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A BONDADE TEM LIMITE?!

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Autor Silvana Lance Anaya

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 6/22/2007 8:19:00 AM


Muitos de nós fomos criados com uma certa concepção de bondade, na qual deveríamos aceitar tudo e sermos bem “bonzinhos” para conseqüentemente, nos sentir aprovados e admirados, fazendo jus a elogios e carinho! E se neste convívio, houve duras críticas ou rejeição, isto pode ter sido absorvido como uma punição, nos fazendo assimilar que nosso conteúdo é inadequado e que nada de bom podemos produzir, prejudicando assim nossa aprendizagem emocional.

Muitas pessoas, por não acreditarem possuir bondade suficiente, se submetem até mesmo a tarefas e imposições freqüentes na tentativa de convencer a si mesmas. Comportam-se como indignas do prazer e da felicidade, fazendo disso um castigo, sentindo-se até mesmo desconfortáveis pelas coisas boas que obtém na conclusão de que não são merecedoras, podendo até mesmo criar vínculos autodestrutivos ao se submeterem aos outros, da mesma maneira que se submeteram a seus cuidadores quando crianças.

É preciso nos conscientizar deste ciclo negativo para então podermos lutar e tentar mudar, não simplesmente repetir caminhos, mas sim ajustá-los, recriá-los e a partir daí, fazer um novo começo, nos tornando responsáveis por nossa própria vida, sem ficar culpando o passado ou as pessoas, até porque elas podem ter feito o melhor com aquilo que também receberam! Não podemos viver cultivando uma baixa auto estima que aliada à culpa, nos mantém em constante busca de aprovação, levando muitos a dizerem sim a tudo e a todos, recusando-se a competir e cedendo sempre em favor dos outros. Vivendo numa espécie de compulsão em servir e agradar todo o tempo, abrindo mão de muito em prol dos outros, inclusive de suas próprias vidas, o que intimamente, pode provocar um sentimento de revolta pela invasão de limites que elas mesmas passivamente permitem, fazendo-as cultivar uma raiva secreta, para então se sentirem culpadas pelo sentimento “inadequado”, contraditório à primorosa bondade que almejam.

Pessoas assim são perfeitas para quem precisa dividir ou se livrar de um fardo, mas péssimas para elas mesmas se não conseguem colocar um limite, excedendo a própria capacidade no temor de que o outro não aprecie um “não”, muitas vezes necessário para seu próprio equilíbrio!

Muitas destas, também se sentem em demérito porque mentiram ou fizeram algo de que se arrependeram, punindo-se com a servidão para a expiação da culpa e do remorso...
Mas afinal de contas, quem na verdade é inteiramente bom?!
Que atire a primeira pedra quem é que nunca se decepcionou consigo mesmo!

Decepcionados sim, mas mais maduros e experientes ao aprendermos nossa lição, porque dentro da concepção de perfeição, a bondade nunca conterá a excelência!

Possuímos a bondade ao tentar sermos bons fazendo o nosso melhor, sem que com isto tenhamos que dizer sim o tempo todo, passando até por cima de nós mesmos para sermos vistos como “bonzinhos”! Além do mais, quando dizemos muito sim por aí, podemos estar dizendo muito não a nós mesmos, nos tornando até capachos nesta necessidade de aprovação, e em contradição à bondade, não estarmos sendo bons com nós mesmos! Sentimentos humanos não são o oposto da bondade quando contém um não em prol de nós, pois fazem parte de um equilíbrio que temos que manter! Isto é amor próprio!
Bondade não é subserviência, é sensibilidade, é ternura! Ela existe dentro de nós para que façamos bom uso dela, não para nos maltratar e penitenciar ultrapassando os limites do próprio bem estar!

Mas, uma suposta benevolência pode camuflar uma intenção egoísta, quando ao tentar nos livrar da culpa, utilizamos esta mais por nós mesmos, e não exatamente pelo outro! A pretensa bondade pode também conter uma conotação de vaidade quando na busca de reconhecimento, encontrarmos admiração, amor, respeito e aplausos, pois podemos entrar numa espécie de competição e nos sentir mais atraídos pelo destaque do que pela própria e humilde bondade em si! Nesta ostentação disfarçada, podemos fazer a coisa certa por uma razão duvidosa que, ao invés de trazer um bem estar, pode nos levar a um vazio interior...

É muito bom se sentir importante, mas o melhor é sentir-se bem com uma bondade que será utilizada da forma certa e no momento justo, pois a oportunidade de exercê-la sempre surgirá!
Por outro lado, não podemos cultivar o enaltecimento ao nos convencermos de que ninguém além de nós é bom ou que todos sempre querem algo quando nos tratam bem! Temos que desenvolver uma atitude de confiança para não vivermos suspeitando de tudo e de todos e achar que sempre sabemos o que é bom para os outros, quando na verdade estamos em dúvida até no que é bom pra nós mesmos!

Deus nos fez bons e nos deu também o livre arbítrio pra que escolhêssemos o melhor, mas nunca esperou que fôssemos perfeitos em nossas escolhas ou justos e bons em todos os segundos da nossa vida, porque isto é impossível! Podemos possuir a grandeza do caráter e mesmo assim não sermos tão perfeitos em bondade e altruísmo! Às vezes somos mesmos até perversos, principalmente com nós mesmos, agindo como verdadeiros carrascos!

Ninguém se orgulha o tempo todo de si mesmo, por isto é preciso ter um olhar compreensivo, ter compaixão de si para também ter com os outros, não exigindo de ninguém a perfeição que muitas vezes exigimos de nós...

A bondade que existe em nós ninguém poderá tirar, apenas nós mesmos quando nos achamos péssimos e pensamos que nunca somos suficientemente bons, ou então nos desviando intencionalmente do caminho do bem...

Nós erramos às vezes, e vamos errar outras vezes também! Mas temos que aprender a lidar com isto sem colocarmos tudo como uma “prova de bondade”, exigindo o impossível e nos punindo por não alcançar a perfeição! Podemos nem sempre fazer a coisa certa, mas se temos um coração bom, isto é o que importa! E para aceitar a bondade que existe em nós, o autoconhecimento se torna um importante aliado no reconhecimento desta e na aceitação e respeito a nós mesmos e aos nossos limites.

Se a bondade está em nós, o importante é acreditar e tentar fazer o que é certo e está ao nosso alcance, sem ultrapassar as raias do próprio desconforto. E se nem sempre conseguirmos, não ficarmos por isto nos penitenciando com culpa e remorso, afinal, não somos perfeitos lembra? A partir daí, a vida flui pelos caminhos que vamos delineando com nossas tentativas e esforços, no cultivo da bondade que não sufoca e não infla a vaidade, mas que irradiando a virtude, provoca também o desejo de retribuição, contribuindo para a continuidade do ciclo do bem!

Silvana Lance Anaya
Psicanalista / SBCampo
Tel (11) 8295-5720

“Eu não quero ser só um homem sábio; eu também quero ser um homem bom.” Sartre

"Querer ser bom é já ser bom.” Beauchène

"O que mede a elevação de uma alma não é a inteligência, nem a glória, nem o amor: é a bondade.” J. B. Lacordaire

“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida...” (Salmo 23.6).



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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Silvana Lance Anaya   
Silvana Lance é Psicanalista e Psicoterapeuta Especialista em Psicodrama Clínico - Pós-Graduada em Teoria Psicanalítica, membro fundadora da SODHEP - Soc. Desenv. Humano e Estudos Psicanalíticos - / Jornalista Mtb 75200/SP atendimento: consultório particular/SBCampo www.clinicapsicabc.com.br - facebook.com/clinicapsicabc
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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