A face oculta do fanatismo
Atualizado dia 11/04/2006 22:26:11 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Neste sentido, relacionado ao fenômeno do fanatismo religioso, individual ou coletivo, observa-se, invariávelmente, a marcante e decisiva presença do processo obsessivo-espiritual como agente fundamental neste contexto.
A década de 70, principalmente, foi marcada por fatos religiosos que envolveram seitas e chocaram a opinião pública da época. Um deles, acontecido na América Latina, o auto-intitulado reverendo Jim Jones e seus fanáticos seguidores encontraram no suicídio a forma mais rápida de chegarem ao objetivo final de suas crenças. Pereceram envenenadas naquela ocasião, centenas de jovens e idosos.
Todo o indivíduo ou grupo de pessoas que em nome da religião lida com o plano espiritual, corre permanente risco das armadilhas da obsessão. À medida que de uma forma desarmonizada transferimos à prática religiosa o nosso conteúdo inconsciente e mal resolvido, ou seja, nossas mágoas, ódios, insatisfações e ambições não concretizadas na vida real, utilizando para este propósito uma situação ou um grupo de pessoas, abrimos uma janela para que o processo obsessivo-espiritual se estabeleça sobre este coletivo.
Não é por acaso que estamos vivendo e convivendo neste planeta ainda de provas e expiações. Tudo tem a sua razão de ser na atual existência corpórea e material. Não podemos nos desligar da condição reencarnada, que é um necessário laboratório de aprendizagens, e transferirmos ao nível espiritual as nossas responsibilidades ou as nossas dúvidas e angústias existenciais. Isto lembra o suicídio.
A nossa saúde mental-espiritual está na razão direta de como percebemos esta situação em nossas vidas, e de como estabelecemos este vínculo-discernimento entre o aqui-agora da realidade material e circunstancial, com o "além" da dimensão espiritual. Por enquanto, com todas as nossas virtudes e defeitos a corrigir, nos situamos no "aqui" e não "lá". Talvez este seja o direcionamento necessário para que a nossa fé encontre o seu ponto de equilíbrio raciocinado.
Portanto, muitos grupos de pessoas ou organizações ligadas à teoria ou à práticas espiritualistas sucumbem devido a desarticulação interna causada por interesses mesquinhos e despreparo de seus integrantes. Mas também, como já vimos, pela desarmonia através da sintonia dos obsessores que oportunamente assediam estes grupos expostos e em conflito.
"Nem tanto ao céu, nem tanto à terra", é um antigo e sábio dito popular, que na sua natural simplicidade nos passa uma visão de como encararmos equilibradamente as coisas que emanam do espírito (céu), e as coisas mundanas (terra). No entanto, para que isto aconteça, temos que estar necessáriamente harmonizados, ou seja, de coração aberto mas com os pés íntimamente ligados à mãe-terra. Ter consciência espiritual, com certeza, é ter clareza e discernimento. É estar de bem com a vida e com o olhar, às vezes, voltado para o firmamento.
Psicanalista Clínico e Psicoterapeuta Reencarnacionista.
flaviobastos
Texto revisado porCris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |