobrevivem graças a um atendimento personalizado, por exemplo. As pessoas gostam de se sentirem seguras. Então, por que não oferecem alguma segurança para o outro? Porque nos perdemos entre tantas opções de empresas, namorados, marcas de papel higiênico e salão de cabeleireiros. Por que não podemos simplesmente escolher o que é melhor para a gente? Porque temos a falsa sensação de estar perdendo algo lá fora.
Já sentiram isso? Outro dia assistindo um episódio antigo de um seriado, a moça estava em pânico porque estava lá, em trabalho de parto, e estava perdendo várias coisas lá fora, na rua. A sensação que temos é justamente essa, de que estamos o tempo todo perdendo algo que parece mais interessante.
Assim, a inveja e o medo permeiam as nossas relações. Ninguém se aprofunda em nada, todo mundo fica na tranquilidade da superfície. Um lugar onde nada pega, mas onde nada muda. Um espaço inerte e frio de relações e compromissos inexistentes. É mais fácil viver aí. O problema é que o tempo passa.
E lá na frente, quando olharmos para trás, veremos que fomos medíocres. Não escolhermos nada, apesar de tantas opções. Não nos comprometemos com a gente mesmo, com as nossas vontades e nossos desejos. A única maneira de parar de atrair a falta de comprometimento do outro, é saber onde está a nossa. Será que você está mesmo comprometido com você? Com a sua saúde? Com a sua vida financeira ou com o seu trabalho. Não estou falando de se matar por nada, mas de estabelecer suas prioridades reais. Olhar para dentro de você e ter a coragem de fazer e responder a pergunta: o que realmente me faria feliz? E se jogar, sem medo de sofrer ou de errar. Afinal de contas, tudo isso é mesmo, uma grande escola.
Texto revisado
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Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoajuda clicando aqui. |