A BELEZA DE SER
Atualizado dia 10/4/2006 6:14:41 PM em Autoconhecimentopor Alexandre Boccanera deAbreu
Eis que, normalmente por orgulho ou mesmo vaidade de nossos pais, somos obrigados a estudar segundo suas simpatias e preferências e como se isso não bastasse, a conquistar os primeiros lugares no colégio, nos jogos, etc. Criados dentro de um critério consumista onde a saga da concorrência em todos os setores da vida sufoca no nascedouro os veios da criatividade vamos esquecendo ou mesmo desvalorizando as essências permanentes do espírito que o tempo se encarrega de esmorecer. Assim, gradativamente, nosso ser acostuma-se com o vazio que vai-se instalando aos poucos no desvalor da alma. Pobres de espírito e desacreditados perante nós mesmos só nos resta seguir as prescrições de nossos pais, professores, amigos e a todos que nos aconselhem com perseverança.
Assim, vivemos da infância à velhice, sempre na dependência de algo ou de alguém, amesquinhados no calor do próximo que por afinidade ou não nos acrescenta ainda mais confusão e incompreensões. Essa é a realidade de nossos tempos, retratada nos noticiários de todos os quadrantes da Terra. Por que isso acontece? É uma simples pergunta que a muito poucos parece interessar.
A coisa mais difícil de ser conseguida hoje em dia, sem dúvida, é a tranquilidade da mente necessária à observação de nossa própria realidade interior com a plena aceitação de nossos defeitos mais recônditos ocultados na sombra da consciência vígil, mas que se fazem presentes em todos os nossos atos falhos da vida cotidiana. Não só defeitos, vícios, manias e tudo o mais que conste dentro e fora de nossa realidade. É preciso ser bastante sensível à beleza, mas também à podridão do mundo. Observando com detalhe ao que se passa em nosso interior, mas sem nenhuma justificação de nenhuma espécie, somente pelo ato de atenção profunda ao cenário circundante, chegaremos à compreensão, sem pressões nem intimidações, dos reflexos imediatos que se projetam no mundo exterior e que performam a sociedade em que vivemos. Existe uma grande beleza no viver. Contudo, não será seguindo aos mestres, às escrituras e rituais antigos ou modernos que conseguiremos o entendimento de nossas fraquezas e necessidades. O bem e o mal de cada um de nós só poderá ser debelado com a energia dirigida à percepção imediata aos fatos e circunstâncias apresentados ante-consciência. O aconselhamento, por mais meritório que possa ser considerado, não traz o esclarecimento necessário à clarificação interior que tanto carecemos.
Torna-se mistér conhecermos as facetas de nosso caráter, esmiuçá-las e dissecar nosso comportamento em todas as situações, prestando absoluta atenção aos sentimentos que se apresentem, procurando vivê-los à exaustão, sem privilegiar ou discriminar a nada. Se isso for possível realizar, seremos mais felizes, a sociedade terá mudado completamente e teremos descoberto a flor mais viçosa da Natureza: a beleza de ser.
Texto revisado por Cris
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