A LÓGICA DO GAMBÁ
Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/20/2005 2:57:10 PM
De acordo com o Minidicionário, gambá é um nome vulgar dado a certos marsupiais de hábitos noturnos e que emitem um cheiro insuportável.
O marsupial é um animal com uma bolsa na qual a mãe pode carregar seu filhote. Os marsupiais eram comuns em muitas regiões do mundo cerca de 100 milhões de anos atrás, quando os dinossauros habitavam a terra. Mas eles foram desaparecendo, exceto na Austrália, na Nova Guiné e na América do Sul. Por fim a América do Sul se uniu com a América do Norte e um grupo de marsupiais sul-americanos mudou-se para o norte. Estes são os gambás. Quando nascem possuem força somente para fazer a difícil viagem do abdome da mãe até sua bolsa.
Absorto, olhando para este animalzinho da foto tirada numa madrugada de primavera, fiquei tentanto entender porque esta espécie tão vulnerável e indefesa arrisca-se tanto na tentativa de saciar sua sede ou sua fome invadindo propriedades e submetendo-se a ser apanhado por cães ou morto a pauladas pelo homem, como muito acontece. Mas, apesar do clima de hostilidade e discriminação que a civilização dos homens oferece à sobrevivência deste marsupial "de cheiro insuportável" (?), como nos informa o dicionário, esta espécie muito mais antiga que a própria Humanidade, insiste em sobreviver nos grandes centros urbanos. Qual seria a lógica do gambá?
Seria a mesma lógica do índio guarani? Outrora a maior nação indígena do Brasil, hoje restrita a viver, ou melhor, sobreviver confinada em pequenas áreas rurais chamadas de reservas, ou nas cidades, pelas ruas, tentando vender seu artesanato para preservar o mínimo de sua cultura e identidade. Qual seria a lógica do índio guarani?
É a lógica de todas as espécies ainda não extintas deste planeta, inclusive a do homem branco: a luta pela sobrevivência! A luta pela perpetuação da espécie e pela afirmação da vida.
Tudo isso que acabo de escrever passou-me como um filme ao observar, estático, aquele animal que "ousara invadir a minha propriedade" naquela linda noite primaveril. Mas, e o Papai Noel conforme a lenda não seria também um invasor de propriedades? E o que é pior, entrando pela chaminé! E aqui chego ao ponto crucial deste artigo: traçar um paralelo entre a lógica do gambá e a lógica do personagem Papai Noel. Os dois são invasores, porém o primeiro é estigmatizado pelo Homem enquanto o segundo é adorado. Porque essa discrepância?
Porque o amor neste planeta ainda não atingiu um patamar satisfatório de evolução consciencial. Aquele nível em que todos os seres vivos inteligentes, indistintamente de suas origens ou procedências, possam sintonizar em uma mesma frequência de respeito, solidariedade e amor fraterno. Por isso, a necessidade entre nós da mensagem natalina: para lembrar-nos que esta realidade um dia poderá ser possível.
Portanto, esta é a verdadeira "lógica do gambá", que nada mais representa ou simboliza, que a mensagem de Francisco de Assis praticada e deixada como exemplo para a posteridade: o sentimento de amor e caridade extensivo a todos os seres vivos...
Psicanalista clínico e Psicoterapeuta Reencarnacionista.
Texto revisado por Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
