A dignidade e o valor de ser uma mulher
Atualizado dia 11/17/2006 12:33:30 AM em Autoconhecimentopor Vera Godoy
Vinicius de Moraes
No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre e se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és que só me tens desesperado.
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza, não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem, sou belo. Macho, sou forte. Poeta, sou altíssimo.
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem a flor da murta, melhor seria morrer ou ver-te morta?
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas; passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas.
Afogai-me, tirai-me deste tempo.
Levai-me para o campo das estrelas e entregai-me depressa à lua cheia.
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o cântico dos cânticos.
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!
Estar encarnada como mulher, neste momento planetário, é a oportunidade de fazer um resgate consigo mesma e com o universo feminino. Antigamente era comum ouvir mulheres dizendo: "Se na outra encarnação eu voltar mulher, me recuso a nascer!". Isso refletia o motivo de tamanha revolta e insatisfação para com sua condição de mulher.
Quando questionadas diziam que, além do homem poder tudo, e elas terem que se submeter à sua vontade, as mulheres também não gostavam umas das outras porque não eram amigas.
Nos dias atuais, mesmo que as mulheres tenham conquistado muitos dos seus direitos, elas ainda continuam perdidas, sem entender ao certo seu papel já tão distorcido. Isso acabou gerando também uma grande confusão na cabeça do homem. Hoje, luta-se menos contra o machismo, porque essa luta passou a ser mais da mulher com ela mesma, com o ser feminino.
O não ter direito cedeu lugar ao não ser. O verdadeiro papel de uma mulher na sociedade é complexo e não compreendido, mas na verdade a própria mulher é a responsável por isso. O culto ao corpo e sua posição de competição com o homem, além de tê-lo como referência comportamental, acabaram por desviá-la do seu mais importante papel: usar seu amor e sensibilidade até para ajudar o próprio homem a cumprir também com seu papel.
A questão mais importante do masculino e do feminino é a compreensão e a integração entre essas duas energias. Sair da competição entre homem e mulher, de quem está com a verdade ou de tentar provar quem é o melhor! Estar centrada nas verdadeiras referências do que é ser mulher, é sua maior garantia de transformação. Não temos mais tempo para ficar relembrando o passado, nos igualando a deusas mitológicas que não se encaixam em nossa realidade. Temos que mudar o hoje, entendendo a essência de nosso verdadeiro ser para garantir o futuro das próximas gerações.
Lapidando os valores que possuímos iremos conquistar respeito e consideração dos homens, sem gerar competitividade, nem brigas. Todas as mulheres sabem que têm a percepção e a intuição muito mais desenvolvidas que os homens... por que não fazer, então, dessa facilidade de captação um instrumento positivo? Isso nos dá uma maior chance de acertar, pois a sensibilidade dificilmente erra. O poder feminino, o poder real mesmo, só existe quando manifestamos na matéria aquilo que trazemos na mente superior e no coração.
Agindo de forma serena, com ternura, docilidade, inteligência e ética, por meio de uma conduta discreta, podemos alcançar todas as conquistas. Reconsagrar nosso ventre que é a matriz da vida, resgatando nossa conexão com ele - entendendo que ele é nosso cálice de luz - promove autoconhecimento e aceitação da disciplina que possuímos dentro de nós mesmas, através da natureza cíclica do nosso corpo, nas suas fases secas e molhadas, esperando por fim nove meses para gerar outra vida.
Ao mesmo tempo em que somos frágeis, possuímos um grande poder: despertamos no homem o seu instinto, mas podemos através do amor trazer para fora também o seu lado sensível, estimulando ao máximo os verdadeiros valores, que nem ele mesmo tem consciência de possuir. Cabe à mulher enaltecer as qualidades do homem, induzindo-o, num processo inteligente, a ser melhor, a praticar o bem, a ser cada vez mais sensível e gentil.
Entender que ser mulher é florescer numa sociedade cheia de preconceitos, sem impor nada, sem competir, apenas mostrando através de exemplos de mansuetude, ternura e amor uma nova conduta, uma nova maneira de ser.
A natureza intuitiva é a nossa força e deve prevalecer sempre! Ela é a essência puramente feminina! Essa força só é encontrada quando acolhemos e aceitamos na feminilidade, também o nosso lado selvagem e primitivo, nosso lado masculino, mas que somente o usamos para atrair nosso homem, nosso parceiro e nunca para competir ou igualar-se a ele. Essa é a missão de nossa essência! E levar adiante essa missão é pura SABEDORIA.
É a qualidade do encontro com cada situação e cada pessoa que pode resgatar o aspecto mais bonito que temos dentro de nós mesmas: “a dignidade e o valor de ser uma mulher”.
VERA GODOY
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Texto revisado por Cris
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