A aversão
Atualizado dia 25/02/2023 01:09:23 em Autoconhecimentopor Rodrigo Durante
É muito comum pessoas que na infância passaram por abusos sexuais ou físicos de qualquer tipo como acidentes, ferimentos, sustos ou apanharam dos pais, por exemplo, desenvolvam algum aspecto de personalidade onde a aversão se faz presente.
Pessoas com este histórico têm dificuldades para relacionarem-se e até mesmo de receber carinho, pois podem ter desenvolvido uma certa hipersensibilidade ao toque físico, além de evitarem expor suas emoções em conversas e abrirem-se para pedir ou receber ajuda. Sua permeabilidade para algumas energias é alta por terem tido seus limites invadidos e o desconforto que sentem não pode ser compreendido ou sequer imaginado por quem nunca passou por esta situação. Tudo isso pode ainda estar muito bem disfarçado por máscaras que criamos para parecer bem e sobreviver.
Por esta razão também podem desenvolver um certo grau de inadequação ao meio em que vivem, sensação de não-pertencimento, vontade de morrer, necessidade excessiva de ficarem sozinhos, desânimo, depressão, crises de pânico, além de um comportamento fechado ou defensivo em relacionamentos de qualquer tipo.
É comum também momentos de grande apatia quando dessensibilizam-se para não sentir mais as dores, sofrimentos ou agressões que ainda estão vivos em si. Os traumas, choques, tristezas e decepções guardados em seu íntimo são encobertos por camadas de sonhos e esperanças, raivas e acusações. A inconsciência torna-se então o mecanismo escolhido para a pessoa manter-se viva e relacionando-se, alimentando assim ainda mais a apatia e a aversão.
Em sua tentativa de se adequar ao mundo e ser feliz, a pessoa pode obrigar-se a situações que acabam por agravar este quadro tão delicado. Acaba se tornando sonhadora e distante, fugindo para seu mundo interior quando os estímulos externos se tornam insuportáveis. Atividades em grupo e conversas íntimas são evitadas, convites são rejeitados e em certos momentos até um simples barulho repentino pode causar um grande transtorno interior. No geral, qualquer situação que possa expor suas feridas ativam suas defesas e inevitavelmente a aversão se faz presente para que a pessoa saia logo dali.
Outros comportamentos reativos também podem ser desenvolvidos para lidar com situações corriqueiras do mundo principalmente em relação aos pais, agressores ou pessoas que lembrem eles e seus comportamentos. Por exemplo, "emagrecer para sumir" ou "engordar para se proteger", depressão ou doenças como artifício emocional para receber atenção e até mesmo fracassar na vida para que seus agressores percebam o mal que fizeram. A lista vai longe!
É importante estar atento ao quadro aqui exposto pois todos trazemos inúmeros aspectos de personalidade que revezam-se no domínio da consciência. Assim, não é sempre que os comportamentos puramente apáticos ou aversivos aparecem, embora estejam sempre ativos e influenciando em nossas escolhas e decisões.
Para curarmos essas feridas e os comportamentos que derivam delas, é importante não nos vermos como vítimas, mas encontrarmos em nós a razão de termos escolhido passar por tal experiência. Quais aprendizados estavam presentes? Queríamos demonstrar algo a alguém? O que acreditamos que ganharíamos com isso? Estamos acreditando que merecemos tais sofrimentos? Estamos tentando nos redimir de algo de que nos culpamos nesta ou em outra vida? Tudo isso pode nos abrir a consciência para uma grande revelação. Agora então mais conscientes de que somos nós os criadores da nossa vida, podemos sempre escolher um novo caminho!
Em Paz,
Rodrigo Durante.
São muitos os aspectos de personalidade que desenvolvemos ao longo da nossa existência. Muitas histórias ainda ativas desempenhando um papel em nosso inconsciente.
Texto Revisado
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