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A EXPERIÊNCIA TERAPÊUTICA

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Autor Rubens Mario Mazzini Rodrigues

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 1/24/2006 5:55:32 PM


“Não depositem fé nas tradições ainda que tenham sido feitas por muitas gerações e em muitos países. Não acreditem em alguma coisa porque muitos a repetem. Não aceitem alguma coisa devido à autoridade de alguns sábios da antiguidade, nem porque a afirmativa está nos livros. Nunca acreditem em coisa alguma somente porque a probabilidade está a seu favor. Não acreditem no que vocês mesmos imaginaram ter sido inspirado por algum Deus. Em nada acreditem simplesmente pela autoridade de seus professores ou sacerdotes. Após exame, acreditem no que vocês mesmos testaram e consideraram razoável, que esteja em conformidade com o seu bem-estar e o dos outros.”
Sidartha Gauthama (O Budha)

A nossa personalidade é resultante da interação de nossas características constitucionais inatas com o meio em que vivemos e nos desenvolvemos. As características inatas não podem ser mudadas, podem ser reguladas. Esta regulagem será feita ao longo da vida através de sucessivas experiências, vivências, que o meio nos oportuniza. Além disso, a experiência nos acrescenta gradativamente idéias, regras, impressões, crenças, convicções, a nosso respeito e a respeito dos outros. Isto tudo se sintetiza em uma auto-imagem e em uma imagem básica que formamos sobre os outros, além de imagens específicas que formamos de cada pessoa com quem temos um encontro. Estas experiências também vão determinar a nossa maneira de sentir, através de uma regulagem de nossa sensibilidade básica, a qual pode, assim, ser aumentada, diminuída, desenvolvida ou bloqueada. O mesmo ocorre com as nossas capacidades de percepção, de raciocínio lógico, de ação e reação, de criatividade, aprendizado, enfim, todo o conjunto de recursos pessoais que dispomos como ser humano.

A única forma de alterar o resultado disto é através de novas vivências e experiências. As psicoterapias são técnicas desenvolvidas para ajudar as pessoas a fazerem uma reavaliação da própria personalidade, a promoverem as transformações desejadas e a reformarem os eventuais aspectos disfuncionais encontrados. Para isto, é necessário que sejam criadas algumas condições básicas, que vão sendo alcançadas de forma gradativa, simultânea e progressiva, através do processo terapêutico, que nada mais é do que um processo de busca assistida de desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal. O terapeuta é alguém treinado para o papel de assistente, no sentido de dar assistência e orientação através de seus conhecimentos teóricos e práticos nas diversas técnicas existentes. A psicoterapia age basicamente através de proporcionar ao cliente novas experiências. Fazer psicoterapia é, portanto, experimentar um tipo de vivência essencialmente diferente das que se costuma ter no meio familiar e no meio social em geral.

A psicoterapia faz parte de uma relação individual entre cliente e terapeuta que difere das relações correntes em alguns aspectos fundamentais. O terapeuta é, por assim dizer, um interlocutor qualificado, diferenciado do interlocutor comum. Esta diferença se verifica no tipo de atitude que o terapeuta assume em relação ao cliente. Esta atitude se caracteriza mais pelo que o terapeuta deixa de fazer do que por aquilo que faz. Tal como:

- Não julga o acerto ou correção dos atos do cliente, os méritos, a qualidade moral de seus atos e pensamentos. Antes ajuda o mesmo a fazer um auto-julgamento e a reavaliar a sua própria capacidade de julgamento.

- Não critica, não acusa, não condena os atos do cliente (conseqüência direta da atitude de não julgar).

- Não aconselha, não dá opinião ou palpite direto sobre o que o cliente deve ou não fazer em relação às situações que enfrenta, apenas assessora o processo de tomada de decisão auxiliando-o a se tornar mais capaz de decidir com segurança e a assumir a responsabilidade pelas próprias decisões.

- Não comanda, não tenta controlar ou dirigir a vida do cliente evitando o papel de condutor ou ditador ao qual o cliente está habituado nas relações sociais, as quais freqüentemente visam alguma forma de dominação: pais-filho, marido-mulher, patrão-empregado, padre-fiel, etc. Evita, assim, funcionar como um mero substituto das demais figuras de autoridade.

- Não consola, não vê o cliente como coitado que precisa de piedade alheia; antes procura ajudá-lo a reagir com suas próprias forças e, assim, criar confiança nos próprios recursos. Isto não implica em que deixe de usar conduta de ajuda, em situações com as quais o paciente esteja circunstancial ou temporariamente incapacitado, seja através de apoio psicológico ou uso de medicamentos criteriosamente indicados.

- Não presta favores, no sentido de não fazer pelo paciente aquilo que ele seja capaz de fazer por si mesmo, embora este eventualmente julgue-se incapaz.

- Não faz cobranças, ou seja, não exige melhora ou mudanças; quem quer mudar é o cliente que não busca o terapeuta para sofrer cobranças, mas para receber auxílio; portanto, é este que dá o ritmo e os limites das mudanças. O cliente, normalmente, já tem pessoas de sobra na família e no trabalho (além da própria consciência/superego/pai crítico interior) para lhe fazer cobranças. Com esta atitude, o terapeuta deixa o cliente livre para poder ser, ou vir a ser, o que realmente é, e não o que outras pessoas desejam que seja.

- Não sente culpa, no sentido de que não se sente responsável pelas dificuldades e insucessos do cliente, não o vê como vítima, mas como responsável e capaz de fazer algo para modificar as coisas a seu favor. Isto, naturalmente, não significa insensibilidade em relação ao sofrimento do cliente, pelo contrário, o terapeuta deve ser capaz de empatia, ou seja, de sentir simpatia pelas dificuldades e desejos do paciente para poder ajudá-lo de forma efetiva.

- Não age como salvador (conseqüência do fato de não se sentir culpado ou responsável); assim, pode se colocar ao lado do Ego Adulto do cliente (e não à frente de sua Criança Submissa) para ajudá-lo a encontrar as atitudes e ações necessárias à solução de seus problemas.

Ao se pautar por estes princípios o terapeuta proporciona ao cliente uma experiência sui generis, uma relação de crescimento na qual, não raro pela primeira vez, este vai poder ver a si mesmo como realmente é, sem as interferências habituais das relações familiares e sociais. Neste processo, a cada encontro com o terapeuta, o cliente vai adquirindo uma nova concepção de si mesmo, vai recuperando gradativamente a auto-estima e obtendo reconhecimento de sua individualidade, sentindo-se livre para criar sua identidade, tendo favorecido o seu processo de individualização ao diminuir o ruído provocado pelos interlocutores dominadores, manipuladores, críticos e opressores.

Por onde começar?

“Começamos por tudo ao mesmo tempo”
Aldous Huxley

Rubens Mário Mazzini Rodrigues, Md
Médico Psiquiatra - Porto Alegre
https://crisalida.yatros.com.br

Texto revisado por Cris

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