Hoje eu faço 40 anos!
Autor Andrea Pavlo
Assunto AutoajudaAtualizado em 11/04/2016 18:11:05
Há 40 anos atrás, nesse horário (14:41), eu era uma recém-nascida. Tinha acabado de sair do útero quentinho da minha mãe, uma moça de 20 anos, recém casada e magrinha, que devia estar bem assustada depois de algumas horas de parto, aprender a amamentar e aturar uma pequena amostra do meu insistente choro. Tinha, literalmente, uma vida pela frente. Precisaria aprender tudo, absolutamente tudo. Mamar, chorar, dormir, fazer necessidades. Depois aprenderia a falar, andar, comer sozinha. Ler e escrever, isso resumindo bem as coisas. E ali, talvez naquele momento de nascimento, talvez já estivesse escrito que eu passaria perrengues e alegrias. Aos 20 e poucos entrei num período negro. Já sabia fazer as coisas acima, mas não sabia nada sobre mim mesma. Sobre o meu emocional, sobre as minhas crenças e dúvidas. O mundo parecia enorme, cheio de perigos e meu pequeno ego desajustado não deu conta. Depressão, síndrome do pânico e mais uma série de coisas estavam me levando para algum lugar. Algum lugar que eu, provavelmente, não queria ir. Um lugar onde a minha missão estaria definida, onde eu tinha um propósito maior. Eu fui uma boa aluna, como sempre na minha vida, e saí de tudo isso. E hoje, completando 40 anos me sinto como aquela recém nascida de novo. Mas agora eu sei andar, falar, comer (e como sei..rs) e já sei quem eu sou. Sei o que devo fazer, sei quais são as minhas chances, sei quais são os meus caminhos. Escolhi isso ao longo dos anos, escolha por escolha. Parando para pensar em cada coisa que eu fazia. Em cada pequena decisão. Decidi pelo autoconhecimento quando todo mundo decide por caminhos mais “normais”. Decidi saber quem eu era antes de tomar grandes decisões como casamento, filhos e coisas que poderiam me fazer sofrer se fossem feitas de maneira aleatória, com aquela cabeça tão bagunçada. Embarquei na minha missão no mundo. Mergulhei no meu trabalho até o último fio de cabelo. Fiz amigos, cultivei a minha família e hoje, quando acordei de manhã só pensei “Hoje é o MEU aniversário”. Não, não é sentido óbvio. Mas este aniversário é MEU por vários motivos. Ele me pertence. Eu o cultivei, como ando cultivando um pé de jabuticaba no meu jardim, que está dando as primeira flores agora. Eu o reguei, podei, coloquei adubo. Eu forjei cada centímetro da minha vida. Sim, eu tive muitas surpresas, boas e ruins. Grandes amores, meus sobrinhos lindos, ser madrinha de um bebê que está, como eu estava, ainda no princípio de tudo. E tive muita, muita ajuda. Dos meus pais, os mesmos que me ensinaram a andar, falar e comer. Dos meus avós, dos meus tios. Das minhas duas irmãs, de cada um dos namorados, amigos, parentes, primos e primas. Tive ajuda, sobretudo, de excelentes terapeutas. Cada vez que o aluno está pronto aparece o mestre, não é o que dizem? Pois é, eu tive muitos mestres. Muitas lições e muitos aprendizados. E hoje, sabendo de tudo, depois de sair da bagunça da minha cabeça e do labirinto da minha mente eu posso dizer: eu sou feliz. Sou feliz apesar do medo. Sou feliz apesar dos pesares. Apesar de ter uma doença chata, de precisar trabalhar quando não estou muito bem. Apesar de ter algumas questões na vida que eu ainda não consegui resolver. Apesar de precisar de coisas demais e precisar aprender a lidar com dinheiro, comida e amor carnal (por assim dizer). Mesmo assim, tudo parece bem mais simples agora. Não é que as coisas estão mais simples, mas a bênção da maturidade me ensinou a olhar para isso tudo com outros olhos. Menos cheios de ego, de cobranças ou de um perfeccionismo que não, não é uma qualidade disfarçada de defeito, pelo contrário. Era só meu ego que gritava mais alto do que a minha alma. E hoje, a voz da minha alma é tão alta, tão alta que até as outras pessoas escutam. Escutam a mim, como terapeuta, escutam quando me veem na rua, escutam e entendem que talvez sim, elas também podem ter isso. Um dia. Basta acreditar. A felicidade é para todo mundo. E ela não depende de nada: de quanto você tem no banco, de que cor é a sua pele, se você é alto ou baixo, se é gordo ou magro, se tem chulé ou não. Não depende de nada fora de você. Isso tudo são só características, idiossincrasias de cada ser humano. Felicidade é quando você tem os olhos puros de amor para você mesmo. Quando cada coisa que sai de você é amorosa. Aí, cada coisa que entra também tem que ser. Hoje, do primeiro dia dos meus 40 anos eu posso dizer que cheguei na linha de chegada. E daqui pra frente vou continuar a minha corrida bem mais tranquila, olhando bem a paisagem. Ainda trabalhando muito, ainda com problemas para serem resolvidos a cada dia, mas usufruindo de tudo o que a vida e “o cara lá de cima” me deu e vai me dar. Que não me falte forças para lutar! Obrigada por cada palavra de carinho. Cada olhar, cada gesto, cada pensamento amoroso que eu recebi nesse dia. Espero poder continuar dando e recebendo isso, pelo resto da minha vida.
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Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoajuda clicando aqui. |
