Eu quero mudar, mas… A pessoa altamente sensível e o medo da mudança



Autor Rosalira dos Santos
Assunto AutoajudaAtualizado em 07/10/2016 14:39:50

E lá vamos nós, seguindo pela vida fazendo de conta que não estamos sentindo aquele desconforto e os dias vão passando… Incolores, nem bons nem ruins, apenas ok. Medianos, efeito nota 05. É o apelo da zona de conforto que nos mantêm quietinhos dentro dos nossos limites. Aliás, mais do que a (suposta) segurança da zona de conforto, é o medo do desconhecido que nos mantém presos ao nosso velho eu.
Ainda que este seja um comportamento comum a todo mundo em determinados momentos da vida, creio que é ainda mais forte nas pessoas com alta sensibilidade. Para a maioria das PAS a perspectiva de mudar é algo bastante assustador: começar algo novo, expor-se a críticas, não ter a certeza de estar preparado, enfim, correr riscos são coisas que nos angustiam de tal maneira que podem, literalmente, nos paralisar.
Várias razões tornam esse movimento mais difícil para nós: a facilidade de ficarmos saturados de informações (e o que mais se tem numa situação nova é excesso de informações para processar); a tendência a fixar-nos em tudo o que pode dar errado e viver antecipadamente todos os problemas que podem vir a acontecer; a empatia que faz com que valorizemos (muitas vezes de forma demasiada) a opinião das outras pessoas; além do onipresente tema da autoestima e dos sabotadores.
Aprendendo a conviver com a incerteza
Então, como lidamos com isso? Como criamos coragem para sair da nossa caixinha respeitando nosso modo de ser? Penso que primeiro de tudo é preciso ter clareza a respeito do motivo, do porquê, queremos mudar. Qual é a sua motivação? Ser mais feliz? Viver uma vida mais autêntica? Mais de acordo com os anseios da sua alma? Encontrar um propósito de vida e agir em consonância com ele? Considero esta resposta fundamental uma vez que é o seu porquê que vai lhe mostrar o caminho nos momentos de dúvida.Aceitando o medo e mudando mesmo assim
Depois, penso que é importante ter em mente que, como uma pessoa altamente sensível, qualquer coisa nova que faça lhe produzirá estresse. Mas é preciso considerar também que se você não sai de vez em quando da sua zona de conforto, se priva da possibilidade de crescer, de aprender e de se desenvolver para além dos seus limites atuais. As recompensas do crescimento superam as suas dores. E um certo nível de estresse é parte integrante desse processo.A boa notícia é que, de modo geral, quanto mais desafios enfrentamos, mais confiantes em nossas capacidades e habilidades nos tornamos. A melhor maneira de vir a ter prazer no envolvimento com o mundo é estar no mundo. Por fim, creio que é necessário conhecer e amar a si próprio. Aceitar o medo como uma das possíveis características da alta sensibilidade e tratar-se com carinho e respeito. É possível que você se lembre das vezes que, quando criança os adultos tentaram lhe forçar a fazer algo que lhe dava medo. “Deixe de ser medroso! ” Que bebé chorão você é! ” “Desmancha prazeres! ”, e de como isso só servia para aumentar o seu medo e sua angústia. Por favor, não reproduza esse tipo de tratamento. Trate a si mesmo e à sua sensibilidade com carinho. Dê-se tempo para metabolizar seu desejo, busque ajuda se achar necessário e, quando estiver um pouquinho confiante, arrisque e dê o primeiro passo, ainda que pequeno. Confie e coloque as forças do universo em movimento a seu favor.
Estes foram os caminhos que segui e continuo seguindo no meu processo de mudança. Em busca do meu propósito, o meu porquê, larguei a segurança de um emprego público, a cidade onde nasci e o conforto de uma casa. Agora estou em trânsito, no meio de um caminho do qual consigo ver apenas o próximo trecho. Estou feliz e segura em meio ao desconhecido? Claro que não. Sou uma PAS. Sigo com meus dois companheiros, o medo e a confiança, andando lado a lado.
Nessa jornada um grande aprendizado: o preço da mudança é a vulnerabilidade. Entre um ponto e outro do caminho não temos casca, estamos expostos. Nos assemelhamos ao trapezista que larga uma corda sem ter, ainda, segurado a outra. E aí talvez se encontre uma grande vantagem das PAS nos processos de mudança: conhecemos nossa vulnerabilidade, e sabemos que, de verdade, não há o que temer.
Gostaria de terminar com o depoimento da dra. Elaine Aron sobre sua própria experiência como PAS se arriscando fora da sua zona de conforto:
"Fui uma pessoa que evitou o contato com o mundo até a metade da vida, quando fui, de certa maneira, forçada por poderosas questões íntimas, a mudar. Desde então, tive que enfrentar algum medo, hiperexcitação e desconforto quase todos os dias. O assunto é sério, não é divertido, mas pode ser feito. E é maravilhoso estar lá fora, fazer sucesso e dizer ao mundo: “Olhem para mim! Eu também posso fazer isso”.Já imaginou se ela não tivesse se arriscado? E você? Se acha que precisa de ajuda para fazer as mudanças que sente serem importantes na sua vida, informe-se sobre o Programa Ame sua Sensibilidade, talvez um trabalho de coaching (individual ou juntamente com outras PAS) seja indicado para você.
Texto revisado









Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoajuda clicando aqui. |