A DISTÂNCIA DA PRESENÇA DIVINA ALIMENTA A INVEJA E O AUTO-ENGANO.
Atualizado dia 5/15/2006 1:10:48 AM em Autoconhecimentopor Vera Godoy
“Certa raposa matreira, que andava à toa e faminta, ao passar por uma quinta viu no alto da parreira um cacho de uvas maduras, suculentas e vermelhas.
- Ah, se as pudesse apanhar!
Mas lá naquelas alturas não as podia alcançar. Então, falou despeitada:
- Estão verdes essas uvas, e verdes não me servem pra nada!
Moral da história: Como não cabem quatro mãos em duas luvas, há quem prefira desdenhar a lamentar. Aquele que desdenha quer comprar!
A frustração é uma forma de julgamento causada pela inveja e o invejoso é o eterno expectador que merece nossa compaixão, porque não sabe que tem o poder de criar!.
O ser humano, na ânsia de sua busca espiritual, procura superar a si mesmo, ir além de sua limitação mas, sem consciência, não reconhece que esse chamado vem de dentro de si mesmo, de sua alma que necessita de expansão, de evolução, de crescimento e essa necessidade passa a manifestar-se na forma de ter, de possuir, e não de ser, e de criar. Não consegue discernir, de imediato, que em seu interior existem incríveis potenciais adormecidos e que podem ser ativados gradualmente, à medida que deixe de dar poder ao externo e se certifique de que tem realmente sentimentos criadores e que, portanto, é capaz de precipitar para seu mundo tudo o que necessita.
Inúmeros problemas aparecem devido a essa busca de superioridade, que é psicológica e, geralmente, inconsciente, mas que exige do homem o "ser melhor que os outros", e isso gera a necessidade de competir com seu semelhante.
Cabe aqui explicar o que é ser inconsciente. Numa pessoa inconsciente as idéias são provenientes da mente racional e não manifestam uma ligação com a alma, o que contribui para que esse ser se esqueça de sua própria capacidade de criar e continue deixando-se abalar, inquietar e perturbar pelas atividades do outro, na tentativa de se perceber superior. Não percebe que o chamado a elevar-se sempre é proveniente da alma e continua a responder através do seu instrumento externo, a personalidade.
Desconectado da alma e imerso na personalidade fragmentada, acessa suas limitações e programações negativas existentes em sua mente e passa a alimentar-se do desejo de "possuir o que não lhe foi dado", o que é do outro, afastando-se cada vez mais de seu próprio poder de criar.
Na ilusão de que não é capaz se utiliza da crítica, passa a fazer comentários, mesmo que sutilmente, sobre a aparente incapacidade, defeitos, ingratidão ou faltas de seus amigos, familiares ou colegas, para com isso conseguir sobressair-se. Com essa atitude, não só constrói dentro da própria consciência o elemento sobre o qual repousa sua crítica, como também contribui para o fortalecimento de uma falsa aparência, que dá a impressão de existir no outro indivíduo aquilo que faz parte de sua própria natureza.
Wittgenstein diz: "Você não conseguirá pensar decentemente se não quiser ferir-se a si próprio." O enfrentamento da verdade dói e, na tentativa de livrar-se da dor e se valorizar o indivíduo passa a mentir para si mesmo. “Voltar-se para si mesmo com coragem e determinação, de livrar-se de suas máscaras, ajuda a viver na verdade”.
A mente racional é comumente agitada, é propensa a duvidar da capacidade do Eu interno. Desenvolve o talento de mentir para ficar confortável e vira um joguete, desgoverna-se e se entrega àquilo que chamamos de “auto-engano”, aceitando seu comportamento fraudulento. Nega as evidências da realidade externa, imagina que é, sem ser. Mente para si mesmo e acredita nisso como se fosse verdade. Fracassa e culpa as circunstâncias, não percebe que o responsável é ele mesmo, que sem conexão com seu Eu Superior, se distancia de suas reais necessidades, daquilo que é legitimamente seu.
Mestre Saint Germain diz: “Muitos discípulos acreditam que algo de mau possa advir-lhes de outros, porém Eu vos asseguro que não é assim. A única forma de não permitir que pensamentos indesejáveis causem perturbação, é conhecer o Poder de Deus dentro de si mesmo e jamais temer coisa alguma!”
A mente do indivíduo ludibria a si mesmo devido ao temor de não conseguir ser o melhor. O auto-engano, na maioria das vezes, é proveniente da inveja e acaba por suscitar, na pessoa, a falsa bondade. Contam histórias onde geralmente “eles são as vítimas”, tentando se engrandecer através da exposição dos defeitos dos outros e se fazerem notados à custa da piedade que provocam naqueles que também estão afastados da sua própria essência.. Sentem–se incapazes e acabam atacando antes de serem atacados, desdenhando porque não conseguem alcançar. Sua energia acaba sendo monopolizada para sustentar as mentiras em que vivem e, embora tenham facilidade em alcançar alguma realização, ela acaba sendo sustentada pela compaixão alheia e nunca pelo prazer de uma conquista.
Saint Germain afirma: "Poucos de vós dão-se conta que, ao ser sua atenção, a sua mente, atraída para algo que não é seu, cria uma energia destrutiva, que não lhes permite alcançar o que tanto desejam. Ninguém deve se desgastar e voltar sua atenção com algo ou com uma situação que considera difícil, porque acaba gravando essa dificuldade em sua consciência, quando tem pleno poder de governá-la e fazê-la obedecer ao seu comando. Também é insensatez deixar-se abalar, pensando não alcançar seus objetivos devido a energias externas, porque EU SOU é a Única Presença Toda Poderosa atuante, então, estão inteiramente imunes a prejuízos ou embaraços causados por outros indivíduos, seja o que for que eles façam. Pensa assim todo aquele que possui coração puro, mente firme na luz e que tem compreensão de sua capacidade criadora. Sabe que pode criar qualquer coisa que queira, em qualquer taxa vibratória que deseje manter, basta somente que assuma a responsabilidade por tudo o que lhe aconteça e compreenda que o meio mais fácil de impedir qualquer espécie de perturbação é parar de discutir o assunto, pois, somente aquilo que se acha em sua própria aura merece atenção."
VERA GODOY
Texto revisado por Cris
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