A Biodanza e a Paz em você
Autor Centro de Biodanza Rio
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/26/2008 12:44:10 AM
Refletindo:
Somos seres biológicamente altruístas e cooperativos. Nossas células funcionam assim, dentro desse Universo que somos nós. Se nossas células, dentro desse Universo que somos nós, se comportassem como nós, nesse nosso organismo terrestre, como estaríamos? Estaríamos
literalmente MORTOS pois: haveria guerra entre elas, o que provocaria a necrose de nossos tecidos e levaria à falência de nossos órgãos.
E isso temos sido nós como espécie humana: Um verdadeiro fracasso!
Esse fato indica que andamos afastados de nosso propósito existencial. Por que “Ser Humano” não é uma condição que se nasce, mas que se conquista na relação com outros seres humanos.E isso, é certo, que nosso organismo sempre soube, nele estão contidas todas as condições e potenciais para chegarmos a essa humanidade. Ele VIVE essa humanidade da pele para dentro. E o que temos feito, com a consciência que conquistamos e da qual nos orgulhamos, dessa condição humana?
Temos nos esforçado para destruir tudo que nos vincula com essa verdadeira essência que estaria ligada a uma sabedoria cósmica contida na memória de nossas células.
Nossa civilização segue doente, nossos caminhos não conectados à nossa natureza altruísta, tem nos levado a uma vida sem sentido. Que sociedade é essa que temos construido? Temos nos tornado prisioneiros de nossas próprias escolhas e de nosso descaso e descompromisso. Vivemos a serviço da cultura e temos tido que nos adaptar a ela. Ora, se somos "Nós" os construtores da cultura por acaso esse movimento não deveria ser o oposto? Não seria a cultura quem deveria nos servir? E não nós a ela? Estaríamos então nós, de ponta a cabeça? Ou continuaríamos servindo aos poucos privilegiados do planeta em detrimento da própria vida do planeta?
Nossa sociedade capitalista, competitiva, individualista nos leva todo momento, a cometer atos inversamente proporcionais a nossa verdadeira"natureza". Com isso vamos vivendo fragmentados, separados de nosso propósito existencial como seres vivos.
Agora pergunto: Quem pode estar em paz assim? Sendo uma coisa e vivendo outra? Essa espécie de esquizofrenia que temos vivenciado pode se traduzir em caminho de paz? Posso estar em paz quando da pele para dentro vivo uma história e da pele para fora outra? Onde nasceria a paz em nós? Que caminho deveríamos tomar para estar em paz? Ou para, pelo menos, podermos morrer em paz?
Que tipo de relações temos vivido com as outras células de nossa espécie? Posso construir um caminho de paz quando négo existência a mim mesmo, na pele do outro? Apontar um monstro que comete uma atrocidade é fácil, querer leis que punam, também. Quando vamos começar a nos ver nesses monstros? E qual fato nos impede de cumprir as leis fielmente com todos os cidadãos da sociedade? Estamos plenos de leis. Leis que existem para salvaguardar, quem sabe, os filhos dos
poderosos que quando acometidos de falta de humanidade ateiam fogo em índios... Quando? Quando vamos começar a nos cuidar realmente? E ao invés de vingança, construir uma sociedade digna de seres humanos? Quando vamos realmente poder nos olhar e nos ver nos olhos do outro?
Nos tocar e sentirmos a nós mesmos na pele do outro? Nos comprometermos e nos responsabilizarmos com a vida que circula diariamente em nossas mãos? Quando vamos nos comprometer com a lei no sentido de que ela se aplique a toda a sociedade, inclusive a nós
mesmos? Não precisamos de mais leis, precisamos apenas cumprir essas e mudar o foco : O bem maior não pode ser a propriedade e sim a vida.
Eu encontrei esse caminho de paz, e não digo que é o único, pois sei que muitos existem, mas esse é o que trilho - a Biodanza. Rolando Toro nos diz de duas possibilidades quando acometidos de uma grande perda: um caminho que vai do sofrimento à depressão e outro que vai do sofrimento à plenitude. Eu posso falar dos dois pois tomei cada um deles em momentos diferentes da minha vida. E afirmo que o instrumento que me possibilitou a transmutação do sofrimento em plenitude, foi a
Biodanza. Muitos buscam a paz fora de si mesmos e com isso “passam a batata quente para frente”. Eu busquei minha própria paz e em cada passo do meu caminho afirmo esse compromisso. A violência tem que parar em alguém e eu sei muito bem do que falo, porque perdi um irmão de 29 anos para ela. E, perdoar, foi minha maior arma.
Mas por que Biodanza?
Biodanza não entende o homem fora da comunidade humana e busca uma possibilidade vivencial de revinculação afetiva com o próprio homem, com a espécie humana e com nossa própria casa: o planeta Terra.
Biodanza denota sentimento, pensamento e ação sempre em comunhão com a vida, através do Princípio Biocêntrico.
Biodanza permite reconstruir nossa "autêntica" expressão no mundo à partir do altruísmo e da cooperação: nosso verdadeiro propósito cósmico.
Viver isso, sentir isso e comprometermo-nos com isso, através das vivências semanais nas aulas, nos conduz, progressivamente, à uma sensação de conforto, a um aumento da estima por nós mesmos, a uma alegria serena ou seja a uma “paz intrínseca”, que nasce da intimidade de nossas relações conosco, com um legítimo outro , com o universo que habitamos e com a responsabilidade por nossos passos nessa vida.
Leila Maria Augusta de Almeida.
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