A falsa Síndrome do Pânico!
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Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 13/05/2013 07:54:35
A falsa Síndrome do Pânico!
Também conhecida como Transtorno do Pânico, esta síndrome vem acometendo cada vez mais pessoas nos últimos tempos. Diferentemente de outros tipos de ansiedades que afligem o Ser Humano, a Síndrome do Pânico desencadeia reações imprevisíveis e sem motivos aparentes. Pode surgir a qualquer momento e tem uma atuação que impede o seu portador de raciocinar e agir coerentemente.As descrições do que a pessoa acometida sente são sempre muito intensas e revelam um estado de ameaça iminente, como se algo muito ruim fosse acontecer no momento imediatamente posterior ao surgimento dos sintomas. Eis alguns dos mais descritos: Contração / tensão muscular, rijeza; palpitações (o coração dispara); tontura, atordoamento, náusea; dificuldade de respirar (boca seca); calafrios ou ondas de calor, sudorese; sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade; terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento; confusão, pensamento rápido; medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso, medo de morrer, vertigens ou sensação de debilidade.
Os tratamentos existentes envolvem a administração de medicamentos e o acompanhamento psicoterápico. Algumas correntes médicas acham que não é necessária essa segunda parte, principalmente no início do tratamento, mas o conhecer-se melhor em situações em que ainda não se tem controle tem-se revelado de grande ajuda no processo terapêutico.
Porém, faz-se necessário por parte dos profissionais da área da saúde, tanto da medicina como da psicologia, um cuidado quanto ao diagnóstico deste mal. A razão disso é que, atualmente, há uma série de fatores que despertam emoções e sensações variadas que se confundem com os sintomas da Síndrome do Pânico, mas que são apenas reações de "explosão", em que a pessoa "surta", sente desespero, reage agressivamente e parece até que vai ter uma convulsão. Percebem-se, também, reações como choro incontido, querer "sumir" de onde está, dificuldade de se movimentar com equilíbrio, tontura, o estomago "revirando", suor intenso, falta de ar e taquicardia.
Estes sintomas, se descritos pelo paciente em uma consulta, podem induzir o profissional a um falso diagnóstico. Devemos lembrar que um paciente/cliente, ao nos procurar, deposita em nós, profissionais, uma confiança e, portanto, o que falarmos terá um grande peso para ele. O diagnóstico estigmatiza a pessoa e pode desencadear nela comportamentos relacionados à doença que ela pensa ter. Ou seja, o problema passa a existir a partir do diagnóstico.
Dia desses, uma pessoa procurou-me dizendo estar com a Síndrome do Pânico. Alguém havia lhe dito isso. Pedi-lhe que relatasse o que havia acontecido e ele contou-me que precisou ir a São Paulo, em dois lugares próximos um do outro, porém onde nunca havia ido. Que perdeu a entrada da Avenida do Estado e entrou na próxima, quando percebeu que estava no centro da cidade. Ficou rodando em círculo por quase uma hora, pois as informações não eram satisfatoriamente esclarecedoras. Quando finalmente conseguiu chegar na avenida que o levaria ao primeiro endereço, as reformas na pista e os desvios o impediram de chegar ao seu destino. Já estava dentro de São Paulo há mais de duas horas e nem sombra de chegar ao endereço desejado. Por duas vezes mudou de sentido na avenida, pois os frentistas de postos lhe diziam que ele estava indo em sentido inverso. O trânsito não fluía. Por volta de onze e trinta da manhã lhe avisaram por telefone que ele deveria estar, às quatorze horas, numa cidade a cem quilômetros de São Paulo. Ele chorou. Teve ímpetos de abandonar o carro no meio da rua e sair correndo, mesmo sem saber para onde. Foram momentos "intermináveis" e terríveis, descreveu-se apavorado, desesperado. Molhado de suor, taquicardia, dificuldades de respiração, fortes dores musculares, enfim, todos os sintomas característicos da Síndrome do Pânico. Finalmente foi salvo por um novo telefonema, desta vez de sua esposa, que lhe devolveu as referências pessoais. A partir daí, conseguiu um pouco de calma para continuar. Cumpriu todos os seus compromissos. Venceu o "estresse".
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