A depressão e eu
Atualizado dia 1/14/2025 12:21:23 AM em Autoconhecimentopor Ana Carolina Reis
Atualmente, na era das redes sociais, ser terapeuta é ter um status de sucesso, medido pelo número de seguidores, com sua bio(grafia) descrevendo quantas mil pessoas/processos/atendimentos/cursos deu, em não sei quantos lugares do mundo... Isso tudo não combina com a depressão, que é uma doença bastante estigmatizada. [ah, basta ter força de vontade, né? Que besteira isso tudo!]
Existem tantos tipos de depressão diferentes, tantas nuances...
É possível ter depressão e ser funcional, que é o meu caso por exemplo.
Amo meu trabalho, ajudo as pessoas... Sou conectada espiritualmente, tenho não sei quantos mestrados de Reiki (uns 10, no mínimo) e não sei quantas formações...
Todo esse repertório não me impede de me sentir depressiva, em alguns momentos.
A depressão que me assola é cíclica, do tipo que vem e vai, como as ondas do mar...
Ela vem (geralmente do nada) e se vai, da mesma forma, como uma nuvem passageira.
Destaco a palavra me sinto depressiva e não sou depressiva.
Porque sei, sinto e (com toda clareza possível) vivencio (não apenas teoricamente) que sou a alma e a mônada, a centelha divina.
Nesse nível, eu sou livre, estou em Deus, não tenho nada. Eu sei quem Eu Sou.
Quem já participou de uma meditação comigo sabe o quão longe podemos ir espiritualmente... Quanta paz, luz e amor consigo trazer para o meu sistema e daqueles que estão meditando comigo.
Por incrível que pareça, isso não impede que essa depressão me visite de tempos em tempos. Talvez, para me lembrar que sou humana. Talvez, para ser transmutada (afinal, quanto mais luz eu trago, mais sombra eu ilumino em mim). Talvez, porque eu escolhi (conscientemente) evoluir o máximo possível nessa vida, resgatar o máximo de karma que eu puder... Enfim, como poderia ser diferente? Esse é o nosso objetivo em comum, não apenas o meu. [você já se lembrou disso?]
Como eu poderia evoluir, ir para a luz sem atravessar tanta sombra? Tanta escuridão? Tanta depressão?
É realmente assustador evoluir!
Estamos sós, literalmente, com nossos maiores monstros/temores.
Isso não quer dizer que estou condenada a me sentir assim para sempre (e se estiver ok, tenho recursos para lidar e pedir ajuda, fazendo a minha parte).
Não gostaria de receber conselhos ou sentimentos de piedade (embora eu saiba que é inevitável, pois lido com pessoas há muito tempo e sei que isso faz parte do comportamento humano).
A sensação que tenho é que preciso me libertar: primeiro, do meu próprio julgamento - como se eu fosse incapaz ou pior por ter ainda esse processo kármico a vencer. Segundo, me sinto pressionada muitas vezes por esse inconsciente coletivo desvairado que impõe essa medida de sucesso irreal não só ao terapeuta, mas a muitas profissões atualmente.
Vende-se a ideia que o terapeuta é uma pessoa curada, com todas as suas questões resolvidas... Inclusive que é o método/curso/atendimento dele que irá também te salvar.
É impossível, surreal e insano, não tem como! "Enquanto vivos, inacabados", já ensinava Bert Hellinger...
Venho, da minha mais profunda humildade, do maior vale de sombras que já atravessei, de desertos solitários para te dizer: "caminhe em direção à Luz, mesmo assim!"
Será muito difícil, sim! Será extremamente desafiador. Você terá vontade de desistir muitas vezes e pensar: "onde amarrei meu bode?"(rs)... Mas, te garanto: vai valer a pena!
Só você pode trilhar esse caminho, com suas próprias pernas, com suas cicatrizes e chagas (internas/escondidas)... Só você pode curar a si mesmo, mas isso não te impossibilita de pedir ajuda (e essa eu tenho de sobra, graças a Deus!).
Reitero: não preciso da caridade alheia, já tenho a minha própria autocompaixão...
Venho apenas, humildemente, abrir meu coração e me render, publicamente: àquela que considero minha maior chaga, àquela dor que levou meu pai, levou depois minha irmã...
Mas sei que não irá me levar, pois não é esse o meu destino.
O meu é ser farol, irradiar luz, expandir, crescer, vencer toda treva que ainda há em mim.
Foi por isso que nasci e escolhi tamanho desafio.
Minha mente não pode me parar, porque sou além dela.
Sou além da alma.
Sou a cocriação infinita em movimento, numa dança em espiral... Me reconciliando com a dualidade, para me fundir na unidade.
Sei do meu poder e do meu potencial.
Com amor, me despeço dessa chaga: "Depressão, minha amiga, eu te envolvo em luz e me despeço de você.
Mesmo que, porventura, você venha ainda me visitar (como uma neblina espessa), sei que irá passar, que será temporário.
Sei que é apenas um teste, para me relembrar que o Sol que brilha fora, brilha também dentro de mim."
Amém!
Ana Carolina Reis
@aurorapachamama
www.espacopachamama.com
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Conteúdo desenvolvido por: Ana Carolina Reis Responsável pelo Espaço Aurora Pachamama. Terapeuta Integrativa (CRTH-BR 6400 ABRATH), Mestre em Reiki e Seichim (diversos sistemas), Apometria, Cristaloterapia, Terapia Floral, Constelação Familiar, Magnified Healing® e Light Healing®. Formada em Psicologia, pela UFCSPA. Autora dos livros: "Xô, depressão!" e "A Sabedoria dos Cristais E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |