Exu, o Guardião da Paz
Atualizado dia 10/26/2016 5:00:04 PM em Autoconhecimentopor Wilson Francisco
Desde então, estudo e pesquiso sobre Umbanda. E indico a leitura dos livros do Robson Pinheiro, em especial "Aruanda" e "Legião". Rubens Sarraseni deixou o corpo recentemente. Cumpriu uma brilhante missão, como instrutor espiritual. Escreveu vários livros sobre magia e destaco o "Chanceler do Amor", onde aprendi sobre a utilização da energia da sexualidade e também conheci sobre os seres cristalinos.
Uma vez, realizando um processo espiritual, contei com o apoio de um Ser Água Viva que trazia a aparência natural desse animal aquático, com uma desenvoltura exuberante de amor e inteligência. Mistérios do Universo Espiritual, que permite e nos presenteia com o apoio de seres de todos os reinos, ou que se apresentam nessa aparência. Digo isso por que, nessa questão de aparência, o Exu é um ser que às vezes assusta. Entendo que para a missão que desempenha precisa mesmo impor-se. Minha mulher, Maria, teve desde cedo experiência com vidência mediúnica e em parceria comigo participou de atividades espirituais variadas, algumas inusitadas. Tinha, no entanto, um medo gigante de Exu. Bastava a palavra pra ela se encolher!
Um dia, num trabalho no Templo Esotérico de meu amigo Jean, foi convidada pelo Exu para uma conversa. Tímida e receosa ela foi ate o Conga. Ele a abraçou e ficaram conversando. Eu não sei o que foi aquela "prosa amigável", mas confesso que o resultado foi excepcional. Ela perdeu o medo e recentemente em parceria com o Baltazar, amigo e médium muito bom, que veio do Candomblé, realizou um processo espiritual diferente. Pode-se dizer, pioneiro. Por sua origem mediúnica, Baltazar atrai Espíritos dessa linhagem de Exus. E nos trabalhos eles incentivavam esses Espíritos a realizarem um novo e diferente caminho. Uma especie de migração, da linhagem Exu, com os usos e costumes peculiares, para a utilização de outros instrumentos e ferramentas, no apoio que dão, nos trabalhos, para proteger o grupo de médiuns, das ações perigosas de Espíritos malignos.
Exus são Espíritos que desenvolveram uma longa jornada nas fronteiras do Mal e que por razões que desconhecemos, transitam agora com essa roupagem. Habitam cavernas. Um Exu levou minha mulher pra conhecer a "casa" dele. Diz ela que era um buraco, frio, energia pesada. Não se sentiu mal, foi acolhida com extrema delicadeza e respeito. Eles agem com truculência, quando convocados pra intervir em processos de possessão, impondo-se pela forca e agressividade.
Depois de vários encontros, nesse trabalho são convocados para estágios em Colonias Espirituais, onde aprendem a lidar com a Justiça sustentando suas ações, no Evangelho de Jesus. Alguns aceitam, outros não. O livre-arbítrio é respeitado. Um dia, surgiu na reunião um Espírito com claras intensões de tumultuar os trabalhos. O Exu se apresentou e decidido foi pra cima do Espirito maléfico e o travou com força.
Então, ele ficou parado, olhou pra médium dirigente e perguntou: e agora, o que faço com ele? Certamente, noutros tempos, o Exu arrastaria o Espírito para sua caverna, no interior da terra e lá aplicaria corretivos, exigindo uma rendição e uma aceitação da Lei de Justiça. Naquela oportunidade, ele, o Exu tinha outras ferramentas, ainda não sabia direito como fazer. O que ele fez foi interceptar o Mal. Tempos depois, este mesmo Exu passou a integrar a equipe espiritual da reunião e fazia aconselhamentos evangélicos.
Entendo, esse processo, como uma evolução dos tempos. No Catolicismo, se vê a atuação bem diferenciada das Igrejas Carismáticas, de Padre Marcelo Rossi e Padre Fabio de Melo. Em alguns cultos protestantes, a utilização do sal grosso é realizada. O CE Perseverança parece que foi o pioneiro, introduzindo nas práticas de apoio aos assistidos atividades da umbanda e agora inaugurou um Templo de Umbanda, para auxílio nas suas atividades de desobsessão.
De um livro do Rubens Sarraceni, destaco esse depoimento. Por si só, representa uma lição de humildade e coragem extraordinárias. Leiam, com o coração e sintam a energia dessas palavras.
A Confissão do (EXU) Guardião Sete Porteiras
"Força e poder me jogaram no inferno. Por anos que não consigo mensurar com exatidão, permaneci submerso num pântano fétido, com apenas a cabeça para fora. Mas como ali tudo era escuridão, não conseguia nem enxergar quem estava ao meu lado, e tão pouco como ou onde era aquele local. Hoje sei que aquele pântano era formado com emanações das piores emoções humanas, emoções que eu tanto produzi quando estava na matéria e continuava a produzir ali, pois o ódio e a raiva explodiam em meu peito. Como eu, um líder! O melhor de todos os cavaleiros, que tinha o poder de influenciar até reis e rainhas e o clero, um exímio lutador, dominando como ninguém a arte de manusear a espada com a qual decepava a cabeça dos meus inimigos. Como eu, com todo esse poder!
Fui parar ali, não encontrando forças nem para me levantar, nem tão pouco me movimentar? Eu não suportava e praguejava, blasfemava... mas nem um fio de luz eu conseguia enxergar. Às vezes tinha a impressão de que aquele pântano era repleto das cabeças que degolei... Onde estavam os reis que me apoiavam? Os bispos que me garantiram o céu?
Às vezes seres luminosos passavam por ali, e sem nenhum remorso pisavam sobre as nossas cabeças (minha e daqueles que se encontravam como eu). Aí mais eu odiava e aquela lama me paralisava. Se são servos de Deus, porque não me tiram daqui? Hoje sei que não podiam, pois meu orgulho não permitia. Eu via outros sendo resgatados, até alguns soldados meus. Como? Por que não eu?
E ali permaneci, na lama da minha própria consciência, por um longo e doloroso período. Aquela lama fétida diluiu a lama que existia no meu coração. E ali eu percebi que o poder que eu tinha na Terra ficou na Terra... Naquele dia, como eu chorei...! Chorei tanto, que aquela lama já endurecida ficou mais líquida, e meu corpo já se mexia. Naquele dia, relembrei bons momentos com meus pais...
– Senhor! Tende piedade de mim, sei que sou o pior de todos os seres, e que não mereço nenhuma ajuda... mesmo assim lhe peço clemência, misericórdia. E chorando vi um ponto luminoso se aproximar. Segurou minhas mãos, me levou até o mar, me deu banho... Era um senhor com semblante sério.
Quando eu já estava revitalizado, ele disse:
– Você foi tirado do inferno onde se enfiou, pela Misericórdia Divina. Você está pronto e disposto a ser um Servidor de Deus? Um Servidor de Luz na Escuridão?
Eu sorri e disse: louvado seja o nome do Senhor! Se me destes a oportunidade de sair do inferno, estou disposto a servi-lo. Coloco minha vida à disposição.
Aí é uma longa história que contarei noutra ocasião.
Ontem eu era o cavaleiro Salazar. Hoje sou um cavaleiro servo de Deus, servo de Ogum. Hoje sou Sete Porteiras".
(O Cavaleiro na Encruzilhada, psicografado por Sidnei Rosa).
Impressionou-me essa confissão. Ela nos indica um novo caminho, na interpretação e aceitação desses Amigos, os Guardiães. Digo Guardião porque a palavra Exu se acha configurada como sendo um ser do Mal. E como observamos, na verdade, são Espíritos do Bem cuja especialidade é permitir a paz.
Texto revisado
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