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A grande lição da Copa

Atualizado dia 16/06/2006 11:30:24 em Autoconhecimento
por Nicolette Lacerda Soares


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É impossível ficar de fora.
Só se você tiver sangue de barata.

A humanidade está dando um enorme exemplo do que é globalização.
No vácuo criado pelos discursos vazios dos líderes políticos, militaristas e religiosos de todo o mundo, que deixaram cair suas máscaras, imediatamente surge uma nova religião, pagã, de culto ao corpo, masculino, yang, na sua potência máxima.
Nesse corpo masculino, cabeça e pés totalmente integrados.
Num décimo de segundo, o olhar percebe a situação, organiza as infinitas possibilidades, seleciona a melhor e toma a decisão que os pés vão realizar.

Nessa religião, a alegria é a tônica. A cor é o diferencial.
Não há melhores, nem piores. A superioridade é alcançada durante noventa minutos.
Depois, zera tudo, e todos estão iguais novamente.

A bola é uma esfera sem vontades nem preferências. Ela vai para onde a mandam.
Ela não tem conceitos de bem ou mal, para ela é indiferente. Ela é inconquistável.
A habilidade pertence ao jogador.

Além de um culto, é também uma guerra.
Alguns pintam seus rostos e seus cabelos, como guerreiros colocam cocares, para não deixar dúvidas de quem é o melhor, mas outros, mais sábios, colocam os chapéus de bobos-da-corte, para não nos esqueçamos de que é só uma brincadeirinha...
Nessa guerra não há vencedores nem vencidos em definitivo. Tudo é instantâneo, mutável, renovável.

Nessa guerra também não há derramamento de sangue. Alguns chutes, uns músculos torcidos, talvez uma perna quebrada no ardor da jogada, mas não é uma luta de morte, porque não é definitiva. As torcidas confraternizam, surgem paqueras e no fim... todos vão tomar uma cerveja juntos. A famosa desigualdade social, cuja solução foi tão procurada durante todo o século XX, maravilhosamente resolvida.

Enquanto os mais favorecidos puderam ir pessoalmente assistir os jogos na Alemanha, os sem-televisão, aglomerados em praças nas grandes cidades, ou numa casinha do sertão onde a eletricidade acabou de chegar, recebem o grande presente. Aqueles detalhes que só as câmeras estrategicamente colocadas podem mostrar, eles têm o privilégio de ver. Até melhor de quem está lá fisicamente.

Todo esse entusiasmo gera imensos negócios.
Mas nem os milhões gastos em publicidade podem esconder a mentira.
Se a chuteira faz bolhas, faz bolhas e pronto.
A informação está ali, escancarada. Só não vê quem não quer ver.

E ainda o Ronaldo, nosso maior exemplo de superação, o que acreditou no impossível.
Cada vez mais maduro, silencioso, atua como pára-raios das preocupações, dos medos dos companheiros e de todos nós. Ele catalisa tudo para si a ponto de adoecer. Vamos dar a ele o nosso aval e nosso respeito.

E que vença o melhor... até a próxima copa.

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Nicolette Lacerda Soares   
Nicolette Lacerda, Física , Humanista e Astróloga, EFT Practitioner (Emotional Freedom Techniques). Especialista na utilização da “Palavra” como Instrumento de Transformação. Facilitadora de conciliação e de cura interior.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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