A ARTE DE USAR ÓLEOS ESSENCIAIS NA PRÁTICA PSICOLÓGICA
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Autor Rose Romero
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/09/2005 12:29:15
Desde criança sou fascinada por sons, imagens e cheiros. Na minha caminhada dediquei-me à música, aprofundei-me na psicologia dos sonhos e imagens mentais e, recentemente, a partir de 2002, comecei uma jornada deliciosa pela aromaterapia.
Descobri que a aromaterapia ou o “tratamento pelo cheiro agradável” utiliza-se de óleos essenciais, isto é, óleos extraídos de plantas, diluídos em outros óleos neutros - chamados óleos carreadores - com o intuito de trabalhar a saúde física, mental e emocional.
Ao entrarem em contato com o corpo, seja por inalação ou absorção pela pele, os óleos essenciais tem uma atuação:
a) Farmacológica, no sentido de que os componentes químicos do óleo são levados pelo sangue para todas as partes do organismo reagindo quimicamente com o corpo.
b) Fisiológica, pois certos óleos têm mais afinidade e atuação em certas regiões e sistemas, atuando de forma mais harmoniosa e equilibradora em determinadas partes do corpo.
c) Psicológica, devido à decodificação dos sinais aromáticos pelo cérebro através do sistema límbico, córtex, hipotálamo, interferindo no sistema endócrino e sistema nervoso, exercendo um efeito direto nos pensamentos e emoções.
Principalmente as emoções, são muito afetadas pelos aromas. As emoções positivas como alegria, contentamento e felicidade, podem ser promovidas, relembradas, prolongadas e até intensificadas pelo uso dos óleos essenciais. E no caso das emoções destrutivas, os óleos ajudam muito na liberação, alívio e não recorrência das mesmas.
Muitas vezes, psicólogas como eu, são procuradas por pessoas que visam lidar melhor com as emoções que lhes afetam internamente, provindas de seu próprio interior ou, então, vindas de outros e para outros de forma destrutiva ou negativa.
Utilizo muito o óleo essencial na prática psicoterapêutica, de forma auxiliar, afim de que através deles o contato com essas emoções se torne não só mais fácil como também mais flexível e maleável.
Alguns pesquisadores já provaram, em vários estudos, o quanto os aromas são capazes de influenciar nosso comportamento e, muitas vezes, de forma intensa. Os aromas são capazes de induzir mudanças de humor, trazendo um imenso bem-estar, assim como também reduzir o stress, o esgotamento e a depressão.
Os aromas relembrados trazem consigo uma bagagem enorme de acontecimentos, emoções, imagens e sensações. Daí a importância do acompanhamento psicológico, a fim de que ao se entrar em contato com uma experiência infeliz do passado trazida por determinado aroma, esta possa ser conscientizada e trabalhada na psicoterapia.
Ao relacionarmos os centros energéticos desequilibrados e conseqüentemente os conteúdos afetados por esse desequilíbrio, podemos lançar mão do uso auxiliar de grupos de óleos essenciais específicos que trabalham os sentimentos, pensamentos e emoções relacionados.
Por exemplo, se estamos frente a alguém que precisa trabalhar conteúdos referentes à atenção e estado de alerta, além de todo o trabalho psicoterápico, pedimos ajuda ao alecrim, ao manjericão, ao cardamomo e à pimenta-do-reino. Todo o trabalho flui com mais facilidade e rapidez. Além disso, na prática clínica tenho observado a imensa ajuda que os aromas trazem às pessoas na recordação de seus sonhos noturnos, como também das lembranças diurnas e associações entre elas.
Por tudo isso concordo com o escritor francês Michel Eyquem de Montaigne que escreveu em seu “Ensaio sobre o Cheiro”, publicado em 1580: “Os médicos poderiam (...) fazer um uso muito maior dos aromas, porque de minha parte tenho percebido as mudanças que eles me causam, atuando sobre o meu espírito (...) e isso me faz concordar com a teoria de que a introdução do incenso e do perfume nas igrejas (...) teve como objetivo tanto a elevação dos espíritos como a excitação e purificação dos sentidos, de maneira a deixar a todos num melhor estado de contemplação” e saúde física, mental e espiritual.
Rose Lane Romero da Rosa
Psicóloga Analista Junguiana, Psicoaromaterapeuta e Pesquisadora de Teologia Feminina.
[email protected]
Texto revisado por Cris
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Psicóloga Junguiana, Teóloga e Facilitadora das Oficinas ArteVida de Meditação do Projeto Labirinto E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |