A Canção de Meu Avô
Autor Ceissamorim - Buddhayan
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/27/2010 11:41:50 AM
Estava em meu local de trabalho em meio a uma pilha de processos, quando senti uma inspiração que provavelmente vinha de meu avô materno: José Paes de Amorim, pernambucano, natural de Vitória de Santo Antão - PE.
Cantar Ciranda! Cirandas de Lia! Cirandas de Lia de Itamaracá! Delícia!
Impulsivamente decidi que deveria encontrar músicos para meu projeto. Como os instrumentos são específicos, caixa, tarol, zabumba, ganzá, piston, clarineta, pensei que se ligasse para a Polícia Militar, poderia trabalhar com os aposentados que estivessem dispostos a embalar almas com seus acordes.
Fui atendida por um policial gentil e prestativo que achou a idéia inusitada. Não postarei nomes, nem verdadeiros, tampouco fictícios, para evitar qualquer incoveniente para os militares da Banda da PMDF.
O certo é que esse militar que me atendeu me falou sobre um amigo que desenvolveu um projeto de cunho folclórico, que vinha de encontro com a idéia que eu apresentava. Deixei meus números de contato, e-mail e aguardei.
A partir desse dia, ouvi muitas canções de Lia e me encantei mais e mais.
Desejo conhecê-la, quiçá terei essa oportunidade!
Pelo fato de minha mãe ter ficado órfã de pai aos 8 anos de idade, pouco sabemos a respeito do vovô. Mas eu sei que me pareço com ele, em alegria e muitas coisas que não vêm ao caso nesse momento.
A inspiração era para que eu iniciasse um projeto com Cirandas, daquelas cantadas por uma belíssima senhora chamada Lia de Itamaracá.
Pesquisei sobre o assunto e descobri que adoro o batuque da ciranda, do côco (folclore) e que seria uma delícia dar continuidade e realizar essa inspiração. Descobri que para se dançar Ciranda, não tem idade, crianças, jovens e idosos acompanham bem o compasso. Uma dança circular de inclusão, que tem tudo a ver com o trabalho das Constelações Sistêmicas!
Mais tarde, liguei para mamãe e perguntei se vovô era músico, porque tive a impressão de percebê-lo com um instrumento musical ao meu lado, era um instrumento de sopro, provavelmente um piston.
Mamãe não soube me informar, mas garantiu que minha tia Marly, que reside em Manaus saberia. Então sem perder tempo, liguei para ela, conversamos e ela me informou que vovô era músico regente da Banda do Exército em São Luís - MA.
Depois de alguns dias, recebi um telefonema do militar que me atendeu tão gentilmente, ele estava ao lado do colega que rege o grupo folclórico. Para minha surpresa, o grupo dele MARAFREBOI, já está prestes a lançar um CD e agita o carnaval da Capital Federal.
Confesso que o currículo dos integrantes do MARAFREBOI, me intimidou um pouco, afinal, são profissionais. Questionei-me: será que eu consigo chegar ao menos aos pés desse pessoal que está na longa estrada? Pois é, não sei, não faço idéia.
Os sinais vieram embalados pela sincronicidade, no mesmo dia em que mantivemos contatos, fui com umas amigas à casa de uma mulher que trabalha com danças circulares.
Foi então que soube que íamos à casa de uma pernambucana e que uma outra pernambucana iria fazer uma celebração.
Magicamente encantador, porque fechamos a celebração com uma bela Ciranda, cantada por Lia de Itamaracá (CD ). Senti uma alegria e uma gratidão tão intensas, pois sabia que meu avô por meio de mim se alegrava (geneticamente). Foi bom ter contato com essas raízes outrora esquecidas.
No sábado nós mulheres nos reunimos novamente e aprendemos a dançar côco. É delicioso, contagiante e nos deixa em forma!
Estou percorrendo um caminho sem volta. Renovando minhas relações, encerrando outras, conhecendo gente de coração afinado com o meu, e com o Bem Maior. Não adianta forçar se não dá mais, é necessário nos despedirmos com amor e seguirmos em frente, com gratidão e alegria!
Se por alguma razão esse projeto não for adiante, posso garantir que ele me trouxe presentes que não têm preço, totalmente impagáveis, como conhecer as raízes de meu avô, a amizade dos policiais militares integrantes da Banda da PMDF, e me unir às mulheres das Danças Circulares da Casa de Tammy.
Acessar o Sagrado Feminino por esse caminho, permeada de delicadeza e alegria, é uma delícia!
Viva a Vida!
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