A ANGÚSTIA DO NADA: BREVE ENSAIO SOBRE A ANGÚSTIA HUMANA



Autor Fernando Salvino
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/8/2008 1:56:30 PM
Gostaria de iniciar esse breve ensaio a partir da tentativa de compreensão do processo que aqui, neste momento, denomino como “angústia do nada”.
A angústia é o sentimento de sufocamento psicobiofísico, concentrado na região cardíaca, com repercussões sistêmicas nos batimentos cardíacos (aceleração e descontrole emocional) e no descompasso no ritmo respiratório, acompanhado de sensação psicológica difícil de descrever, mas aproxima-se de espécie de aperto e muitas vezes, acompanha uma tristeza, melancolia e ansiedade agonizante, impulsiva, levando a pessoa a buscar alternativas para lidar com esse sentimento e, muitas vezes, acabam por ser vias de fuga.
É claro que as bases da angústia estão sustentadas em processos complexos e sistêmicos e não em uma causa e um efeito. Muitas vezes, inclusive, a angústia pode ser parte de um fenômeno parapsicológico, como a telepatia, quando a pessoa capta pelos seus sistemas extracerebrais de percepção, as sensações/informações de uma pessoa próxima ou à distância (assimilação simpática, captação). Ou ainda, advém de um movimento pessoal, intrínseco, de angústia, onde a própria pessoa capta o que mesmo sente.
Daí convém trazer aqui a problemática que encerra o assunto. Milhares e milhares de pessoas passam pela entranha e pouco compreensível sensação de angústia. Entretanto, para compreendermos onde a angústia se encontra, precisamos trazer esse sentimento dentro de seu referencial próprio. Eis que, todo sentimento é sentimento de alguma coisa. Assim como, toda angústia é angústia de alguma coisa.
Indo nessa linha de raciocínio, a angústia é angústia de, referindo-se ao objeto da angústia. Quanto à questão do objeto da angústia, gostaria de trazer para esse pequeno ensaio, o objeto “nada”. Embora o “nada” seja a ausência absoluta de algo, o “vazio”, o “silêncio absoluto”, o “nada” no nível parapsicológico, representa o “buraco negro” da psiqué. Ora, porque então falar em “angústia do nada”? É simples, visto que toda angústia refere-se a processos cardiorespiratórios, concentrando-se na região cardíaca, portanto na região de campo do cardiochacra, responsável pelos processos ligados ao amor.
Eis que nessa altura de reflexão, a angústia caminha ao lado do amor. Ora, a possibilidade e a vivência franca e aberta do amor traz alívio cardiorespiratório, e extingue o processo da angústia. Quem ama, ama algo, ou seja, o objeto do amor. Estar no amor significa, dentre tantas outras coisas, que a pessoa sente-se preenchida internamente, ou seja, seu “nada” não mais existe. Procuramos diuturnamente preencher o “nada” através do amor. Assim, a “angústia do nada” é a vivência real ou ilusória da perda do amor e do medo do vazio: medo do nada.
Assim, o “medo do nada” é o nível de fundo da “angústia do nada”. Em outras palavras, a angústia do vazio, da solidão ou da possibilidade de, que inclui os níveis físico, emocional, energético e espiritual, no processo da angústia, atravessa e corrói a alma por dentro na possibilidade de encontrar na morte (auto-sufocamento) a solução da “angústia do nada”. A morte nesse caso está ao lado da angústia, visto que a morte, dentro da possibilidade inconsciente, apresenta-se como o “nada”, a “extinção”, a ruptura, perda, mudança. Em síntese, sair de uma posição aparentemente conhecida, para outra, desconhecida. O desconhecido é o “nada”, o “vazio” da possibilidade do vir-a-ser.
Em síntese, a angústia é sempre “angústia do nada”, “angústia de morte”, na medida em que, o medo do porvir, o medo do novo, o medo da perda e as conseqüências existenciais de tal perda, assim como o medo da morte se traduz na psicodinâmica do campo, como a interrupção do fluxo de energia-consciência de confiança psíquica e existencial do ser perante ele mesmo e do ser perante a vida, a morte e a evolução natural das coisas do cosmos.









Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |