A confissão
Autor Bernardino Nilton Nascimento
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/24/2008 6:42:11 PM
A confissão é o ato no qual abrimos a nossa vida para um julgamento. A sociedade pensa ter o papel de juiz, quando, na verdade, esse papel cabe a nós mesmos, pois a sociedade, por seu comportamento ético, não está capacitada para exercer tal função.
Todos sempre temos algo incosistente com as leis divinas, por isso, é ilógico recorrermos a um padre, a um pastor ou a quem quer que seja para abrirmos o nosso coração e colocarmos para fora tudo o que lá está guardado, em segredo. O ser humano, seja qual for a sua atividade, está sujeito a erros e acertos. Por essa razão, ele não pode ter a capacidade de julgar, muito menos de condenar ou absolver alguém. As leis divinas deixam livre o julgamento para a consciência de cada um, onde não escapa nenhum detalhe da razão e da moral, e acredite, ela é implacável.
A confissão existe por que o ser humano precisa conhecer-se como é, diante do seu espelho interior. É por esta razão que o papel de juiz não caberia melhor se não à nossa consciência. No momento da confissão devemos estar em meditação, mas conscientes de que ali, naquela hora, está começando o seu tratamento na busca da cura interior. Daí em diante, forma-se uma nova visão de justiça. O comportamento moral que procuramos ocultar do universo, é descoberto diante de nós. Sabemos aí que a consciência começou o seu trabalho.
A sua auto confissão tem o objetivo de melhorar a sua vida, de limpar a sua alma. Como o juiz é a sua consciência, a sentença vai vir do encontro de você consigo mesmo, e se em você, ainda existir uma faísca, por menor que seja, de Deus, o perdão é inevitável.
Não podemos confundir desabafo com confissão. Podemos desabafar com qualquer pessoa que esteja ao nosso lado. Mas a confissão é pessoal, cabendo, como já dito, o julgamento à sua consciência e a você, a compreensão da sentença.
Vou contar uma história já conhecida por muitos.
Um grande empresário, depois de fazer todos os exames, descobriu que estava com câncer. O médico lhe informou que não tinha mais remédio, que sua vida não passaria de seis meses. Ele, em estado meditativo de confissão, lembrou dos caminhos escolhidos para chegar onde chegou com tamanha riqueza e descobriu a sua sentença. Então, passou a doar toda a sua fortuna para pessoas que ainda tinham chances de vida e a institutos de pesquisa para a cura do câncer. Revoltado, não mais voltou ao médico e dedicou sua vida ao próximo. Passaram-se seis, sete, oito meses e ele, sem nada sentir mas diante da insistência da família, voltou ao médico para novos exames. Para espanto dos médicos o câncer tinha desaparecido. Perguntaram ao empresário o que ele tinha feito, porém ficaram sem essa resposta, pois o homem estava tão surpreso quanto eles.
Em um outro momento de meditação, o empresário teve a revelação da sua cura, que se fez merecedor. Depois, sem fortuna mas feliz e com a vida normalizada e saudável, continuou dedicando parte do seu tempo à felicidade do próximo. Veio a falecer de velhice, adorado pelo povo da cidade.
BNN
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